Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
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As multiplicida<strong>de</strong>s do traço — uma análise sistemática da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />
135<br />
Capítulo 3<br />
A construção foi feita em betão, alvenaria hidráulica, alvenaria <strong>de</strong> tijolo e ma<strong>de</strong>ira,<br />
já eram constantes e muito presentes as preocupações com regras <strong>de</strong> segurança neste tipo<br />
edifício. No total o teatro tinha capacida<strong>de</strong> para 768 lugares sentados 464 .<br />
3.2.5 – Arquitectura(s) em transição<br />
A década <strong>de</strong> 40 irá trazer um novo processo <strong>de</strong> transição, digamos assim, à obra <strong>de</strong><br />
<strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>. De facto, já fomos analisando diversos projecto on<strong>de</strong> compromisso formal e<br />
estético se tornando, como maior o menor peso evi<strong>de</strong>nte — como por exemplo no Hotel<br />
Abidis ou mais tar<strong>de</strong> no Cine-Teatro <strong>de</strong> Alcácer do Sal.<br />
Na verda<strong>de</strong>, o edifício para a Caixa <strong>Geral</strong> <strong>de</strong> Vila Nova <strong>de</strong> Gaia, construído a<br />
encerrar a década <strong>de</strong> 30 465 e — já em 1942 — o Teatro Cine <strong>de</strong> Gouveia consistiram nas<br />
últimas obras on<strong>de</strong> a opção pelo mo<strong>de</strong>rno ainda é assumida, se bem que já com algumas<br />
ligeiras soluções <strong>de</strong> compromisso no último caso. As linhas simples <strong>de</strong>sses edifícios, assim<br />
como a relação horizontalida<strong>de</strong>/verticalida<strong>de</strong> que transmitem ou a proporcionalida<strong>de</strong> dos<br />
volumes, aproximam-se <strong>de</strong> um amadurecimento das dinâmicas próprias no campo<br />
linguístico da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. No entanto, mesmo nestes projectos já po<strong>de</strong>ríamos ver<br />
soluções dissonantes, com o <strong>de</strong>saparecimento do telhado plano em Gouveia ou friso <strong>de</strong><br />
baixos-relevos (não executado) em Gaia.<br />
O projecto <strong>de</strong> um prédio <strong>de</strong> habitação para Alberto Miguel traduz melhor esta<br />
reaproximação a mo<strong>de</strong>los clássicos sem um total abandono <strong>de</strong> certos pormenores do<br />
mo<strong>de</strong>rno. Do ponto <strong>de</strong> vista tecnológico, por exemplo, o betão não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser utilizado.<br />
Neste caso, como no do Hotel Abidis, o aparelhamento do exterior do piso térreo<br />
correspon<strong>de</strong> a motivos e geométricos e a uma lógica <strong>de</strong>corativa distante do resto do prédio.<br />
Será interessante verificar que esta solução era comum, tanto <strong>de</strong> uma forma ou <strong>de</strong> outra.<br />
Muitas vezes, neste período, existe uma clara separação estética entre o piso térreo <strong>de</strong> um<br />
prédio <strong>de</strong> rendimento e o <strong>de</strong>senvolvimento dos pisos superiores 466 .<br />
464<br />
I<strong>de</strong>m, ibi<strong>de</strong>m.<br />
465<br />
Veja-se MENÈRES, António, Fotografias <strong>de</strong> antiga Agência da Filial <strong>de</strong> Vila Nova <strong>de</strong> Gaia, Vila Nova <strong>de</strong> Gaia,<br />
1977, Arquivo pessoal <strong>de</strong> António Menéres<br />
466<br />
Sobre isto veja-se BUARQUE, Irene; COELHO, Hél<strong>de</strong>r Paiva; LOPES, Isabel Costa; PEREIRA, Nuno Teotónio,<br />
Montijo um património a preservar – arquitectura doméstica <strong>de</strong> expressão protomo<strong>de</strong>rna, Montijo, Câmara Municipal<br />
do Montijo/Edições Colibri, col. ―<strong>Estudo</strong>s Locais Cultura‖, n.º 6, 2007 e JANEIRO, Carlos, O que nos dizem as casas –<br />
conceitos e preconceitos na arquitectura doméstica <strong>de</strong> Coruche, Coruche, Câmara Municipal /Museu Municipal <strong>de</strong><br />
Coruche, col. ―Trajectos da História‖, 2006.