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Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

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As multiplicida<strong>de</strong>s do traço — uma análise sistemática da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />

60<br />

Capítulo 3<br />

um jardim ao ―gosto romântico‖, que se estendia entre este edifico e o Gran<strong>de</strong> Hotel 231 .<br />

As propostas para o Gran<strong>de</strong> Hotel assumiam os mesmos postulados formais.<br />

Porém, os corpos das fachadas <strong>de</strong>senvolviam-se com maior sobrieda<strong>de</strong>, em comparação<br />

com o <strong>de</strong>senvolvimento frontal do Casino. A entrada <strong>de</strong> aparato, neste caso reforçava a<br />

horizontalida<strong>de</strong> do conjunto, com uma galilé em dois pisos no acesso principal. O<br />

entablamento da entrada era reproduzido, em menor escala, no fim dos dois corpos laterais.<br />

Desta forma, o aspecto exterior e mesmo o ambiente interior reproduziam, antes um<br />

programa clássico e não tão marcadamente eclético como o do Casino 232 .<br />

As vicissitu<strong>de</strong>s políticas e económicas, que inviabilizaram a construção do Casino,<br />

ditaram também a <strong>de</strong>turpação total do que fora projectado para o Gran<strong>de</strong> Hotel 233 . Na<br />

realida<strong>de</strong>, o Hotel Palace (hoje Inatel Palace) resultou, em nosso enten<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> um<br />

compromisso entre várias propostas, com bastante intervenção <strong>de</strong> pelo um outro arquitecto<br />

na fase <strong>de</strong> construção 234 . O edificado resultou num pastiche <strong>de</strong> gosto eclético, com duas<br />

entradas <strong>de</strong> aparato, no qual a forma quase nunca segue a função e o exagero <strong>de</strong>corativo é<br />

constante 235 . Este edifício representa a imagem <strong>de</strong> uma arquitectura muito comprometida<br />

com parâmetros revivalistas, com a qual <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> teve, ainda, afinida<strong>de</strong>s e, como a<br />

breve trecho, se dá conta, nesse ―estilo‖ <strong>de</strong>senvolveu outros programas tipológicos. Para<br />

além disso, este caso será exemplo da intervenção pouco habilitada <strong>de</strong> técnicos (ou até <strong>de</strong><br />

arquitectos menos qualificados), resolvendo na ―integração <strong>de</strong> todos os estilos‖ os<br />

problemas arquitectónicos que se lhes apresentavam 236 . De referir ainda, a ligação <strong>de</strong><br />

<strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> a um empresariado interventivo, o qual, no contexto, pretendia dotar um<br />

espaço rural <strong>de</strong> infra-estruturas associadas a um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

231 Veja-se inventário ficha 927.SPS.01.P e ―Arquitectura Tradicional Portuguesa – O gran<strong>de</strong> casino nas Termas <strong>de</strong> S.<br />

Pedro do Sul‖, em ob. cit., ibi<strong>de</strong>m, p. 49 a 51 e estampa.<br />

232 Veja-se inventário ficha 927.SPS.02. e ―Arquitectura Tradicional Portuguesa – Projecto <strong>de</strong> um Gran<strong>de</strong> Hotel para as<br />

Termas <strong>de</strong> S. Pedro do Sul‖, em ob. cit., ibi<strong>de</strong>m, p. 21 a 23 e estampa.<br />

233 Sobre esta polémica veja-se FERREIRA <strong>de</strong> ALMEIDA, Thermas <strong>de</strong> São Pedro do Sul (Caldas <strong>de</strong> Lafões) – Album<br />

regional, Porto, Tipo-lito Gonçalves e Nogueira Lda., 1930; PINTO, Maria <strong>de</strong> Fátima; PAULO, João (fotografias),<br />

Inatel Palace – Termas <strong>de</strong> São Pedro do Sul, Lisboa, INATEL Abril <strong>de</strong> 1999 e FERREIRA <strong>de</strong> ALMEIDA, ―Interesses<br />

Regionais – o Gran<strong>de</strong> Hotel das Caldas <strong>de</strong> Lafões‖, em Povo da Beira, S. Pedro do Sul, Ano 21, n.º 1088, 21 <strong>de</strong> Agosto<br />

<strong>de</strong> 1927, p.1 e 2.<br />

234 Veja-se LOURENÇO, J. Rodrigues, ―Uma obra Grandiosa – O que a Empreza Diniz quer e o que a Empreza Diniz<br />

dá. Justiça da história‖, em Povo da Beira, S. Pedro do Sul, ano 22, n.º 1141, 30 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1929, p.2.<br />

235 Apesar, das extensivas alterações ao projecto, nas quais não sabemos qual o papel <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>, enten<strong>de</strong>mos<br />

incluir este objecto tanto no Inventário da sua obra, como na presente análise.<br />

236 Cf. LOURENÇO, J. Rodrigues, ob. cit., i<strong>de</strong>m; FERNANDES, José Manuel, ―A cida<strong>de</strong> e as serras: urbanida<strong>de</strong> da<br />

arquitectura mo<strong>de</strong>rnista‖, Arquitectura Portuguesa – Temas Actuais II¸ i<strong>de</strong>m, ibi<strong>de</strong>m, p. 105 a 115.

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