Brasil: urbanização e fronteiras - USP
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Capítulo 8 - A FORMULAÇÃO D E UMA POLÍTICA URBANA PARA O BRASIL<br />
dos meios de produção. De forma congruente, com a ajuda de uma política<br />
salarial redistributiva, a ampliação do mercado de consumo foi limitada à<br />
parcela média e média-alta e alta da sociedade.<br />
As limitações na concepção das metas do novo período de industrialização<br />
se evidenciavam à medida de sua consecução (como se verá refletido em<br />
sua crítica contida no II PND). Ao mesmo tempo, as altas taxas de<br />
crescimento econômico desacreditarem as ideologias estruturalistas da<br />
dependência e do subdesenvolvimento. Para o início da década de 70 o<br />
próprio controle do processo político escapou de sua base de sustentação<br />
original da época do golpe: a ascensão ao governo de um segmento nacio-<br />
nalista da elite militar conduziu a uma reformulação da política econômica<br />
nacional. Sua expressão foi o Segundo Plano Nacional de<br />
Desenvolvimento.<br />
Elaborado a seguir ao período do 'Milagre Econômico' (1967-1973), e<br />
partindo de sua revisão, o II PND objetivava reassentar em bases mais<br />
amplas o processo de industrialização, criar as infraestruturas necessárias<br />
para tal, e alcançar um grau superior de autonomia quanto à base energética<br />
do país - cuja fragilidade ficara patente com o choque do petróleo de 1973.<br />
De acordo com Antonio Barros de Castro (1985) em “Ajustamento x Trans-<br />
formação, a economia brasileira de 1974 a 1984”, as proposições do II<br />
PND visavam a alteração da liderança que os bens de consumo durável ocu-<br />
pavam na estratégia de industrialização do país desde a década de 50, (e,<br />
particularmente, no período compreendido entre 67 e 73); voltando-se para<br />
investimentos vitais para o desenvolvimento da base produtiva, como pros-<br />
pecção de petróleo, siderurgia, ampliação da base energética,<br />
comunicações, transportes, saneamento básico; e, numa escala sem<br />
precedentes, para investimentos nas aglomerações urbanas, especialmente<br />
nos transportes de massas. De modo geral, o Plano objetivou a ampliação<br />
das infraestruturas de que o espaço nacional carecia para poder atingir<br />
patamares mais altos de produtividade interna, e aprofundar o nível de inte-<br />
gração do espaço. Empresas estatais como a Siderbrás, a Eletrobrás, Petro-<br />
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