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Anais do I- EEL - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

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REVELL – Revista <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s Literários da UEMS, Ano 01, número 1. ISSN: 2179-4456<br />

CU É LINDO – O PALAVRÃO COMO RECURSO DO EROTISMO NA<br />

LÍRICA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA 35<br />

Osmar Casagran<strong>de</strong> Júnior (PG - UFMS)<br />

Resumo<br />

Este artigo objetiva apresentar um trabalho sobre o uso <strong>do</strong> palavrão como recurso <strong>do</strong> erotismo<br />

em antologias contemporâneas <strong>de</strong> poemas brasileiros. A pesquisa será <strong>de</strong>senvolvida <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

a analisar <strong>de</strong> que maneira(s) a linguagem obscena contribui para a construção <strong>do</strong> significa<strong>do</strong><br />

erótico na produção poética selecionada pelos organiza<strong>do</strong>res <strong>de</strong>ssas obras.<br />

Palavras-chave: erotismo; poesia; palavrão.<br />

Abstract<br />

This article presents a study about the use of swearword as a mean of eroticism in<br />

contemporary anthologies of poetry in Brazil. The research will be <strong>de</strong>veloped to study the<br />

way (s) that foul language contributes to the construction of erotic meaning in these works.<br />

Keywords: eroticism; poetry; swearword.<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

Objeto <strong>de</strong> amor<br />

De tal or<strong>de</strong>m é e tão precioso<br />

o que <strong>de</strong>vo dizer-lhes<br />

que não posso guardá-lo<br />

sem que me oprima a sensação <strong>de</strong> um roubo:<br />

cu é lin<strong>do</strong>!<br />

Fazei o que pu<strong>de</strong>r<strong>de</strong>s com esta dádiva.<br />

Quanto a mim <strong>do</strong>u graças<br />

pelo que agora sei<br />

e, mais que perdôo, eu amo.<br />

(PRADO, 2001, p. 32)<br />

“Cu é lin<strong>do</strong>!”. A <strong>de</strong>scoberta louvável que o eu-lírico compartilha conosco em tom <strong>de</strong><br />

confissão salienta o emprego <strong>do</strong> palavrão como recurso para construção <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> erótico<br />

na poesia. Seguimos seu excitante conselho: fazer o que pu<strong>de</strong>rmos com essa dádiva.<br />

O palavrão po<strong>de</strong> ser emprega<strong>do</strong> com diversos senti<strong>do</strong>s: <strong>de</strong>ntre outros, como injúria<br />

pura e simples, como elemento <strong>de</strong> humor escatológico ou apenas como interjeição; por vezes<br />

tem sua carga <strong>de</strong> agressivida<strong>de</strong> diminuída ou até anulada e não necessariamente evoca o<br />

senti<strong>do</strong> original <strong>do</strong>s termos (cf. PRETI, 1984), chegan<strong>do</strong> a ser somente expressivo e não<br />

comunicativo (cf. BENVENISTE, 1974). Nosso estu<strong>do</strong> analisa como esses termos, através<br />

<strong>do</strong>s seus varia<strong>do</strong>s empregos, produzem o significa<strong>do</strong> erótico em poemas seleciona<strong>do</strong>s pelas<br />

35 Este artigo é a primeira versão <strong>do</strong> projeto a ser realiza<strong>do</strong> para a conclusão <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação:<br />

Mestra<strong>do</strong> em Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Linguagens, da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> <strong>do</strong> <strong>Sul</strong>.<br />

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