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Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

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As multiplicida<strong>de</strong>s do traço — uma análise sistemática da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />

96<br />

Capítulo 3<br />

arquitecto, a gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong>las na província, on<strong>de</strong>, pelos mais diversos motivos se ia<br />

sentido uma ―fome <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>‖ na expressão <strong>de</strong> José Manuel Fernan<strong>de</strong>s 330 .<br />

Na verda<strong>de</strong>, nesta fase da produção <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>, atravessada por uma<br />

constante tentação do mo<strong>de</strong>rno (muitas vezes assumida, outras apenas aparente), o<br />

arquitecto acabou por <strong>de</strong>monstrar duas valências particulares. Por um lado, uma<br />

assinalável versatilida<strong>de</strong> na adaptação aos diversos programas e tipologias funcionais. Por<br />

outro, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma obra arquitectónica, a qual, num quadro <strong>de</strong><br />

renovação da pequenas e médias cida<strong>de</strong>s do interior, potenciava o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<br />

novo pensamento urbanístico. Desta forma, estamos em crer que nas cida<strong>de</strong>s e nas vilas<br />

on<strong>de</strong> actuou, <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>, trouxe um fulgor <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> enquanto ―arquitecto na<br />

província‖ 331 .<br />

Tendo em conta o que se enunciou anteriormente, esta fase, dita ―mo<strong>de</strong>rnista‖, na<br />

produção <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>, vai <strong>de</strong> 1933 (com o projecto dos novos edifícios para Emissora<br />

Nacional) a 1942 (inauguração do Teatro Cine <strong>de</strong> Gouveia). Não são, não nos cansamos <strong>de</strong><br />

o frisar, datas estanques, mas antes indicadores metodológicos <strong>de</strong> um período marcado por<br />

características dominantes.<br />

Agora, a encomenda diferencia-se da fase anterior. Assim, ao invés <strong>de</strong> projectos<br />

habitacionais, são agora predominantes os equipamentos públicos. A clientela tipo não é a<br />

mesma. A encomenda estatal torna-se mais usual, quer através do expediente das funções<br />

públicas ocupadas <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>, quer por meio da contratação do seu ateliê pelo Estado<br />

ou por outras entida<strong>de</strong>s públicas. Para além do Estado, a clientela tipo <strong>de</strong>ste arquitecto<br />

passou a integrar pequenas empresas <strong>de</strong> melhoramentos locais, <strong>de</strong>dicadas à construção e à<br />

rentabilização <strong>de</strong> equipamentos socioculturais, geralmente constituídas como socieda<strong>de</strong>s<br />

limitadas. Não raras vezes, estas empresas nasciam da iniciativa <strong>de</strong> um capitalista local<br />

com intenções beneméritas e progressistas. Noutros casos, geravam-se pela iniciativa <strong>de</strong><br />

grupos <strong>de</strong> profissionais liberais, mais ou menos homogéneos política e economicamente,<br />

reunidos sob o interesse <strong>de</strong> ―mo<strong>de</strong>rnizar a sua terra‖.<br />

No que respeita às tipologias funcionais <strong>de</strong>senvolvidas, <strong>de</strong>stacam-se as estações dos<br />

CTT, bem como os cineteatros. No primeiro caso, essas obras integram-se num gran<strong>de</strong><br />

330 FERNANDES, José Manuel, ―A cida<strong>de</strong> e as serras: urbanida<strong>de</strong> da arquitectura mo<strong>de</strong>rnista‖, Arquitectura Portuguesa<br />

– Temas Actuais II¸ Lisboa, Livros Cotovia, col. ―três razões‖, 2005, p. 105 a 115.<br />

331 LOPES, Tiago Soares; NORAS, José R., ―<strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>, o arquitecto na província‖, em Monumentos, Lisboa,<br />

Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, n.º 29, p. 172 a 179.

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