Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
As multiplicida<strong>de</strong>s do traço — uma análise sistemática da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />
57<br />
Capítulo 3<br />
Deve acompanhar a leitura <strong>de</strong>ste capítulo o cotejo com o Inventário da Obra<br />
Arquitectónica <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> (IAAP), o qual incluímos integralmente no anexo I,<br />
remetendo para o mesmo quando conveniente. A elaboração <strong>de</strong>sse Inventário, como já<br />
referimos na introdução, resulta da pesquisa <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>senvolvida preten<strong>de</strong>ndo<br />
i<strong>de</strong>ntificar e inventariar a totalida<strong>de</strong> da obra arquitectónica <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>. Devido a essa<br />
experiência, estamos em crer que este tipo <strong>de</strong> inventário será sempre uma ―obra aberta‖.<br />
Esta não é apenas uma concepção teórica mas também um conceito operativo, que se tem<br />
vindo a manifestar <strong>de</strong> um ponto vista prático 220 .<br />
3.1 - O gosto do tradicional<br />
De acordo com o que já por várias vezes sustentámos, a primeira fase da obra <strong>de</strong><br />
<strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> <strong>de</strong>correu sob a influência do ―gosto tradicional‖, por assim dizer. Na<br />
realida<strong>de</strong>, a concepção dos edifícios atesta estas consi<strong>de</strong>rações. Cronologicamente, este<br />
período esten<strong>de</strong>-se <strong>de</strong> 1925 (data do <strong>de</strong>senho da habitação para a Quinta do Corjes) a 1932<br />
(início do projecto para a Emissora Nacional).<br />
Como também se viu, no capítulo anterior, <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista geográfico, os<br />
projectos <strong>de</strong>senvolvidos localizavam-se sobretudo nas regiões da Beira e do Alentejo. A<br />
estes núcleos principais <strong>de</strong>vemos acrescentar a área metropolitana <strong>de</strong> Lisboa, e a vila <strong>de</strong><br />
Ponte <strong>de</strong> Lima, <strong>de</strong>finindo assim as zonas <strong>de</strong> intervenção do arquitecto na década <strong>de</strong> 20.<br />
No que toca às tipologias <strong>de</strong>senvolvidas, a maioria das intervenções do arquitecto<br />
<strong>de</strong>stinou-se à habitação. Também, já se <strong>de</strong>u notícias, <strong>de</strong> dois exemplos <strong>de</strong> arquitectura<br />
escolar que se inserem nesta fase programática da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong>. O <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong><br />
dois pavilhões para Instituto Militar dos Pupilos do Exército (IMPE) 221 , com as suas<br />
gran<strong>de</strong>s especificida<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>rá ainda ser associado a essas tipologias escolares. <strong>Amílcar</strong><br />
<strong>Pinto</strong>, para além <strong>de</strong>sses programas funcionais, <strong>de</strong>senvolveu ainda outro tipo <strong>de</strong><br />
equipamentos, <strong>de</strong>stinado a fruição pública. Como por exemplo, o Mercado Municipal para<br />
220 Por exemplo, a recente <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> parte do espólio <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>, cujos projectos encontrados não foram<br />
incluídos no Inventário atesta este carácter <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> que presidir a qualquer projecto <strong>de</strong> inventário em<br />
arquitectura. No anexo 2 po<strong>de</strong> se encontrar uma resenha <strong>de</strong> imóveis por inventariar/i<strong>de</strong>ntificar, aí incluímos os projectos<br />
localizados no espólio e outras obras cuja referência à autoria <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> não foi possível investigar.<br />
221 Veja-se ―Arquitectura Tradicional Portuguesa – Pavilhão das aulas da 2ª secção do Instituto dos Pupilos do Exército<br />
(…)‖ [arquitectos <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> e Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Carvalho], em A Arquitectura Portuguesa – revista mensal <strong>de</strong> construção<br />
e arquitectura prática, Lisboa, n.º 2, ano XIX, Fevereiro <strong>de</strong> 1926, p. 1 e 2. Sobre a primeira secção veja-se: ―Arquitectura<br />
Tradicional Portuguesa – Edifícios Escolares – Construção da 1ª Secção dos Pupilos do Exército <strong>de</strong> Terra e Mar‖<br />
[arquitecto Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Carvalho], em A Arquitectura Portuguesa – revista mensal <strong>de</strong> construção e arquitectura prática,<br />
Lisboa, n.º 11, ano XIX, Novembro <strong>de</strong> 1926, p. 41 a 43 e Estampa. Ver ficha <strong>de</strong> inventário 926.LSB.01.