Anais do I- EEL - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
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REVELL – Revista <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s Literários da UEMS, Ano 01, número 1. ISSN: 2179-4456<br />
A arte da leitura talvez seja aquela em que a mensagem produza certo significa<strong>do</strong> para<br />
o leitor, que produza um efeito tal que se agregue ao entendimento. A questão <strong>do</strong> efeito nos<br />
remonta à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> impressão, <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong> tom, <strong>de</strong> acontecimentos que auxiliem na<br />
construção <strong>de</strong> um efeito, segun<strong>do</strong> a perspectiva <strong>de</strong> Allan Poe (2000).<br />
A leitura proposta não se configura no âmbito da perspectiva linguística, ultrapassa o<br />
senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>codificação <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> texto escrito, abrange outras características como<br />
a própria mensagem transmitida no texto e recepcionada pelo leitor. Reis (1976, p. 18) refere-<br />
se especificamente “ao labor <strong>de</strong> um sujeito que, assumin<strong>do</strong>-se como receptor da mensagem<br />
emitida, se afirma como termo indispensável <strong>do</strong> acto <strong>de</strong> comunicação”. Reis pontua certo tipo<br />
<strong>de</strong> leitor, aquele que infere uma leitura crítica no texto literário. A mediação é profícua nesse<br />
senti<strong>do</strong>, o alvo é uma leitura crítica e não superficial <strong>do</strong> texto literário, pois o aluno associa<br />
sua leitura com outros textos li<strong>do</strong>s, pontuan<strong>do</strong> suas percepções referentes à mensagem no<br />
texto literário.<br />
A leitura crítica é compartilhada, o aluno expõe suas i<strong>de</strong>ias, faz anotações, pontua os<br />
elementos mais importantes, sintetiza as informações forman<strong>do</strong> uma i<strong>de</strong>ia geral <strong>do</strong> texto<br />
literário. Este, às vezes, é “ambíguo por natureza, é passível <strong>de</strong> uma pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leituras”<br />
(REIS, 1976, p. 19).<br />
O PML exerce um papel fundamental no <strong>de</strong>sempenho da leitura e ten<strong>de</strong> a influenciar o<br />
aluno <strong>de</strong> maneira positiva. Consi<strong>de</strong>ra-se o aluno como “aspirante” da leitura, numa primeira<br />
instância, pois, muitos alunos não têm o hábito da leitura; neste projeto conferem-se os textos<br />
<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m ficcionais, mais especificamente o gênero narrativo conto. A seleção <strong>do</strong>s contos é<br />
previamente <strong>de</strong>finida pelos professores partícipes <strong>do</strong> projeto, já que os contos abrangem uma<br />
perspectiva no âmbito universal.<br />
[...] o conto, <strong>de</strong> origem oriental e popular, apresenta-se como um meio translúci<strong>do</strong>,<br />
porém não transparente, como uma espessura glauca na qual o leitor vê <strong>de</strong>senharemse<br />
figuras que ele jamais chega a apreen<strong>de</strong>r inteiramente (STALLONI apud DE<br />
FRANCE, 2001, p. 121).<br />
A escolha <strong>de</strong>sse gênero narrativo foi proposital no projeto, não somente pela concisão<br />
no senti<strong>do</strong> conteudístico ou <strong>de</strong> paginação, mas pela brevida<strong>de</strong> da extensão <strong>do</strong> efeito, bem<br />
característico <strong>do</strong> conto, on<strong>de</strong>, geralmente, o narra<strong>do</strong>r é breve na elocução <strong>do</strong> efeito. O conto,<br />
pela suas características concisas, torna-se mais interessante para o aluno. A inserção na<br />
leitura é menos <strong>do</strong>lorosa, uma vez que se privilegia o <strong>de</strong>spertar <strong>do</strong> prazer pela leitura no aluno<br />
<strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> Letras.<br />
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