Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
As multiplicida<strong>de</strong>s do traço — uma análise sistemática da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />
140<br />
Capítulo 3<br />
antigo Estádio José <strong>de</strong> Alvala<strong>de</strong> 482 . Po<strong>de</strong>rá, por via do seu sportinguismo militante,<br />
<strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> ter algum papel na futura concretização <strong>de</strong>sse espaço? São, por enquanto<br />
especulações, aten<strong>de</strong>mos antes no impacte nos meios urbanos da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>.<br />
Já em 1930, o Mercado Municipal <strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Lima, apesar <strong>de</strong> associado a uma<br />
estética revivalista, se inseriu no panorama <strong>de</strong> renovação da malha urbana 483 . Juntamente<br />
com o Mercado era projectado um bairro operário, numa zona ribeirinha <strong>de</strong> expansão da<br />
vila. Neste caso, os projectos foram <strong>de</strong> iniciativa municipal 484 .<br />
Em meados da década, <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> <strong>de</strong>senvolve uma proposta para a renovação<br />
do Jardim da República, em Santarém 485 . Tratou-se <strong>de</strong> uma tentativa <strong>de</strong> reorganização do<br />
antigo ―jardim romântico enquadrada na integração urbana da ―quinta <strong>de</strong> São Bento‖,<br />
perspectivando as novas ligações viárias 486 . A obra, no entanto, viu-se envolvida em<br />
polémica. O novo traçado do jardim não recolhia apoios entre a elite local, a própria<br />
ligação viária perspectivada foi contestada. Entre algumas franjas <strong>de</strong> apoio e outras <strong>de</strong> viva<br />
oposição <strong>de</strong>clarada <strong>de</strong> vários lí<strong>de</strong>res locais, as obras não foram avante 487 . Na verda<strong>de</strong>, o<br />
executivo municipal, promotor <strong>de</strong>ssa requalificação, acabaria exonerado pelo Governador<br />
Civil pouco <strong>de</strong>pois do início dos trabalhos no jardim 488 .<br />
As futuras intervenções <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> em Santarém 489 tiveram, como já vimos,<br />
melhor sorte. Em Abril <strong>de</strong> 1937 foi inaugurado o Café Central; em Março <strong>de</strong> 1938 era<br />
aberta o público a Estação dos CTT e, em Junho <strong>de</strong>sse ano, reabriu portas o renovado<br />
Teatro Rosa Damasceno. Estes três edifícios constituíram um eixo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> nesse<br />
quadro <strong>de</strong> renovação do espaço citadino escalabitano. Foram espaços que assistiam, com a<br />
482 ―Levantamentos do existente estádio José <strong>de</strong> Alvala<strong>de</strong>‖ em Espólio <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> – Arquivo <strong>de</strong> Rodrigo Pessoa<br />
483 ―Mercado Municipal <strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Lima‖ [arquitecto <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>], em Arquitectura Portuguesa – revista mensal <strong>de</strong><br />
construção e <strong>de</strong> arquitectura prática, Lisboa, n.º 7, ano XXIV (2ª série), Julho <strong>de</strong> 1931, p. 49 a 50 e p. 55.<br />
484 Cf. ―Um bairro operário em Ponte <strong>de</strong> Lima‖ [arquitecto <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong>], em Arquitectura Portuguesa – revista mensal<br />
<strong>de</strong> construção e <strong>de</strong> arquitectura prática, Lisboa, n.º 5, ano XXIII (2ª série), Maio <strong>de</strong> 1930, p. 35 a 37 e n.º 6, ano XXIII<br />
(2ª série), Junho <strong>de</strong> 1930, p. 41 a 42 e ―Mercado Municipal - Nota Oficiosa‖, em Car<strong>de</strong>al Saraiva, Ponte <strong>de</strong> Lima, n.º<br />
752, ano XVII, 7 <strong>de</strong> Janeiro 1928, p. 1 e 2<br />
485 Veja-se ficha <strong>de</strong> inventário 937.STR.01.<br />
486 PINTO, <strong>Amílcar</strong>, ―Transformação do Jardim da Republica – memória <strong>de</strong>scritiva e justificadora‖, Correio da<br />
Extremadura, Santarém, n.º 2419, 11 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1937, p. 6.<br />
487 ―O Jardim da República‖, em Correio da Extremadura, Santarém, ano 47, n.º 2424, 16 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1937, p. 6.;<br />
―Um projecto‖, em Correio da Extremadura, Santarém, n.º 2391, 24 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1937, p.1.<br />
488 ―Camara Municipal – Foi exonerada a Comissão Administrativa da Câmara Municipal <strong>de</strong> Santarém‖, em Correio da<br />
Extremadura, Santarém, n.º 2416, ano 47, 21 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1937, p. 2.<br />
489 Sobre o impacto das obras <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> no tecido urbano scalabitano veja-se LOPES, Tiago Soares; SILVA,<br />
Diana <strong>de</strong> Almeida, Mapa <strong>de</strong> Arquitectura das Obras <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> em Santarém, Santarém, Edição <strong>de</strong> José R. Noras,<br />
Tiago Soares Lopes e Rodrigo Pessoa, produção Câmara Municipal <strong>de</strong> Santarém, Março <strong>de</strong> 2010.