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Anais do I- EEL - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

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REVELL – Revista <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s Literários da UEMS, Ano 01, número 1. ISSN: 2179-4456<br />

Seguin<strong>do</strong> a assertiva <strong>de</strong> Poe (2000, p. 40), temos que “a brevida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve estar na razão<br />

direta da intensida<strong>de</strong> <strong>do</strong> efeito pretendi<strong>do</strong>, e isto como condição, a <strong>de</strong> que certo grau <strong>de</strong><br />

duração é exigi<strong>do</strong>, absolutamente, para a produção <strong>de</strong> qualquer efeito”. Pensamos <strong>de</strong> maneira<br />

metódica na escolha <strong>de</strong>sse gênero narrativo, por enten<strong>de</strong>rmos que o aluno que não lê, ou não<br />

tem o hábito da leitura, sofreria, em um primeiro momento, com o impacto <strong>de</strong> outro gênero<br />

narrativo mais <strong>de</strong>nso, <strong>de</strong>sestimulan<strong>do</strong>-se.<br />

Poe (2000) pensou a construção <strong>do</strong> poema O corvo calculan<strong>do</strong> matematicamente a<br />

produção <strong>de</strong> um efeito vivo no leitor. A i<strong>de</strong>ia é o aluno ler, e que essa leitura produza um<br />

efeito, um frenesi, uma espécie <strong>de</strong> alucinação, levan<strong>do</strong>-o a outras leituras, sen<strong>do</strong> receptivo a<br />

elas, as quais serão inseridas paulatinamente no projeto, como o romance. É a preparação <strong>do</strong><br />

aluno para outra etapa <strong>de</strong> leitura, mais extensa <strong>de</strong> paginação, que exigirá certo esforço físico.<br />

Embora o efeito alie-se à unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impressão <strong>de</strong> uma obra literária, o aluno, futuro<br />

professor-leitor, terá no texto uma i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> brevida<strong>de</strong> <strong>do</strong> efeito. Pensamos tão-somente no<br />

efeito artístico que o conto produzirá no aluno <strong>de</strong>spertan<strong>do</strong>-o para a leitura. “[...] o prazer<br />

somente se extrai pelo senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> repetição” (POE, 2000, p. 42).<br />

O PML acompanha o aluno neste percurso e o encoraja <strong>de</strong>spertan<strong>do</strong> nele o prazer da<br />

leitura. “[...] os livros roubam um tempo <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, mas eles po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>volvê-lo,<br />

transforman<strong>do</strong> e engran<strong>de</strong>cen<strong>do</strong>, ao leitor. E ainda sugerir que po<strong>de</strong>mos tomar parte ativa no<br />

nosso <strong>de</strong>stino” (PETIT, 2008, 148).<br />

Para Maria (2009, p. 83) “[...] quanto mais experiente for o leitor-tanto na vida quanto<br />

nos textos - melhor leitor ele será, tanto na escrita da vida quanto nos textos escritos”. É um<br />

caminho para se chegar à “competência leitora”, pontua Maria. Uma competência conquistada<br />

mediante as várias leituras ao longo <strong>do</strong> tempo.<br />

As leituras <strong>do</strong>s contos não visam somente o (re)contar <strong>do</strong> já li<strong>do</strong>, mas a aquisição <strong>de</strong><br />

outros elementos concernentes à nossa língua, absorvi<strong>do</strong>s no momento da leitura. Enten<strong>de</strong>mos<br />

que este momento tem suas etapas, principalmente na aquisição da gramática individual, nas<br />

leituras variadas, na interação com o meio, enfim, na própria convivência diária.<br />

[...] abrir o texto, propor o sistema <strong>de</strong> sua leitura, não é apenas pedir e mostrar que<br />

po<strong>de</strong>mos interpretá-lo livremente; é principalmente, e muito radicalmente, levar a<br />

reconhecer que não há verda<strong>de</strong> objetiva ou subjetiva da leitura, mas apenas verda<strong>de</strong><br />

lúdica (BARTHES, 1988, p. 42).<br />

Barthes vislumbra a ludicida<strong>de</strong> no âmbito da leitura como um jogo conduzi<strong>do</strong> por<br />

certas regras milenares, que provém das narrativas. Po<strong>de</strong>-se inferir a percepção <strong>de</strong> uma<br />

leitura, embora não se reconheça uma verda<strong>de</strong> absoluta da leitura. Neste senti<strong>do</strong>, ela é lúdica,<br />

pois se precipita no jogo <strong>do</strong> próprio trabalho, conferi<strong>do</strong> pelo leitor. O trabalho da memória, a<br />

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