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Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

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<strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>: um arquitecto português do século XX<br />

157<br />

Conclusão – A exumação da memória<br />

conhecida. Nas Beiras, localizaram-se 19 % dos projectos <strong>de</strong>senvolvidos por <strong>Amílcar</strong><br />

<strong>Pinto</strong> e, no Alentejo, 27 %. A região do Ribatejo, muito por força da cida<strong>de</strong> Santarém,<br />

foi o maior centro <strong>de</strong> produção, com 29% da obra projectado por <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>. Numa<br />

análise mais localizada, <strong>de</strong>staca-se, claramente, o concelho <strong>de</strong> Santarém, mas também<br />

sobressai o concelho <strong>de</strong> Beja, com um dos principais centros <strong>de</strong> produção.<br />

Consi<strong>de</strong>ramos que, em Santarém, já existia um trabalho <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação da obra <strong>de</strong><br />

<strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>, a que <strong>de</strong>mos continuida<strong>de</strong> e que, muito provavelmente, a continuação<br />

<strong>de</strong>ste trabalho <strong>de</strong> inventário irá revelar outras cida<strong>de</strong>s com peso idêntico no quadro da<br />

sua obra, tanto no Alentejo, como na Beira. No geral, é <strong>de</strong> salientar que cerca <strong>de</strong> 75 %<br />

da produção arquitectónica <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> se localizou no interior do país.<br />

Utilizámos, igualmente, a estatística no que diz respeito aos programas<br />

<strong>de</strong>senvolvidos. Assim, 47 % dos projectos <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> <strong>de</strong>stinaram-se a habitação,<br />

sendo que, <strong>de</strong>stes, 81 % consistiam em moradias unifamiliares. Por outro lado, dos<br />

equipamentos públicos que <strong>de</strong>senhou, 31 % foram estações <strong>de</strong> correios, 23 % cine-<br />

teatros, 15 edifícios escolares e os restantes, 31% outros equipamentos (como a EN, por<br />

exemplo). Verifica-se um predomínio claro do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tipologias <strong>de</strong><br />

habitação — com a salvaguarda <strong>de</strong> que, nos projectos construídos e i<strong>de</strong>ntificados,<br />

apenas 26,5 % dizem respeito a este programa. No entanto, foi <strong>de</strong> assinalar, como<br />

verificámos nesta exposição teórica, o papel <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento dos<br />

cine-teatros e das estações <strong>de</strong> correios, quase sempre numa dinâmica <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>.<br />

Uma investigação não vale exclusivamente pelas respostas que procura trazer se,<br />

com elas, não procurar novas questões, nem problematizar caminhos.<br />

No que diz respeito aos cine-teatros, o recente trabalho <strong>de</strong> Susana Peixoto da<br />

Silva 535 parece ter elucidado todas as questões <strong>de</strong> autoria. Contudo, se observarmos com<br />

atenção, alguns <strong>de</strong>sses edifícios surgem atribuídos a engenheiros ou a construtores,<br />

sendo que a análise cuidada e a investigação em fontes <strong>de</strong> história local po<strong>de</strong>rão<br />

esclarecer totalmente a questão. De qualquer modo, cada cine-teatro narra uma história<br />

plena <strong>de</strong> aventuras arquitectónicas e recheada <strong>de</strong> memórias da cida<strong>de</strong>. Preten<strong>de</strong>mos<br />

voltar a esta temática dos cine-teatros, num esforço <strong>de</strong> “história total”, abordando as<br />

consequências sociais, culturais e políticas da sua criação e <strong>de</strong>senvolvimento na<br />

primeira meta<strong>de</strong> do século XX.<br />

535 Referimo-nos a PEIXOTO da SILVA, Susana Contantino, Arquitectura <strong>de</strong> Cine Teatros Evolução e Registos<br />

[1927-1959] – equipamentos <strong>de</strong> cultura e <strong>de</strong> lazer em Portugal no Estado Novo, <strong>Coimbra</strong>, Edições Almedina/Centro<br />

<strong>de</strong> <strong>Estudo</strong>s Sociais da FEUC, col. “Série Cida<strong>de</strong>s e Arquitectura”, n.º 02, Abril <strong>de</strong> 2010.

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