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Brasil: urbanização e fronteiras - USP

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226<br />

BRASIL: URBANIZAÇÃO E FRONTEIRAS<br />

Pelas taxas de crescimento da cidade, por seu porte econômico que concen-<br />

trava quase a metade da produção do país, o quadro urbano assegurou o<br />

apelo da teoria de Lebret, voltada a 'reequilibrar' o processo de<br />

<strong>urbanização</strong>. 23<br />

Sobre essas bases teórico-metodológicas do planejamento urbano de São<br />

Paulo que se sobrepuseram, portanto, as diretrizes de política urbana do<br />

SERFHAU.<br />

9.2. Os limites do quadro institucional do planejamento<br />

'integrado'<br />

A formalização institucional da Grande São Paulo foi antecedida por traba-<br />

lhos preparatórios promovidos pela Seção paulista do Instituto de<br />

Arquitetos do <strong>Brasil</strong> - IAB. Entre outros, através do Seminário organizado<br />

em 1964: O Homem e a Paisagem Paulistana. O documento intitulado<br />

depois o meio biológico, e a seguir, a ação 'antrópica'(i.é, a ação do homem no seu<br />

meio, conforme termo derivado da antropogeografia). Só depois disso está-se<br />

habilitado a identificar os 'impactos', isto é, as notas de desarmonia introduzidas<br />

pela sociedade no equilíbrio pré-existente (por hipótese) entre o meio natural e o<br />

'homem' — numa clara reminiscência da teoria lablachiana.<br />

23<br />

O interesse da questão reside, na verdade, em apontar o caráter ideológico de posturas<br />

que, frente ao processo de <strong>urbanização</strong>, em marcha acelerada no país desde a<br />

década de 40, se mantiveram presas a quadros interpretativos que evidentemente<br />

não davam conta de sua apreensão. Elas cntinuaram inspirando as diretrizes de planejamento<br />

urbano. O rol dos planos 'contencionistas' de São Paulo é, de fato, bastante<br />

vasto, tendo se cristalizado inclusive no lema 'São Paulo tem que parar'<br />

(defendido em 1971 por seu prefeito de então, Figueiredo Ferraz). Diversos planos<br />

diretores, planos de desenvolvimento, projetos setoriais, de abastecimento, de<br />

transporte e outros, apostam, à sua maneira, no bloqueio 'necessário' do crescimento<br />

da cidade, para finalmente poderem 'equilibrar' demandas e ofertas, distribuir<br />

atividades urbanas, fazer coincidir empregos e habitações, ajustar infraestruturas,<br />

etc. E até hoje (1996), certos setores públicos vêem a ampliação necessária das<br />

infraestruturas da cidade como uma ameaça da retomada de seu crescimento.

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