Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
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<strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>: um arquitecto português do século XX<br />
158<br />
Conclusão – A exumação da memória<br />
As Estações do Correios, como no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta tese sustentámos,<br />
constituirão um gran<strong>de</strong> manancial <strong>de</strong> estudo para a história da nossa arquitectura do<br />
século XX. Na verda<strong>de</strong>, falta, ainda, uma obra <strong>de</strong> conjunto sobre este programa<br />
arquitectónico. Será necessário começar por estudar e inventariar as estações<br />
construídas entre 1933 e 1951 pela CNE/CTT, abordando as lógicas <strong>de</strong> adaptação dos<br />
projectos tipo e, obviamente, as questões da autoria em muitos casos em aberto.<br />
Na gran<strong>de</strong> maioria das nossas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pequena e média dimensão, está por<br />
arrolar o património mo<strong>de</strong>rno. Em Santarém, a abordagem da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />
está a contribuir para a <strong>de</strong>fesa do património mo<strong>de</strong>rno. Consi<strong>de</strong>remos, com a humilda<strong>de</strong><br />
que nos caracteriza, que esta pesquisa, a médio prazo, po<strong>de</strong>rá abrir caminho a um estudo<br />
<strong>de</strong> conjunto do <strong>de</strong>senvolvimento da cida<strong>de</strong> escalabitana, durante o século XX,<br />
integrando o inventário do património local mo<strong>de</strong>rno e contemporâneo.<br />
Para além <strong>de</strong> qualquer um <strong>de</strong>stes caminhos, a exumação da memória <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong><br />
<strong>Pinto</strong> não acaba aqui. Propomos a continuação do inventário da sua obra, bem com da<br />
produção <strong>de</strong> eventos <strong>de</strong> divulgação da mesma. Por outro lado, afloramos a faceta <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>corador <strong>de</strong>ste arquitecto. Nesse caso, existe todo um caminho a percorrer, que<br />
passará, primeiramente pelo inventário do mobiliário <strong>de</strong>senhado por <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>.<br />
Depois, será necessário comprovar a sua imputada autoria <strong>de</strong> diversos painéis <strong>de</strong><br />
azulejos e, sendo assim, torna-se imperioso estudar com maior <strong>de</strong>talhe essa faceta da<br />
sua obra.<br />
Como muitos autores da sua geração, <strong>Pinto</strong> dividiu-se (…) entre o gosto pelo<br />
<strong>de</strong>senho mo<strong>de</strong>rnista <strong>de</strong> base internacionalista, com uso <strong>de</strong> uma estética Art Deco e uma<br />
expressão purista e geometrista, e a apetência por programas <strong>de</strong> cariz neo-tradicional,<br />
mais ligados aos temas formais regionais e historicistas — escreveu há bem pouco<br />
tempo José Manuel Fernan<strong>de</strong>s 536 . Ao longo <strong>de</strong>ste texto, construímos a biografia possível<br />
e <strong>de</strong>bruçamo-nos sobre essa multiplicida<strong>de</strong> do traço em que <strong>Pinto</strong> se dividiu. Em jeito<br />
<strong>de</strong> salvaguarda, aqui ficam memórias <strong>de</strong> um arquitecto português no século XX:<br />
<strong>Amílcar</strong> Marques da Silva <strong>Pinto</strong>.<br />
536 FERNANDES, José Manuel “<strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>, nos 120 do seu nascimento”, em Jornal Arquitectos #239, Lisboa:<br />
Or<strong>de</strong>m dos Arquitectos, Abril/Maio/Junho, 2010.