16.06.2013 Views

Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Tendências gerais da arquitectura portuguesa na primeira meta<strong>de</strong> do século XX<br />

20<br />

Capitulo 1<br />

directamente da transformação em escola da antiga Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Belas da capital. Esta<br />

reforma no ensino artístico vinha <strong>de</strong> encontro às conclusões da uma comissão, criada<br />

para o efeito por governos anteriores, li<strong>de</strong>rada por Joaquim <strong>de</strong> Vasconcelos. Na<br />

verda<strong>de</strong>, as críticas ao sistema <strong>de</strong> ensino artístico português, formuladas por<br />

Vasconcelos, reproduziam as mesmas conclusões avançadas pelo Marquês Sousa<br />

Holstein, na década <strong>de</strong> 60 <strong>de</strong>sse século 46 .<br />

<strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> nasceu <strong>de</strong>z <strong>de</strong>pois da criação da escola on<strong>de</strong> se haveria <strong>de</strong> formar<br />

como arquitecto. Ao longo da sua infância, o sistema <strong>de</strong> ensino português <strong>de</strong><br />

arquitectura consolida-se em torno da Escola <strong>de</strong> Belas Artes <strong>de</strong> Lisboa, seguindo a<br />

tendência geral europeia <strong>de</strong> um ensino clássico em beaux arts — ainda que com<br />

pontuais aproximações às novas tendências tecnológicas. A criação, já no final do<br />

século XIX, das escolas técnicas <strong>de</strong> Lisboa e do Porto, dava origem a um tímido ensino<br />

da engenharia entre nós, numa lógica muito aproximada do movimento arts and crafts<br />

inglês. O ensino da arquitectura mantinha, no entanto, a sua orientação clássica, apesar<br />

<strong>de</strong> ir beneficiando da melhor preparação dos alunos, <strong>de</strong>vido às reformas no sistema <strong>de</strong><br />

ensino primário e preparatório 47 .<br />

A última década do século po<strong>de</strong>ria ter correspondido a uma estabilização do<br />

sistema, aliada a várias tentativas <strong>de</strong> harmonização do ensino entre a arte e a técnica,<br />

mas as críticas ao ensino das Belas Artes foram constantes. Assim, a reforma<br />

republicana das escolas <strong>de</strong> belas artes, acabou por correspon<strong>de</strong>r, mesmo que<br />

parcialmente, aos anseios das associações <strong>de</strong> classe e dos próprios estudantes. O ensino<br />

propriamente dito continuou, todavia, a ter uma vertente beauxartiana, a qual não será<br />

alheia o primado do professor José Luís Monteiro, na escola <strong>de</strong> Lisboa, entre 1890 e o<br />

início da gran<strong>de</strong> guerra 48 .<br />

O plano <strong>de</strong> reforma, aprovado em 1911, pressuponha um curso preparatório <strong>de</strong><br />

três anos, no qual se podia ingressar após a conclusão dos estudos primários. O curso<br />

preparatório dava acesso imediato ao curso especial <strong>de</strong> arquitectura. Um exame<br />

específico, juntamente com a apresentação <strong>de</strong> um diploma <strong>de</strong> ensino liceal, dispensava a<br />

frequência dos três anos preparatórios. No fim <strong>de</strong> cinco anos era necessária a realização<br />

<strong>de</strong> um tirocínio, <strong>de</strong> dois anos, em serviço público. Só concluía o curso quem <strong>de</strong>pois<br />

46<br />

VERDELHO da COSTA, Ernesto Korrodi (1889-1944) arquitectura, ensino e restauro do património, Lisboa, Ed.<br />

Estampa, p. 17 a 31.<br />

47<br />

I<strong>de</strong>m, ibi<strong>de</strong>m, p. 33.<br />

48<br />

RODOLFO, João <strong>de</strong> Sousa, Luís Cristino da Silva e a Arquitectura Mo<strong>de</strong>rna em Portugal, Lisboa, Publicações<br />

Dom Quixote, p. 33 a 42.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!