13.05.2013 Views

Anais do I- EEL - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Anais do I- EEL - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Anais do I- EEL - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

REVELL – Revista <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s Literários da UEMS, Ano 01, número 1. ISSN: 2179-4456<br />

social, tornan<strong>do</strong>-se inclusive substituto <strong>do</strong> contato com os outros e das relações face a face.<br />

Essa estrutura televisiva é composta por fluxos que enveredam por vários caminhos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

informações referentes às ativida<strong>de</strong>s cotidianas, até programas cria<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o intertexto que<br />

reafirmam os laços com outros meios <strong>de</strong> comunicação, como as adaptações <strong>de</strong> obras literárias<br />

para a televisão.<br />

Assim como as produções audiovisuais, o teatro se vale da literatura como substrato<br />

para sua elaboração, afinal, o texto teatral po<strong>de</strong> ser li<strong>do</strong> como literário. Porém essa afirmação<br />

tem gera<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> discussão entre os estudiosos <strong>do</strong> gênero, uma vez que, a arte literária acaba<br />

que receben<strong>do</strong> por parte <strong>de</strong> alguns críticos, maior <strong>de</strong>staque.<br />

Essa temática será recorrente ao longo <strong>de</strong>ste trabalho, já que a adaptação audiovisual<br />

em análise e o próprio conceito <strong>de</strong> teatro recorrem a esta discussão. Ubersfeld (2005) ao tratar<br />

<strong>do</strong>s signos representacionais resolve esse impasse entre texto e representação, ao afirmar que<br />

um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> signos, tanto visuais, auditivos ou musicais constitui um senti<strong>do</strong>,<br />

ou melhor, uma pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>, que não se limita apenas ao campo textual, o<br />

extrapola, o consome e o faz presente (p. 3-5).<br />

A partir <strong>do</strong>s pressupostos alça<strong>do</strong>s sobre o teatro e sua linguagem, que os objetos em<br />

análise se relacionam. O diálogo entre a minissérie global e a arte <strong>do</strong> teatro se instaura a partir<br />

<strong>do</strong> texto. A minissérie tem seu script com base em um romance português <strong>do</strong> século XIX,<br />

portanto, está alicerçada na literatura para realização <strong>de</strong> sua produção. Porém, faz-se um<br />

questionamento: quan<strong>do</strong> o texto passa a ser encena<strong>do</strong> pelos atores, que propiciam voz, corpo,<br />

expressão àqueles seres <strong>de</strong> papel, essa produção ainda é consi<strong>de</strong>rada literatura? É por meio<br />

<strong>de</strong>sta perspectiva, resguardadas as <strong>de</strong>vidas proporções, que este trabalho sugere a<br />

aproximação entre a arte da adaptação e a arte teatral. A luz <strong>de</strong> Rosenfeld estabelece-se<br />

conexões entre ambas as artes, já que ao se referir ao texto teatral, o crítico o vê como um “o<br />

bloco <strong>de</strong> pedra” que molda-se com ajuda <strong>de</strong> diversos profissionais. Desse mo<strong>do</strong> relaciona-se a<br />

arte teatral e a produção audiovisual, já que ambas são concretizadas com o auxílio <strong>do</strong> diretor,<br />

ator, <strong>do</strong> público que propiciaram através da metamorfose <strong>do</strong> espetáculo, vida aos inúmeros<br />

personagens <strong>de</strong> papel. Essa suposta vida só passa a ser efetivada através <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><br />

atualização que os profissionais <strong>de</strong>stas artes empenham. Segun<strong>do</strong> Rosenfeld (1993), a<br />

atualização é a encarnação <strong>do</strong> texto, a passagem <strong>de</strong> palavras abstratas e <strong>de</strong>scontínuas para a<br />

continuida<strong>de</strong> sensível, existencial da presença humana.<br />

A base <strong>do</strong> teatro e a fusão <strong>do</strong> autor com a personagem, a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> um eu<br />

com outro eu – fato este que marca a passagem <strong>de</strong> uma arte puramente temporal e<br />

auditiva (literatura) ao <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> uma arte espaço-temporal ou audiovisual.<br />

(ROSENFELD, 1993, p. 21)<br />

8

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!