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Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

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As multiplicida<strong>de</strong>s do traço — uma análise sistemática da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />

114<br />

Capítulo 3<br />

Neste caso, o <strong>de</strong>saparecimento do telhado coberto ou reintrodução <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s<br />

pintadas <strong>de</strong> branco, sem a pedra ou o reboco à vista, constituíam sinais da fraca penetração<br />

da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> na província. Ainda que a configuração da entrada ou a própria <strong>de</strong>coração<br />

da porta metálica — seguido o mo<strong>de</strong>lo resultante dos estudos <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> — não se<br />

coadunem com soluções clássicas, o conjunto edificado revela aproximações claras a um<br />

paradigma tradicional 383 .<br />

Terá sido este projecto resultado <strong>de</strong> uma inflexão estética na obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong><br />

<strong>Pinto</strong>? Alguns po<strong>de</strong>rão ver aqui já um prenúncio do retorno a velhos cânones do início da<br />

carreira <strong>de</strong>ste arquitecto. Contudo, <strong>de</strong>vemos sempre ter em consi<strong>de</strong>ração a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

adaptação a postulados estéticos que <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> <strong>de</strong>monstra, ao longo da sua carreira.<br />

Por outro lado, não serão <strong>de</strong> <strong>de</strong>scurar eventuais pressões locais — das quais temos provas<br />

no caso <strong>de</strong> Seia e aqui apenas po<strong>de</strong>mos adivinhar —, na <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma matriz<br />

―regionalista‖ para o novo edifício dos CTT. Apenas chegaram até nós várias fotografias<br />

(todas do mesmo ângulo) da fachada do edifício, po<strong>de</strong>mos conjecturar algumas divisões,<br />

sempre presentes nestes imóveis, tais como: o espaço vestibular para o público, a sala dos<br />

serviços postais, a sala do telégrafo e um segundo andar para habitação do chefe <strong>de</strong><br />

estação 384 . A configuração da fachada sugere ter-se tratado <strong>de</strong> uma adaptação do projecto<br />

tipo 3 da CNE/CTT.<br />

Inaugurada em 1946, a estação dos CTT <strong>de</strong> Seia <strong>de</strong>ve ter sido a última a ter tido a<br />

intervenção <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>. Tendo em conta que nesta época <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> já não<br />

trabalhava na DGEMN 385 , estamos em crer que houve apenas uma colaboração prévia,<br />

com A<strong>de</strong>lino Nunes, na adaptação <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo à localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Seia — neste caso,<br />

claramente, o projecto tipo 1. Esta será talvez a atribuição mais discutível, das que neste<br />

ensaio assumimos, tendo em conta o efectivo afastamento <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> das ―obras<br />

públicas‖. Note-se, contudo, que à data do início das obras, 1943, <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> ainda<br />

estava no quadro público e trabalhos noutras construções em Gouveia. Assim, facilmente<br />

po<strong>de</strong>ria, mesmo que a título particular, ter dado algum apoio à primeira fase da construção<br />

http://iapxx.arquitectos.pt/, 21 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 06, 16h40.), o qual atribuiu a <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>, por lapso, a estação <strong>de</strong> CTT do<br />

Fundão construída em 1966/67, altura em que arquitecto, <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> avançada, para já além não trabalhar para o MOPTC,<br />

estava envolvido em vários projectos em Santarém, tornando impossível essa atribuição.<br />

383 Fotografia da Estação dos CTT do Fundão [Arquitecto <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>, atribuída, 1938], autor <strong>de</strong>sconhecido, 1938,<br />

Arquivo da Fundação Portuguesa para as Comunicações (FPC).<br />

384 Vejam-se os mo<strong>de</strong>los em: Relatório da Comissão para o estudo dos novos edifícios dos CTT‖, em Revista do<br />

Sindicato Nacional <strong>de</strong> Arquitectos, Lisboa, ano 1, n.º 6, Outubro <strong>de</strong> 1938, p. 168-172<br />

385 Solicitou licença ilimitada em 1935, a qual teve efectivida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong> 1941, dando-se a rescisão do vínculo ao<br />

serviço público em 1946.

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