Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra
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As multiplicida<strong>de</strong>s do traço — uma análise sistemática da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />
66<br />
Capítulo 3<br />
Estas alterações resultaram sobretudo <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação do projecto <strong>de</strong><br />
arquitectura ao local, na realida<strong>de</strong> mais exíguo do que o proprietário suponha. As<br />
habitações <strong>de</strong>stinaram-se à exploração imobiliária através do arrendamento. Hoje em dia,<br />
<strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>molições e alterações diversas, subsiste apenas parte <strong>de</strong> uma das moradias. A<br />
<strong>de</strong>coração remanescente não permite constatar se houve uma supressão <strong>de</strong> elementos<br />
<strong>de</strong>corativos ainda em fase construtiva ou apenas por intermédio <strong>de</strong> intervenções<br />
posteriores. Permanecem, todavia, marcas distintivas do programa <strong>de</strong>corativo <strong>de</strong>monstrado<br />
a permanência do mo<strong>de</strong>lo tradicionalista — tais como a ostensiva chaminé, a <strong>de</strong>coração da<br />
escadaria da entrada, ou no <strong>de</strong>senho das janelas.<br />
As habitações para Ambrósio Nave diferiam na tipologia, bem como nos objectivos<br />
funcionais subjacentes, em relação à casa encomendada por Arnaldo Teixeira. No segundo<br />
caso, para Quinta do Corjes, pretendia-se uma segunda habitação <strong>de</strong> contexto rural, com<br />
comodida<strong>de</strong>s acrescidas, mas que simultaneamente pu<strong>de</strong>sse ter a valência <strong>de</strong> ―casa <strong>de</strong><br />
lavrador‖. No primeiro caso, foram encomendados dois ―prédios <strong>de</strong> rendimento‖,<br />
construídos num cenário <strong>de</strong> proto-expansão urbana, mantendo, contudo, as proporções da<br />
tipologia unifamiliar.<br />
Mais uma vez, será interessante comparar a simplificação entre os alçados<br />
<strong>de</strong>senhados por <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> e o conjunto edificado, parece ter sido um processo<br />
semelhante ao ocorrido na casa para António Pieda<strong>de</strong> Guerreiro (em Lisboa). Em ambos os<br />
casos alterações em obra, ao que tudo indica, <strong>de</strong>correram <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s orçamentais. De<br />
qualquer modo, parece-nos plausível o arquitecto já ensaia-se propostas <strong>de</strong> habitação com<br />
<strong>de</strong>coração mais singela para fazer face a estas situações. Ressalvamos também, que pelo<br />
menos neste caso da Covilhã foi o próprio ―dono <strong>de</strong> obra‖ a modificar os <strong>de</strong>senhos em se<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> licenciamento.<br />
Moradia na Rua António Plácido da Costa<br />
Covilhã<br />
Desenho em<br />
A Arquitectura Portuguesa, Dezembro <strong>de</strong> 1928, Estampa<br />
Imagem 27<br />
Imagem 28<br />
Moradia na Rua António Plácido da Costa<br />
Covilhã<br />
Fotografia <strong>de</strong> Rita Carrilho<br />
Abril <strong>de</strong> 2008