Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
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As multiplicida<strong>de</strong>s do traço — uma análise sistemática da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />
103<br />
Capítulo 3<br />
O primeiro aspecto foi o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos programas tipológicos, para além do<br />
habitacional ou do escolar até aqui predominantes. O segundo aspecto a ter em conta, foi a<br />
aproximação à nova geração <strong>de</strong> arquitectos — a ―geração mo<strong>de</strong>rnista‖ para usar a<br />
expressão consagrada por Nuno Portas 345 —, marcando o início <strong>de</strong> uma frutífera relação<br />
laboral com A<strong>de</strong>lino Nunes 346 . Por fim, quer pela via do contacto com outros arquitectos,<br />
quer por meios próprios <strong>de</strong> actualização, a participação <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> na concepção<br />
<strong>de</strong>stes ―novo edifícios‖ da Emissora Nacional revela o conhecimento das tendências<br />
internacionais da arquitectura do seu tempo.<br />
3.2.2 – Obras públicas e mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>: As estações dos CTT<br />
Nos anos subsequentes à sua participação no projecto dos novos edifícios da<br />
emissora nacional <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> viria a ascen<strong>de</strong>r à posição <strong>de</strong> arquitecto chefe da 6.ª<br />
secção da DGEMN 347 . Foi no quadro <strong>de</strong>stas funções que participou em vários obras para<br />
estações dos Correios, algumas das quais colaborando com A<strong>de</strong>lino Nunes.<br />
A<strong>de</strong>lino Nunes, 13 anos mais novo do que <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>, cujo percurso também<br />
passou pela EBAL, ficou para sempre associado aos CTT. De facto, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um período<br />
<strong>de</strong> aprendizagem no atelier <strong>de</strong> Carlos Ramos viria, por convite directo do ministro Duarte<br />
Pacheco, a integrar a Comissão para o estudo dos Novos Edifícios dos CTT (CNE/CTT),<br />
sendo o único arquitecto nesse gabinete 348 . Assim, como ―arquitecto chefe dos correios‖<br />
protagonizou a implementação <strong>de</strong> um dos maiores programas <strong>de</strong> obras públicas do Estado<br />
Novo. A referida CNE/CTT, criada em 1935, viria a concluir 87 projectos <strong>de</strong> novas<br />
estações <strong>de</strong> correios até 1951 (cerca <strong>de</strong> 70% dos quais em vida A<strong>de</strong>lino Nunes) 349 .<br />
Estes equipamentos vinham respon<strong>de</strong>r às reais necessida<strong>de</strong>s das populações,<br />
afirmando, tanto a implementação do novo regime, como a concretização <strong>de</strong> algumas<br />
respostas mo<strong>de</strong>rnas a essas solicitações <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Se, em traços gerais, a <strong>de</strong>fesa<br />
345<br />
NUNO, Portas, ob. cit., p. 171 e 194.<br />
346<br />
Segundo nos informou a família, para além <strong>de</strong> Jorge Segurado e <strong>de</strong> A<strong>de</strong>lino Nunes, Cottinelli Telmo manteve um<br />
relacionamento pessoal com <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>, chegando a colaborar no ateliê <strong>de</strong>ste. Infelizmente, à excepção das<br />
recordações familiares, não nos chegaram outros testemunhos <strong>de</strong>ssa colaboração.<br />
347<br />
Processo individual <strong>Amílcar</strong> da Silva <strong>Pinto</strong>, Arquivo do Instituto <strong>de</strong> Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU),<br />
processos individuais, pr. 3196/DGEMN.<br />
348<br />
PEDREIRINHO, José Manuel, ―Nunes, A<strong>de</strong>lino‖, em ob. cit., pp. 178 a 179; ―Relatório da Comissão para o estudo<br />
dos novos edifícios dos CTT‖, em Revista do Sindicato Nacional <strong>de</strong> Arquitectos, Lisboa, ano 1, n.º 6, Outubro <strong>de</strong> 1938,<br />
p. 172.<br />
349<br />
Contabilizando projecto <strong>de</strong> raiz e remo<strong>de</strong>lações profundas, veja-se Relatório da activida<strong>de</strong> do Ministério do ano 1951,<br />
Lisboa, Ministério da Obra Públicas, 1952, p. 104.