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Brasil: urbanização e fronteiras - USP

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256<br />

BRASIL: URBANIZAÇÃO E FRONTEIRAS<br />

problemas derivados da indefinição, confusão ou equívocos referentes à<br />

base espacial desses estudos. De um lado, à dificuldade derivada da<br />

natureza fragmentada das informações exigidas para sua realização: à<br />

proposição de se concluir sobre a validade dos empreendimentos não<br />

enquanto propostas concretas de transformação, mas por intermédio de uma<br />

avaliação individualizada de seus múltiplos impactos, cada um de acordo<br />

com seu próprio alcance espacial. 66 De outro, à não menor dificuldade de se<br />

responder, por meio de projetos específicos, a questões cujo alcance<br />

ultrapassa o âmbito de atuação de qualquer empreendimento individual — e<br />

que de fato só servem para ocultar a própria omissão do Estado em seu<br />

enfrentamento.<br />

Em um recente encontro técnico 67 na Secretaria Estadual do Meio<br />

Ambiente, um dos temas dizia respeito às dificuldades dos diversos<br />

empreendedores que trabalham na RMSP para solucionar o problema de<br />

rejeitos de obras. Na abordagem das soluções específicas encaminhadas<br />

por um empreendimento, constantes em seu Estudo de Impacto Ambiental,<br />

os técnicos da Secretaria as consideraram insatisfatórias. Esclareceu-se na<br />

discussão que o que estava sendo questionado, a rigor, não era a solução<br />

técnica apresentada, e sequer a indicação das áreas potencialmente<br />

utilizáveis para o 'bota-fora', mas sim, a ausência de uma política<br />

abrangente, formulada pelo empreendedor, para essa questão.<br />

Fica a pergunta se cabe, de fato, a cada empreendedor individual, confronta-<br />

do com o problema do 'bota-fora', a formulação de uma política de caráter<br />

66<br />

Sem se deter aqui no aspecto — embora fundamental — de que no bojo dos<br />

estudos ambientais os objetivos de qualquer empreendimento acabam, forçosamente,<br />

se confundindo com seus próprios 'impactos'. Por exemplo, em um estudo<br />

recente, o aumento de acessibilidade propiciado por uma linha de metrô, por evidentemente<br />

constituir o fator mais relevante de transformação do 'meio antrópico',<br />

foi considerado um de seus 'impactos' — e como tal, mensurado, avaliado, e até<br />

mesmo classificado como negativo, pois acarretava adensamentos no quadro urbano<br />

local, até então em equilíbrio com as infraestruturas disponíveis.<br />

67 Ocorrido em meados de 1996.

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