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Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

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As multiplicida<strong>de</strong>s do traço — uma análise sistemática da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />

92<br />

Capítulo 3<br />

abatidos formam uma galeria acesso ao espaço interior, o qual se organizava em torno do<br />

claustro. No piso superior, localizava um salão multiusos que albergava as mais diversas<br />

activida<strong>de</strong>s, bem como uma zona <strong>de</strong>stinada à recepção <strong>de</strong> convidados <strong>de</strong> honra da feira. No<br />

espaço térreo, existiam escritórios e diversas salas com funções administrativas 317 .<br />

A construção <strong>de</strong>finitiva da Casa do Campino veio substituir uma realida<strong>de</strong><br />

arquitectónica sazonal. A <strong>de</strong>signação ―Casa do Campino‖ foi utilizada, inicialmente, para<br />

i<strong>de</strong>ntificar o pavilhão expositivo <strong>de</strong> Coruche na I Feira do Ribatejo, organizada pela Junta<br />

Distrital, em 1944. 318 Posteriormente, após um largo interregno, a recriação da Feira do<br />

Ribatejo, em 1954, incorporou a existência <strong>de</strong> um ―pavilhão do Campino‖ com funções <strong>de</strong><br />

divulgação etnográfica. Nos anos seguintes, já sob a influência <strong>de</strong> Celestino Graça o<br />

certame regional <strong>de</strong>senvolveu-se adquirindo cada vez mais projecção nacional 319 . A partir<br />

<strong>de</strong> 1964 a Feira do Ribatejo passou a estar associada a novo evento, realizado em<br />

simultâneo, a Feira Nacional da Agricultura, adoptando doravante as duas <strong>de</strong>signações<br />

Feira do Ribatejo/Feira Nacional <strong>de</strong> Agricultura (FR/FNA). Nestas circunstâncias, a<br />

―Feira‖ necessitava cada vez mais estruturas perenes, que facilitassem o esforço<br />

organizativo. Destarte, a Casa do Campino passou <strong>de</strong> pavilhão temático, <strong>de</strong> algum modo<br />

efémero, a edifício central, com funções administrativas e capacida<strong>de</strong> para múltiplas<br />

utilizações 320 .<br />

A festa ribatejana, nesta altura, vivia um momento <strong>de</strong> expansão, possibilitando a<br />

progressiva consolidação e transformação <strong>de</strong> antigas estruturas sazonais. Os novos<br />

edifícios, naturalmente, adoptaram por mo<strong>de</strong>lo a Casa do Campino <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> na<br />

sua formulação estética e conceptual — isto, pelo menos numa primeira fase até à<br />

inauguração da nova praça <strong>de</strong> touros (concebida por Pedro Cid) em 1967 321 . <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />

interveio directa e indirectamente neste processo. Por um lado, o seu ―pavilhão do<br />

317 Veja-se FARINHA, Luís, ―Memória Descritiva‖ em Projecto <strong>de</strong> remo<strong>de</strong>lação do edifício da Casa do Campino<br />

e cavalarias anexas, Santarém, 1997, Arquivo do atelier <strong>de</strong> Luís Farinha [Policopiado].<br />

318 BARBOSA, Luísa, Feira Nacional da Agricultura/Feira do Ribatejo, Retrospectiva 1959-1988¸ Santarém,<br />

Edição da Comissão Executiva da FNA/FR, 1988, p. 7 a 16.<br />

319 I<strong>de</strong>m, ibi<strong>de</strong>m: NIZA, José, A Feira a Preto e Branco, fotografias <strong>de</strong> Fernando Diniz Ferreira, prefácio <strong>de</strong><br />

Francisco Moita Flores, Lisboa: Câmara Municipal <strong>de</strong> Santarém/Primepress, Dezembro <strong>de</strong> 2008.<br />

320 Na verda<strong>de</strong>, uma ―primeira‖ Casa do Campino foi consumida pelas chamas num incêndio, em 1964. Para<br />

a nova construção foi encomendado um projecto a <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>. A obra foi concluída em 1966 abrindo ao<br />

público durante a FR/FNA do mesmo ano. Sobre este assunto veja-se: BARBOSA, ob. cit, p. 7 a 16 e 51 a 67;―A<br />

nova estrutura da Feira do Ribatejo‖, em Correio do Ribatejo, Santarém, ano 74, n.º 3817, 10 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong><br />

1964, p.1..<br />

321 Sobre este projecto veja-se FERNANDES, José Manuel, ―Touradas Mo<strong>de</strong>rnas‖, em Arquitectura<br />

Portuguesa – Temas Actuais II¸ Lisboa, Livros Cotovia, col. ―três razões‖, 2005, p. 207 a 210.

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