Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
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As multiplicida<strong>de</strong>s do traço — uma análise sistemática da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />
56<br />
Capítulo 3<br />
on<strong>de</strong> observamos um mo<strong>de</strong>rnismo tardio, já em compromisso com outras soluções. Por<br />
outro lado, à luz do que se conhece hoje, não sendo esta associação uma verda<strong>de</strong><br />
lapaliciana, em muitos casos as tipologias arquitectónicas associam-se a mo<strong>de</strong>los formais:<br />
foi mais provável os equipamentos públicos traduzirem uma linguagem mo<strong>de</strong>rna, enquanto<br />
as tipologias <strong>de</strong> habitação assumiram a predominância do tradicional. Na verda<strong>de</strong>, cada<br />
projecto <strong>de</strong>ve ser encarado como um acontecimento único, tendo na sua génese uma<br />
varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> factores, que vão, para lá da técnica, do gosto ou da vonta<strong>de</strong> do arquitecto,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a encomenda às normas jurídicas da época, ou até à actuação dos po<strong>de</strong>res locais.<br />
Decorrendo das fases que observamos, propomos uma abordagem diacrónica dos<br />
trabalhos mais significativos da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>. Desta forma, no primeiro ponto <strong>de</strong><br />
análise incluímos, em momentos distintos, três vertentes, do <strong>de</strong>signamos por ―gosto<br />
tradicional‖ na obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>. Inicialmente, abordamos a sua interpretação do<br />
tradicional, associada à primeira fase da sua obra, na qual as tipologias <strong>de</strong> moradia e <strong>de</strong><br />
escola foram dominantes. Devido às características particulares do imóvel e ao programa<br />
<strong>de</strong> equipamento público, autonomizámos num momento próprio, a análise do Mercado<br />
Municipal <strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Lima. Posteriormente, analisamos a reinterpretação <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo<br />
tradicional associada ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada tipologia <strong>de</strong> habitação, já<br />
nos anos 50.<br />
No segundo ponto global, exploramos um período <strong>de</strong> ―tentação da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>‖,<br />
que foi transparecendo na obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> a partir da década <strong>de</strong> 30. Aprofundamos a<br />
abordagem dos novos edifícios para a Emissora Nacional, reforçando o seu papel <strong>de</strong><br />
charneira, no contexto da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>. Nesse ponto, merecerão particular<br />
<strong>de</strong>staque três programas <strong>de</strong> equipamentos: em primeiro lugar, os cafés <strong>de</strong> província<br />
(<strong>de</strong>stacando o Café Central <strong>de</strong> Santarém); <strong>de</strong>pois, os emblemáticos projectos para cine-<br />
teatros; por último, as estações dos correios — <strong>de</strong>senhadas individualmente, ou em<br />
colaboração com A<strong>de</strong>lino Nunes. Haverá ainda um momento próprio para avaliação <strong>de</strong><br />
várias ―arquitecturas em transição‖ neste quadro da obra multifacetada <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>.<br />
Analisamos ainda, numa lógica interpretativa, a acção da obra construída <strong>de</strong>ste arquitecto<br />
sobre a cida<strong>de</strong> e o <strong>de</strong>senvolvimento urbano nos locais on<strong>de</strong> trabalhou.<br />
Num terceiro momento, explanamos a nossa investigação sobre outra faceta da obra<br />
<strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>: a <strong>de</strong>coração <strong>de</strong> interiores, muitas vezes associada ao <strong>de</strong>senho do<br />
mobiliário.