Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
As multiplicida<strong>de</strong>s do traço — uma análise sistemática da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />
125<br />
Capítulo 3<br />
ganhando e comodida<strong>de</strong> e em acústica. Na revista Arquitectura Portuguesa, o artigo sobre<br />
o ―renovado‖ Teatro Rosa Damasceno — publicado em 1939 — sustenta que se trata <strong>de</strong><br />
um trabalho classificável <strong>de</strong> perfeito sob o ponto <strong>de</strong> vista ótico-acústico tão importante em<br />
construções do género 432 . Na construção <strong>de</strong> um cinema, ou cine-teatro, a disposição da sala<br />
e a sua orientação em relação ao público, assumia-se claramente, como âmago da<br />
activida<strong>de</strong> arquitectónica, equilibrando exigências <strong>de</strong> espaço, soluções técnicas e valores<br />
estéticos 433 .<br />
Contudo, foi no <strong>de</strong>senho da configuração interior que a imaginação estética do<br />
arquitecto mais se impôs. O 1º balcão, fazendo uso das facilida<strong>de</strong>s construtivas inerentes<br />
ao betão armado, está assente num plano inclinado <strong>de</strong> vigas — as quais partiam do<br />
segundo foyer para o fim do primeiro, cobrindo na sua extensão cerca <strong>de</strong> um terço da<br />
plateia. No final <strong>de</strong>sta plano quadrangular, surgem duas alas <strong>de</strong> camarotes, construídas em<br />
consola, dando a ilusão <strong>de</strong> uma continuida<strong>de</strong> lateral do tecto da plateia . O 2º balcão (cujo<br />
acesso se fazia por porta exterior ao corpo central do edifício) foi edificado num plano<br />
inclinado sobre primeiro, ao nível do tecto do segundo foyer. Desta forma, abria em duas<br />
alas laterais, que terminavam com elegância em frisas, cobrindo até meta<strong>de</strong> os camarotes<br />
do balcão inferior 434 .<br />
Teatro Rosa Damasceno, Santarém<br />
Aspectos do interior da sala<br />
432<br />
―Teatro Rosa Damasceno, em Santarém – arq. <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>‖, Arquitectura Portuguesa e Cerâmica e Edificação,<br />
Lisboa, ano XXXI (3.ª série), n.º 46, Janeiro <strong>de</strong> 1939, p. 14.<br />
433<br />
Custódio, Jorge, ―Teatro Rosa Damasceno‖ [Memória <strong>de</strong>scritiva], em Património Monumental <strong>de</strong> Santarém –<br />
Inventário, <strong>Estudo</strong>s Descritivos‖, p.218.<br />
434<br />
PINTO, <strong>Amílcar</strong>, ―Memória <strong>de</strong>scritiva para os trabalhos da ampliação e modificação do Teatro Rosa Damasceno em<br />
Santarém‖ em ob. cit. fl. 67.<br />
Imagem 62<br />
Fotografias <strong>de</strong> José Manuel Fernan<strong>de</strong>s, 1978