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Anais do I- EEL - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

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REVELL – Revista <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s Literários da UEMS, Ano 01, número 1. ISSN: 2179-4456<br />

posso dizer o mesmo que Neil Gaiman disse, na introdução <strong>do</strong> enca<strong>de</strong>rna<strong>do</strong>, lança<strong>do</strong><br />

pela Companhia das Letras, Nova York - A Vida Na Cida<strong>de</strong> Gran<strong>de</strong>: "Will Eisner<br />

era amável, gentil, amigável, acessível, estimulante e, ainda assim, feito <strong>de</strong> aço". E,<br />

tu<strong>do</strong> que Gaiman diz da pessoa <strong>de</strong> Eisner, po<strong>de</strong> ser dito <strong>de</strong> sua obra, principalmente<br />

no que tange à palavra "acessível". (HONORATO, 2009, p. 03)<br />

Sua primeira e marcante obra é o <strong>de</strong>tetive Spirit, que vive e combate o crime na<br />

metrópole Nova Iorque, rebatizada <strong>de</strong> Central City. Mais que um herói sem super po<strong>de</strong>res,<br />

Spirit é um personagem engraça<strong>do</strong>, conquista<strong>do</strong>r e que não tem autoconfiança, como comenta<br />

o próprio Eisner no <strong>do</strong>cumentário feito pela cineasta Maria Furta<strong>do</strong> em 1999:<br />

No meu enten<strong>de</strong>r, Spirit era um veiculo para o tipo <strong>de</strong> história que eu queria contar,<br />

que é o drama humano, a comédia humana. Então, eu criei um personagem que não<br />

se levava realmente a sério. Eu pus uma máscara nele e lhe <strong>de</strong>i uma roupa<br />

característica por que os distribui<strong>do</strong>res insistiam em algum tipo <strong>de</strong> uniforme. O<br />

Spirit foi o veiculo para eu chegar aos jornais. (EISNER, 1999)<br />

As histórias <strong>de</strong> The Spirit sofreram gran<strong>de</strong>s mudanças ao longo <strong>do</strong>s anos, sen<strong>do</strong> assim,<br />

po<strong>de</strong>mos dividir os quadrinhos em três gran<strong>de</strong>s fases: a primeira fase teve início quan<strong>do</strong> a HQ<br />

foi lançada nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, em junho <strong>de</strong> 1940 e foi até o início da segunda guerra<br />

mundial quan<strong>do</strong> Will Eisner foi convoca<strong>do</strong> a servir nas forças armadas; a segunda fase pós-<br />

guerra traz histórias <strong>do</strong> Spirit mais reflexivas, Eisner amadurece suas narrativas e cria outras<br />

histórias como a primeira graphic novel (romance gráfico, posteriormente retomaremos esse<br />

termo) <strong>de</strong>nominada “Contrato com Deus”, que conta a história <strong>de</strong> personagens que vivem em<br />

um cortiço <strong>de</strong>pois da gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão nos E.U.A; a terceira fase da História em quadrinho<br />

The Spirit: as novas aventuras, se esten<strong>de</strong> até os dias <strong>de</strong> hoje e é produzida pela editora D.C.<br />

comics e escrita e <strong>de</strong>senhada por outros gran<strong>de</strong>s nomes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s quadrinhos.<br />

Indiscutivelmente sua criação mais popular foi The Spirit, porém Will Eisner escreveu<br />

muitas outras histórias e livros que também não são estuda<strong>do</strong>s com a relevância merecida,<br />

mas que mesmo assim marcam a história da cultura <strong>de</strong> massa. Eisner, em sua época, já havia<br />

percebi<strong>do</strong> a <strong>de</strong>fasagem teórica sobre as Histórias em Quadrinhos, foi então em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />

anos 80, quan<strong>do</strong> o cartunista ministrava aulas <strong>de</strong> Técnicas <strong>de</strong> Quadrinhos na Escola <strong>de</strong> Artes<br />

Visuais <strong>de</strong> Nova York, que escreveu o livro “Os Quadrinhos e a Arte Seqüencial” (Comics<br />

and Sequential Art) e mais tar<strong>de</strong> em 1996 “A Narrativa Gráfica” (Graphic Storytelling). Tais<br />

livros trazem teorias e conceitos que são referências teóricas para se estudar HQs até os dias<br />

<strong>de</strong> hoje.<br />

Will Eisner realiza o rompimento entre as Histórias em Quadrinhos como apenas uma<br />

forma <strong>de</strong> leitura infantil, sem valor e passa analisá-las mais profundamente <strong>de</strong> maneira séria e<br />

concisa. Esiner sempre esteve preocupa<strong>do</strong> em elevar suas HQs para o nível <strong>de</strong> um “veículo <strong>de</strong><br />

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