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Anais do I- EEL - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

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REVELL – Revista <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s Literários da UEMS, Ano 01, número 1. ISSN: 2179-4456<br />

surpreen<strong>de</strong>ssem e mostrassem que a ruptura <strong>de</strong> 1922 não havia si<strong>do</strong> em vão. Alceu Amoroso<br />

Lima, sob o pseudônimo <strong>de</strong> Tristão <strong>de</strong> Athay<strong>de</strong>, era um leitor <strong>de</strong> amplos horizontes que soube<br />

<strong>de</strong>finir as tendências irracionalistas e analisar à luz da ética e da i<strong>de</strong>ologia os textos<br />

produzi<strong>do</strong>s e, posteriormente, canoniza<strong>do</strong>s em sua época. Na contemporaneida<strong>de</strong>, há quatro<br />

idéias fundamentais que tanto críticos como escritores seguem para caracterizar uma obra<br />

como canônica, são elas: as idéias <strong>de</strong> Darwin, o marxismo, a psicanálise e a teoria da<br />

relativida<strong>de</strong>. Estas são a base para maioria das i<strong>de</strong>ologias e filosofias que influenciam os<br />

escritores brasileiros até a atualida<strong>de</strong> e formaram o cânone literário brasileiro atual.<br />

4. A AUSÊNCIA DE RICARDO GUILHERME DICKE NO CÂNONE<br />

CONTEMPORÂNEO BRASILEIRO<br />

Dicke é filho <strong>de</strong> João Henrique Dicke, <strong>de</strong> nacionalida<strong>de</strong> alemã que fugira da Segunda<br />

Guerra para o Paraguai, com Carolina Ferreira <strong>do</strong> Nascimento Dicke, o escritor nasceu em<br />

uma vila chamada <strong>de</strong> Raizama, localizada na Chapada <strong>do</strong>s Guimarães, no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong><br />

<strong>Grosso</strong>, em 16 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1936. Pouco se conhece sobre a criancice e a a<strong>do</strong>lescência <strong>do</strong><br />

escritor, apenas que cresceu cerca<strong>do</strong> pelo ronco <strong>do</strong>s aviões, caminhões e pelas idas e vindas<br />

que o processo migratório trouxe à região no início <strong>do</strong> século XX. Muitas informações<br />

per<strong>de</strong>ram-se no tempo ou simplesmente foram <strong>de</strong>ixadas <strong>de</strong> la<strong>do</strong> por aqueles que só o<br />

conheceram anos <strong>de</strong>pois, quan<strong>do</strong> já estava inseri<strong>do</strong> nos círculos <strong>de</strong> cultura mais privilegia<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> São Paulo e <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro. O resto per<strong>de</strong>u-se nas memórias <strong>do</strong>s que conviveram com<br />

ele e no seio <strong>de</strong> sua família formada por homens <strong>do</strong> garimpo, homens que perseguiam o sonho<br />

da riqueza em Caxipó <strong>do</strong> Ouro.<br />

Ricar<strong>do</strong> Guilherme Dicke surgiu no meio literário, em 1968, já no Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

quan<strong>do</strong> recebeu o Prêmio Walmap 29 , embora tenha fica<strong>do</strong> em quarto lugar no concurso, com o<br />

livro Deus <strong>de</strong> Caim, publica<strong>do</strong>, em 1968, pela Editora Edinova. Na banca <strong>de</strong> jura<strong>do</strong>s, estavam<br />

presentes nada menos <strong>do</strong> que João Guimarães Rosa, Jorge Ama<strong>do</strong> e Antônio Olinto. Isso<br />

conferiu ao escritor mato-grossense a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir textos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor<br />

literário que foi reconheci<strong>do</strong> publicamente através das premiações que recebeu ao longo <strong>de</strong><br />

sua história como escritor. Observe-se a relação abaixo, das obras publicadas por Dicke e suas<br />

premiações: Deus <strong>de</strong> Caim (1968) – Romance – 4º lugar no Prêmio Walmap; Como o silêncio<br />

(1968) – Romance – 2º lugar no Prêmio Clube <strong>do</strong> Livro; Caieira (1978) – Romance – Prêmio<br />

29 O Prêmio Walmap foi cria<strong>do</strong> em 1964, pelo banqueiro José Luiz <strong>de</strong> Magalhães Lins e pelo escritor Antonio<br />

Olinto, para incentivar a divulgação <strong>de</strong> obras literárias. Na época, era consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o mais importante <strong>do</strong> Brasil.<br />

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