14.04.2013 Views

Brasil: urbanização e fronteiras - USP

Brasil: urbanização e fronteiras - USP

Brasil: urbanização e fronteiras - USP

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

36<br />

BRASIL: URBANIZAÇÃO E FRONTEIRAS<br />

como de núcleos colonizadores, 6 que as vilas progressivamente se<br />

convertem, ao longo do século XVI, em centros promotores do processo de<br />

ocupação e expansão, do confronto com os indígenas e de sua incorporação,<br />

como mão-de-obra, ao sistema; de controle e fiscalização sobre as<br />

atividades produtivas e da própria extração do excedente.<br />

Assim o entende também Dias de Andrade (1966), conforme seu Subsídios<br />

para o estudo da Influência da Legislação na Ordenação e na Arquitetura<br />

das Cidades <strong>Brasil</strong>eiras. O autor, distinguindo entre os atos oficiais<br />

(formalmente emanados da Coroa), e os atos espontâneos (nascidos da<br />

prática do processo de colonização), como geradores de assentamentos<br />

urbanos do período colonial, indica, entre outros, os seguintes objetivos<br />

visados pelos atos oficiais de criação de vilas:<br />

. fixação do povoador com base para a colonização;<br />

. necessidade de defesa da costa contra o corsário e o gentio;<br />

. ordenação social da terra e de seus povoadores;<br />

. estabelecimento da autoridade;<br />

. estabelecimento da catequese. 7<br />

Firmadas em sua existência concreta, e também em sua dimensão<br />

ideológica, em associação com a catequese, de acordo com Dias de<br />

Andrade, as vilas passam a atuar também, sobretudo a partir do início do<br />

século XVII, como a base do movimento de expansão portuguesa oficial ou<br />

extraoficial (ou, em sua terminologia, por ato espontâneo, ou voluntário).<br />

Entre os processos resultantes de atos espontâneos, isto é, ações 'não<br />

necessariamente programadas', individuais ou coletivas, dos povoadores, o<br />

6<br />

"Muros, Câmara, cadeia, pelourinho e outras tantas edificações que serviam de referencial<br />

para que os portugueses não se dissolvessem em meio aos índios ou fossem<br />

absorvidos pelo meio ambiente." Theodoro da Silva (1984), p.52.<br />

7 Dias de Andrade (1966), p.40.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!