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Brasil: urbanização e fronteiras - USP

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BRASIL: URBANIZAÇÃO E FRONTEIRAS<br />

partir do advento do terceiro estado, a atuação humana se pontuaria, ao<br />

contrário, pela condução inteligente, ordeira, progressista e responsável dos<br />

assuntos comuns, fundamentando-se no cabedal científico da humanidade,<br />

tendo em seu topo a sociologia.<br />

O paralelo entre o terceiro estado do positivismo e a Terceira via da Demo-<br />

cracia Cristâ é nítido. Trata-se das mesmas tentativas de domesticação ('hu-<br />

manização') do capitalismo: a medida requerida para que o comunismo<br />

mundial, ameaçador, perca seu apelo em relação às classes e nações<br />

'pobres'.<br />

Sob o aspecto cultural, as assertivas de Lebret se fundamentam na superiori-<br />

dade assumida do Velho mundo, dada a amplidão histórica de seu processo<br />

de formação.<br />

"Assim, com toda a superioridade econômica e tecnológica, no entanto, a América<br />

do Norte precisa de nós. Tornou-se lider mundial, mas ela não está ainda apta a<br />

exercer esta função". 17<br />

e adiante:<br />

"Se houver, de fato, uma missão da velha Europa junto às repúblicas sul-americanas<br />

no sentido de atender as suas necessidades de uma cultura tradicional, mas<br />

renovado, e no sentido de auxiliá-las a realizar a ascensão de seu povo, há, de forma<br />

semelhante, uma missão junto à América, a mais avançada, para lhe revelar<br />

valores que em sua afâ de produzir, ela esqueceu." 18<br />

Entre esses valores estaria a sabedoria histórica da <strong>urbanização</strong> — o<br />

trabalho acumulado ao longo de séculos de construção das cidades, através<br />

de um contínuo ajuste às condições renovadas do meio — o produto<br />

cultural do espaço equilibrado. A referência ideológica direta aqui não é<br />

valores do primeiro, e no caminho obrigatório dos homens para atingir o estado<br />

definitivo, o positivo (em outros termos, para passar do egoismo ao altruismo). Cf.<br />

Vergez e Huisman (1966): Histoire des philosophes illustrée par les textes.<br />

17 Lebret (1947), p.577 (T.do A.).<br />

18 (Id.ibid.).

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