vera dantas guerrilha tecnológica - MCI
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Afastados do cenário principal, os ex-tecnocratas guerrilheiros voltaram à<br />
cena poucos anos depois, quando o processo de redemocratização do país detonou o<br />
movimento de legitimação da Política. E, após um intenso debate parlamentar, a Lei<br />
de Informática foi aprovada em 4 de outubro de 1984, constituindo-se em caso único<br />
na recente história do país em que uma política setorial tem os seus fundamentos e<br />
a sua execução submetidos ao controle do Congresso Nacional.<br />
A história da Política pode ser dividida em duas partes. A primeira, romântica<br />
e guerrilheira, mas realista, fincou os alicerces para a segunda. Nesta, os<br />
interesses empresariais falaram mais forte: os pesquisadores e profissionais que<br />
tanto se envol<strong>vera</strong>m na fase anterior sentiram-se marginalizados dos processos<br />
decisórios e muitos de seus ideólogos se transformaram em altos executivos da<br />
indústria que ajudaram a criar. A discussão dos rumos da Política foi posta de<br />
lado, sempre retardada em nome da sobrevivência e fortalecimento da indústria e de<br />
sua defesa contra ataques internos e externos. Somente de um ano para cá, com o<br />
aumento das pressões norte-americanas e a crise do pós-Cruzado, obrigando as<br />
empresas a se profissionalizarem, iniciou-se o processo de atualização da Política.<br />
A própria indústria está se incumbindo de promovê-lo, sob o risco de vê-lo<br />
promovido por outros.<br />
Este livro pretende contribuir para esse processo, resgatando uma história<br />
desconhecida em toda sua abrangência até mesmo por seus protagonistas. A realização<br />
deste trabalho não teria sido possível sem a participação de todos os<br />
entrevistados, em especial de Arthur Pereira Nunes, que acompanhou com críticas e<br />
sugestões valiosas todo o seu desenrolar; de Ivan Marques, Edson Fregni, Jorge<br />
Monteiro Fernandes e Mário Ripper que, além de longas entrevistas, forneceram-me<br />
valiosa documentação da época. A eles sou especialmente grata.<br />
Devo muito também a Marcos Dantas, meu marido. Mais que um atento e brilhante<br />
jornalista, ele se engajou na defesa da Política Nacional de Informática,<br />
contribuindo, com seus contundentes artigos durante o nervoso período de transição<br />
da Capre para a SEI, para lançar um pouco mais de luz neste controvertido e pouco<br />
compreendido tema. Sua ajuda, na fase final deste livro, foi muito além de um mero<br />
copydesk do texto inicial. Com suas sugestões, esclarecimentos, o levantamento de<br />
algumas importantes informações e seu agudo raciocínio político, Marcos tornou-se<br />
co-autor.<br />
Agradeço à Convergente, Hengesystems e Cobra por me fornecerem as ferramentas<br />
— respectivamente, o processador de textos Carta Certa II e os microcomputadores<br />
HS-Turbo e X-PC — que tornaram mais fácil, rápida e agradável a redação deste<br />
livro. À Computerworld do Brasil, por ceder as fotos que ilustram esta edição e,<br />
principalmente, a Ney Kruel, pela liberalidade com meus tempos e horários, durante<br />
o período de realização deste trabalho. À minha secretária Lúcia Garcia e ao amigo<br />
Wanderley Peixoto pelo apoio geral, cobrindo minha retaguarda nos momentos mais<br />
congestionados.<br />
Finalmente, agradeço ao staff doméstico: à eficiente Vânia, por assumir o<br />
comando da casa e me liberar de muitas das tarefas do lar; e aos meus filhos,<br />
Thomaz e Lucas, que agüentaram, nem sempre com muita paciência, sucessivos fins de<br />
semana e feriados dentro de casa.<br />
Outubro de 1988