Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
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Desenhos <strong>de</strong> uma vida: o percurso biográfico <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />
50<br />
Capítulo 2<br />
Nave Catalão 196 , industrial dos lanifícios; Joaquim Celorico Palma 197 , proprietário agrícola e<br />
António Pieda<strong>de</strong> Guerreiro 198 , médico. Facilmente se po<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r, tratar-se <strong>de</strong> uma<br />
clientela <strong>de</strong> classe média ou, quase sempre, <strong>de</strong> classe média alta. Oriundos do Alentejo, temos<br />
um grupo <strong>de</strong> proprietários agrícolas ligados à gran<strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> fundiária. Na região da<br />
Beira, por outro lado, temos industriais ligados ao florescimento da produção <strong>de</strong> lanifícios.<br />
Existe ainda um único exemplo do que se po<strong>de</strong>rá consi<strong>de</strong>rar uma burguesia urbana, <strong>de</strong><br />
profissão liberal, no caso do médico António da Pieda<strong>de</strong> Guerreiro, originário <strong>de</strong> Lisboa.<br />
António Augusto Lopes da Costa<br />
Industrial <strong>de</strong> Gouveia, promotor do Teatro Cine<br />
Imagem 19<br />
Fotografia em “Pela nossa Terra! (…)”, em Notícias <strong>de</strong><br />
Gouveia, Gouveia, ano XXIX, n.º 1266, 8 <strong>de</strong><br />
Novembro <strong>de</strong> 1042, p.1<br />
Arnaldo Teixeira Castelo Branco (?)<br />
Industrial da Covilhã, cliente <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />
Fotografia anónima, s/d<br />
Imagem 20<br />
Imagem existente na moradia Quinta do Corjes atribuída a este<br />
industrial<br />
Apesar das diferenças <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> económica ou <strong>de</strong> ambiente cultural<br />
<strong>de</strong> todos estes exemplos <strong>de</strong> clientes, a realida<strong>de</strong> dos projectos construídos revela um gosto<br />
comum que perpassa todas as encomendas. Consi<strong>de</strong>remos que esta situação, para além da<br />
própria vonta<strong>de</strong> ou inclinação do arquitecto, reflecte sobretudo um contexto cultural idêntico,<br />
o qual tanto nos centros urbanos, como no interior rural, se consubstanciou na persistência do<br />
gosto pelo tradicional. Temos <strong>de</strong> ter em atenção que estes clientes se assumiam, à época,<br />
195 ―Arquitectura Tradicional Portuguesa – O gran<strong>de</strong> casino nas Termas <strong>de</strong> S. Pedro do Sul‖, em A Arquitectura Portuguesa<br />
– revista mensal <strong>de</strong> construção e arquitectura prática, n.º 1, ano XX, Janeiro <strong>de</strong> 1927, p. 49 a 51 e estampa; LOURENÇO, J.<br />
Rodrigues, ―Uma obra Grandiosa – O que a Empreza Diniz quer e o que a Empreza Diniz dá. Justiça da história‖, em Povo<br />
da Beira, S. Pedro do Sul, ano 22, n.º 1141, 30 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1929, p.2.<br />
196 ―Projecto <strong>de</strong> dois edifícios <strong>de</strong> habitação na Covilhã‖ [arquitecto <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>], em Arquitectura Portuguesa – revista<br />
mensal da arte arquitectural antiga e mo<strong>de</strong>rna, Lisboa, n.º12, ano XXI, Dezembro <strong>de</strong> 1928, estampa e n.º 1, ano XXII,<br />
Janeiro <strong>de</strong> 1929, p. 5 a 6; Processos n.º 159 – João Nave Catalão e Filhos Sucrs., n.º 297 – João Nave Catalão, C.ª L.da, do<br />
Grémio dos Industriais <strong>de</strong> Lanifícios da Covilhã,(Covilhã. Museu <strong>de</strong> Lanifícios, Centro <strong>de</strong> Documentação / Arquivo<br />
Histórico. FD GILC / SR Industriais <strong>de</strong> Lanifícios).<br />
197 Genealogia da Família Palma, i<strong>de</strong>m, ibi<strong>de</strong>m.<br />
198 Projecto <strong>de</strong> habitação para António da Pieda<strong>de</strong> Guerreiro, na Rua Emília das Neves, Arquivo Municipal <strong>de</strong><br />
Lisboa/Arquivo Intermédio (AML/AI), Obra n.º 15528, pr. n.º 11721/pr. 3897, ano 1928, fl. 7.