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Brasil: urbanização e fronteiras - USP

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208<br />

BRASIL: URBANIZAÇÃO E FRONTEIRAS<br />

isolamento viabiliza a sujeição das decisões estatais aos interesses isolados<br />

de sempre.<br />

Interessa assinalar, também, por ter constituído um elemento de peso na de-<br />

finição das estratégias para a implantação do modelo de planejamento cal-<br />

cado na referida teoria, o seu pressuposto quanto à escassez dos recursos de<br />

capital disponíveis para sua própria implementação. 57 Deriva disso uma de<br />

suas diretrizes metodológicas: a proposição de se acoplar as intervenções a<br />

um número limitado de cidades, cuidadosamente escolhidas em função de<br />

seus quadros regionais. Isso, para que as transformações, visando a aproxi-<br />

mação a um estado de equilíbrio, se dêem dentro de um quadro de otimização<br />

dos recursos, sempre vistos como escassos. 58<br />

Faz parte integrante da metodologia fundada naquela teoria, por exemplo, a<br />

atribuição de funções específicas aos diversos núcleos urbanos selecionados<br />

para se tornarem 'agentes' do plano de 'desenvolvimento espacial' (sugestão<br />

que os formuladores das diretrizes da política de <strong>urbanização</strong> seguiram pra-<br />

57<br />

O tema faz lembrar a crítica de Deák(1985) em relação à leitura neoclássica do<br />

capital, que, ao invés de interpretá-lo como de uma relação social, o vê como uma soma<br />

de dinheiro.<br />

58<br />

Segundo Hilhorst (op.cit.): A escassez de capital, o segundo maior meio de ação governamental<br />

(o primeiro meio preconizado sendo os recursos humanos especializados<br />

à disposição do governo) requer, para sua utilização, exame bastante cuidadoso." A<br />

partir dessa colocação, o autor contrapõe a utilização predominante dos referidos recursos<br />

em investimentos em transportes e comunicações, que serviriam o propósito<br />

de 'fazer desaparecer a dualidade do sistema, através da interligação dos subsistemas<br />

do setor moderno com os do setor tradicional’ e sua alocação em investimentos diretamente<br />

produtivos 'que objetiva o aumento do do nível de vida'. E o autor conclui<br />

por uma posição intermediária, ou combinada, em que a política de investimento espacial<br />

se utilize das duas diretrizes acima em um sistema 'que deixe determinados<br />

subsistemas em relativo isolamento, enquanto em outros se aplicam investimentos<br />

produtivos na infraestrutura já existente; e ainda outros que se tornarão mais capacitados<br />

a uma melhor integração, através de uma combinação factível de investimentos<br />

produtivos e não diretamente produtivos." (op.cit.) p.36.

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