Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
As multiplicida<strong>de</strong>s do traço — uma análise sistemática da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />
67<br />
Capítulo 3<br />
Qualquer <strong>de</strong>stas habitações, construídas no concelho da Covilhã, <strong>de</strong>monstra a forte<br />
aproximação <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> ao movimento ―casa portuguesa‖, no início da sua carreira.<br />
Por outro lado, também reflectem a manutenção do ―gosto tradicional‖ nas elites da<br />
província durante os anos 20 portugueses. Os factores regionalistas não po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />
ser tidos em conta nestes conjuntos, mas não assumem, ainda, uma componente <strong>de</strong>cisiva na<br />
concepção do imóvel como vamos ver acontecer nos casos alentejanos.<br />
3.1.1.2 – Projectos para “Casas Alentejanas”<br />
Entre 1925 e 1932, segundo o que hoje conhecemos, <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> <strong>de</strong>senha pelo<br />
menos sete imóveis 247 para a região do Baixo Alentejo, esta zona assume-se como um<br />
núcleo geográfico mais importante na produção do arquitecto, neste período. Tudo leva a<br />
crer que tais edifícios, hoje conhecidos e i<strong>de</strong>ntificados, se integrem numa produção<br />
bastante mais vasta na região. Na verda<strong>de</strong>, como sabemos, nesta época a construção civil<br />
na gran<strong>de</strong> maioria dos casos não necessitava <strong>de</strong> aprovação municipal, sendo que qualquer<br />
curioso po<strong>de</strong>ria assinar propostas <strong>de</strong> licenciamento 248 . Acresce a este facto o<br />
<strong>de</strong>saparecimento das fontes, ou seja a inexistência dos <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong> muitos edifícios que<br />
nos dificulta, sobremaneira, qualquer atribuição <strong>de</strong> autoria. Na verda<strong>de</strong>, à excepção da<br />
Escola Primária <strong>de</strong> Vila Ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho, todos os projectos <strong>de</strong> que aqui damos nota<br />
foram publicados na revista A Arquitectura Portuguesa 249 . Estes <strong>de</strong>senhos publicados<br />
mostravam apenas uma parte da obra do arquitecto como logicamente se compreen<strong>de</strong>. O<br />
estatuto social, já abordado, da clientela alentejana <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>, também nos faz<br />
supor a existência <strong>de</strong> obras por <strong>de</strong>svendar nesta região.<br />
247 Referimo-nos a: Escola Primária <strong>de</strong> Vila Ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ficalho; duas casas para os Magistrados em Serpa; Palacete para<br />
António Joaquim Palma; prédio para Francisco Romana e Monte Alentejano para Joaquim Celorico Palma, na Herda<strong>de</strong><br />
do Montinho. Ver fichas <strong>de</strong> inventário da região Alentejo no anexo 1. Ver anexo 3.<br />
248 FERNANDES, José Manuel, ob. cit., ibi<strong>de</strong>m.<br />
249 Referimo-nos a ―Arquitectura Tradicional Portuguesa – Casa do Sr. António Joaquim Palma na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Beja‖<br />
[arquitectos <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> e Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Carvalho], em Arquitectura Portuguesa – revista mensal <strong>de</strong> construção e<br />
arquitectura prática, Lisboa, n.º 7, ano XVIII, Julho <strong>de</strong> 1925, p. 25 a 26; ―Arquitectura Tradicional Portuguesa – (…)<br />
Ante-projecto para a transformação <strong>de</strong> uma casa velha existente na rua <strong>de</strong> Mértola, em Beja, pertencente ao Sr. Francisco<br />
Romana‖ [arquitectos <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> e Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Carvalho], em A Arquitectura Portuguesa – revista mensal <strong>de</strong><br />
construção e arquitectura prática, Lisboa, n.º 2, ano XIX, Fevereiro <strong>de</strong> 1926, p. 2,3 e Estampa; ―Arquitectura<br />
Tradicional Portuguesa — Projecto <strong>de</strong> casa <strong>de</strong> habitação para os magistrados, na vila <strong>de</strong> Serpa‖, em Arquitectura<br />
Portuguesa – revista mensal da arte arquitectural antiga e mo<strong>de</strong>rna, Lisboa, n.º8, ano XXI, Agosto <strong>de</strong> 1928, n.º 28, 29 e<br />
Estampa. ―Arquitectura Tradicional Portuguesa — Projecto <strong>de</strong> outra habitação para os magistrados, na vila <strong>de</strong> serpa‖, em<br />
Arquitectura Portuguesa – revista mensal da arte arquitectural antiga e mo<strong>de</strong>rna, Lisboa, n.º8, ano XXI, Outubro <strong>de</strong><br />
1928, p. 37, 38 e Estampa; ―Estilo tradicional português – projecto dum «Monte Alentejano» <strong>de</strong>stinado a habitação do<br />
lavrador‖ [arquitecto <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>], em Arquitectura Portuguesa – revista mensal <strong>de</strong> construção e <strong>de</strong> arquitectura<br />
prática, Lisboa, n.º 7, ano XXII, Julho <strong>de</strong> 1929, p. 54 a 56.