16.06.2013 Views

Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Desenhos <strong>de</strong> uma vida: o percurso biográfico <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />

2.2 – Obras públicas e o ser mo<strong>de</strong>rno<br />

38<br />

Capítulo 2<br />

O final dos anos 20, como anteriormente se afirmou, anunciava uma aproximação <strong>de</strong><br />

<strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> aos temas da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. Terá sido o seu trabalho, no contexto da DGEMN<br />

— e mais concretamente a sua colaboração com A<strong>de</strong>lino Nunes e Jorge Segurado — um dos<br />

factores principais para mudança <strong>de</strong> paradigma na obra do nosso arquitecto. Será interessante<br />

verificar que foi no quadro das obras públicas que <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> se aproximou das<br />

abordagens mo<strong>de</strong>rnas no contexto arquitectónico. De facto, a realida<strong>de</strong> política e social do<br />

país nos anos 30 está associada a essas mudanças. Não só, num primeiro momento, o Estado<br />

Novo apoiou a vanguarda, como também as necessida<strong>de</strong>s das populações potenciaram<br />

respostas mo<strong>de</strong>rnas aos problemas infra-estruturais, <strong>de</strong> acordo como o que anteriormente<br />

observámos. 130<br />

Neste sentido, a elaboração dos novos edifícios para a Emissora Nacional (EN), já<br />

mencionada, assumiu paradigmaticamente uma ruptura com arquitectura tradicional. <strong>Amílcar</strong><br />

<strong>Pinto</strong> foi nomeado para a Comissão Administrativa <strong>de</strong> tais projectos em 1931 131 . Os edifícios,<br />

concluídos em 1933, seriam inaugurados em 1935 132 , vindo a surgir nas páginas <strong>de</strong> A<br />

Arquitectura Portuguesa apenas em 1938 133 . Já se esclareceu, que no edifício dos estúdios<br />

(Rua do Quelhas) o mo<strong>de</strong>lo clássico convive com pormenores <strong>de</strong>corativos mo<strong>de</strong>rnos, sendo<br />

que o espaço anterior se insere claramente numa proposta art <strong>de</strong>co. Ao passo que o edifício<br />

emissor 134 , em toda a sua concepção, transmitia a força das linhas geométricas da<br />

mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. Foi notória a aproximação a outros mo<strong>de</strong>los 135 . A participação <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />

nestas obras, <strong>de</strong>ve ter tido maior impacte na formulação da <strong>de</strong>coração dos interiores, ainda<br />

que sem <strong>de</strong>scurar o papel activo que certamente teve na concepção geral. Analisando a<br />

carreira dos três intervenientes, parece-nos que <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> beneficiou da colaboração com<br />

os jovens arquitectos A<strong>de</strong>lino Nunes e Jorge Segurado, no sentido <strong>de</strong> uma maior aproximação<br />

a novos programas e a novos mo<strong>de</strong>los estéticos.<br />

130 TOSTÕES, Ana Cristina, ―Arquitectura Portuguesa do século XX‖, ob. cit., p. 17 a 25.<br />

131 Arquivo IRHU, Processo individuais/Processo individual <strong>Amílcar</strong> da Silva <strong>Pinto</strong>, processo 3196/DGEMN, fl. 13.<br />

132 ―O Sr. Presi<strong>de</strong>nte da República inaugurou oficialmente a Emissora Nacional‖, em Rádio Semanal, sup. do Jornal do<br />

Comércio e das Colónias, Lisboa, n.º 24509, ano 82, 10 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1935, p. 1, 12,13 e 23<br />

133 ―Emissora Nacional – projecto dos arquitectos: <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>, A<strong>de</strong>lino Nunes e Jorge Segurado‖, Arquitectura<br />

Portuguesa e Cerâmica e Edificação, Lisboa, ano XXXI, n.º 39 (3ª série), Junho <strong>de</strong> 1938, p. 14 a 15. A publicação <strong>de</strong>ste<br />

projecto reflectia uma alteração i<strong>de</strong>ológica na direcção da revista, a qual, consultando os projectos publicados, se começou a<br />

operar a partir <strong>de</strong> meados da década <strong>de</strong> 30.<br />

134 PALMEIRO, João <strong>de</strong> Morais, ―Viagem internacional à volta das Emissoras – II Os «Feiticeiros <strong>de</strong> Barcarena»‖ em Rádio<br />

Semanal , suplemento <strong>de</strong> Jornal do Comércio e das Colónias, Lisboa, n.º 24261, ano 82, 20 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1934, p. 8 e 9.<br />

135 TOSTÕES, Ana Cristina, ―Arquitectura Portuguesa do século XX‖, ob. cit., p. 20,21; LOPES, Tiago, O Teatro Rosa<br />

Damasceno <strong>de</strong> Santarém – significados <strong>de</strong> uma intervenção, Porto, Prova final da licenciatura em Arquitectura apresentada à<br />

FAUP, Outubro <strong>de</strong> 2008. [Policopiado]

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!