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Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

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Tendências gerais da arquitectura portuguesa na primeira meta<strong>de</strong> do século XX<br />

15<br />

Capitulo 1<br />

arquitectura europeia 18 . Nesses ―loucos anos vinte‖, a linguagem e o gosto das arts<br />

<strong>de</strong>coratifs também se foram exprimindo entre nós, estando presente nas fachadas, com<br />

elementos geométricos constantes, bem como no próprio <strong>de</strong>senho dos volumes. Pardal<br />

Monteiro, Carlos Ramos, Cristino da Silva, Jorge Segurado, ou Cottineli Telmo são<br />

alguns dos autores que protagonizam estas transformações 19 .<br />

No entanto, a evolução do gosto era lenta. O chamado ―estilo D. João V‖,<br />

<strong>de</strong>signação corrente <strong>de</strong> um revivalismo que se prendia reportar ao século XVIII, vai<br />

persistindo, sobretudo nas habitações burguesas dos latifundiários da província 20 . Aliás,<br />

foi também essa a linguagem dos pavilhões portugueses das exposições internacionais<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro (1922) ou <strong>de</strong> Sevilha (1929) , riscados pela mão dos mesmos autores,<br />

<strong>de</strong> uma certa mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> apostada numa linguagem funcionalista 21 . A tradição<br />

persistia, numa lógica a que não po<strong>de</strong> ser alheia a manutenção <strong>de</strong> quadro mental<br />

romântico nas elites nacionais, avessas à vanguarda, e <strong>de</strong>fensoras <strong>de</strong> uma matriz<br />

nostálgica <strong>de</strong> carácter nacionalista 22 .<br />

Os anos 30, contudo, trouxeram um fulgor <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> à produção<br />

arquitectónica portuguesa. As gran<strong>de</strong>s obras públicas do novo regime — <strong>de</strong>signado<br />

―Estado Novo‖ a partir <strong>de</strong> 1933 23 —, os equipamentos dos múltiplos centros urbanos<br />

em renovação e até um ressurgimento <strong>de</strong> mentalida<strong>de</strong>s das elites, no sentido da<br />

reivindicação da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, possibilitaram um ―efémero mo<strong>de</strong>rnismo‖, no qual<br />

enfileiram os arquitectos da ―nova geração‖ 24 . Tal como sustentou Nuno Portas, vão ser<br />

os arquitectos diplomados nas duas primeiras décadas do século, apesar da sua<br />

orientação assumidamente clássica, os autores <strong>de</strong> uma nova produção arquitectónica,<br />

bastante próxima da vanguarda europeia 25 . Estes jovens arquitectos irão assumir, ainda<br />

que nem sempre <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>clarada, a influência <strong>de</strong> Le Corbusier, e, em diversos casos<br />

18<br />

PORTAS, Nuno, ob. cit. p. 170 a 194 e LOPES, Tiago Soares, O Teatro Rosa Damasceno <strong>de</strong> Santarém –<br />

significados <strong>de</strong> uma intervenção, prova final em Arquitectura apresentada à Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Arquitectura da<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> do Porto, Porto FAUP, Setembro 2008 [Policopiado], p. 20 a 23.<br />

19<br />

TOSTÕES, Ana, ob. cit., p. 17 a 20.<br />

20<br />

Como por exemplo no projecto <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> para Joaquim Celorico Palma <strong>de</strong> um palacete em Beja, veja-se:<br />

―Arquitectura Tradicional Portuguesa – Casa do Sr. António Joaquim Palma na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Beja‖ [arquitectos <strong>Amílcar</strong><br />

<strong>Pinto</strong> e Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Carvalho], em Arquitectura Portuguesa – revista mensal <strong>de</strong> construção e arquitectura prática,<br />

Lisboa, n.º 7, ano XVIII, Julho <strong>de</strong> 1925, p. 25 a 26<br />

21<br />

Cit. TOSTÕES, Ana, ob cit., p. 20.<br />

22<br />

Veja-se por exemplo LINO, Raul, Casa Portuguesas – alguns apontamentos sobre o arquitectar <strong>de</strong> casas simples,<br />

Lisboa, Livros Cotovia, 10.ª edição, 2001.<br />

23<br />

Veja-se PEREIRA, Nuno Teotónio, ―Arquitectura‖, em Dicionário <strong>de</strong> História do Estado Novo, coord. Fernando<br />

Rosas e J. M. Brandão <strong>de</strong> Brito, Lisboa, Círculo <strong>de</strong> Leitores, 1996, p.61-64<br />

24<br />

PORTAS, Nuno, ob. cit. p. 175<br />

25 I<strong>de</strong>m, ibi<strong>de</strong>m.

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