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Anais do I- EEL - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

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REVELL – Revista <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s Literários da UEMS, Ano 01, número 1. ISSN: 2179-4456<br />

Sílvio Romero-José Veríssimo-Araripe Jr., foi em geral, hostil aos simbolistas [...]”, talvez<br />

porque o simbolismo brasileiro tentava resgatar valores espirituais e religiosos. A busca pelos<br />

mistérios que o ocultismo faz era uma das formas que os simbolistas tinham <strong>de</strong> manifestar<br />

suas i<strong>de</strong>ologias. Este, também, veio como forma, segun<strong>do</strong> críticos da época, <strong>de</strong> resgatar a<br />

estética, a forma perdida da poesia. A plástica <strong>do</strong> texto, a estrutura, era enfatizada a to<strong>do</strong> o<br />

momento, retornan<strong>do</strong> à forma <strong>de</strong> compor clássica como tentativa <strong>de</strong> revitalizar esta forma <strong>de</strong><br />

expressão literária.<br />

Muito próximo, cronologicamente falan<strong>do</strong>, temos o Pré-mo<strong>de</strong>rnismo, na narrativa,<br />

como forma <strong>de</strong> tentativa <strong>de</strong> retornar à produção <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s textos literários brasileiros. Nomes<br />

como Lima Barreto, Graça Aranha, Eucli<strong>de</strong>s da Cunha e Monteiro Lobato, segun<strong>do</strong> Bosi<br />

(1986, p. 346, grifos no original), têm “[...] o papel histórico <strong>de</strong> mover as águas estagnadas da<br />

belle époque, revelan<strong>do</strong> antes <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>rnistas, as tensões que sofria a vida nacional [...]”.<br />

Em 1922, ocorre um evento que causa a verda<strong>de</strong>ira ruptura na arte brasileira: a<br />

Semana <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna, vista como divisora <strong>de</strong> águas no cenário literário brasileiro. Neste<br />

perío<strong>do</strong>, há experimentos ocorren<strong>do</strong> em muitos campos da arte, não só na literatura. Pela<br />

primeira vez nossos artistas experimentam estruturas e linguagens diferentes como forma <strong>de</strong><br />

expressão. Mário <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, Oswald <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, Raul Bopp, Guilherme <strong>de</strong> Almeida,<br />

Alcântara Macha<strong>do</strong>, Menotti <strong>de</strong>l Picchia, Paulo Pra<strong>do</strong>, Sérgio Melliet, entre outros, fizeram<br />

com que a ruptura das antigas tradições literárias <strong>de</strong> nosso país nunca mais fossem vistas sob<br />

a mesma ótica. A partir daqui, a arte brasileira, em especial a literatura, <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> seguir as<br />

tendências estrangeiras. A literatura, no Brasil, passa a ter a “função humaniza<strong>do</strong>ra”,<br />

conforme afirma Candi<strong>do</strong> (1972, p. 806). Na literatura mundial, este conceito, a que se refere<br />

Candi<strong>do</strong>, já era reconheci<strong>do</strong> como essencial para enten<strong>de</strong>r a importância <strong>do</strong>s textos literários<br />

na formação da socieda<strong>de</strong> que surgia. A partir daqui, os problemas sociais, a forma <strong>de</strong> falar e<br />

<strong>de</strong> agir e as reflexões mais íntimas da Literatura Brasileira não serão mais relegadas a um<br />

segun<strong>do</strong> plano. Finalmente, estamos libertos <strong>do</strong>s padrões europeus <strong>do</strong> estigma <strong>de</strong> povo<br />

coloniza<strong>do</strong>.<br />

O termo contemporâneo surge, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 30, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a novas realida<strong>de</strong>s econômicas,<br />

sociais, culturais que se instituem nessa nova realida<strong>de</strong> quer se apresenta <strong>de</strong>pois <strong>do</strong><br />

mo<strong>de</strong>rnismo e <strong>de</strong> suas novas formas <strong>de</strong> expressão. Graciliano Ramos, José Lins <strong>do</strong> Rego,<br />

Carlos Drummond <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> elaboram uma obra amadurecida; Astrojil<strong>do</strong> Pereira, Lúcio<br />

Car<strong>do</strong>so, Jorge Ama<strong>do</strong> entre outros expressavam em seus textos uma vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ver um<br />

Brasil mais amadureci<strong>do</strong>. Os escritores primavam por produzir textos com estéticas que<br />

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