16.06.2013 Views

Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

Amílcar Pinto: - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

As multiplicida<strong>de</strong>s do traço — uma análise sistemática da obra <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />

139<br />

Capítulo 3<br />

Janeiro 477 —, do que qualquer tentativa <strong>de</strong> actualização da produção a novos mo<strong>de</strong>los<br />

teóricos.<br />

3.2.6 – “Um arquitecto na província” e as transformações do espaço<br />

urbano<br />

Em capítulos anteriores, já se verificou como a acção dos arquitectos potenciou o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento urbano, sobretudo nas pequenas cida<strong>de</strong>s e vilas do interior. De facto,<br />

associada aos conteúdos da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> existia uma lógica fundamentalmente urbana, que<br />

explorava novas formas <strong>de</strong> socialização 478 . Ao mesmo tempo, como já vimos, muitos dos<br />

aglomerados urbanos existentes apresentavam graves falhas ao nível da infra-estruturação.<br />

Haviam crescido, na maioria dos casos, através do prolongamento da matriz medieval.<br />

Agora, associada a mudanças no estilo <strong>de</strong> vida das populações, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novas<br />

infra-estruturas (catalisadoras <strong>de</strong> outras transformações e <strong>de</strong>senvolvimento cultural e<br />

intelectual) materializava-se num <strong>de</strong>sejo e numa abertura a temas <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> 479 .<br />

A acção dos arquitectos vinha provocar a superação <strong>de</strong>ssas falhas infra-estruturais e<br />

ao mesmo tempo abrir margem para um novo pensamento sobre a cida<strong>de</strong>, para novas<br />

formas <strong>de</strong> urbanismo. Para <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> as preocupações urbanísticas não seriam um<br />

dado novo. Muitos dos seus projectos integravam-se nos espaços em <strong>de</strong>senvolvimento<br />

urbano, por via <strong>de</strong> reformulações viárias ou das próprias dinâmicas <strong>de</strong> expansão das<br />

localida<strong>de</strong>s. É interessante verificar, como já se <strong>de</strong>u nota, que em 1945 <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong><br />

regressa à ESBAL para frequentar, precisamente as ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> ―Urbanologia‖ e <strong>de</strong><br />

―Projectos e obras <strong>de</strong> urbanização‖ 480 . Destinar-se-ia esta formação complementar ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> algum projecto em concreto? Temos <strong>de</strong> referência da participação <strong>de</strong><br />

<strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> num programa não executado para a urbanização <strong>de</strong> Luanda 481 , datado <strong>de</strong><br />

1934. Terá <strong>Amílcar</strong> <strong>Pinto</strong> repetido alguma ―aventura africana‖ nesse segundo pós-guerra?<br />

Por outro lado, no seu espólio encontrámos diversos levantamentos do existente relativo ao<br />

477<br />

JANEIRO, Carlos, O que nos dizem as casas – conceitos e preconceitos na arquitectura doméstica <strong>de</strong> Coruche,<br />

ibi<strong>de</strong>m, p. 54 a 59.<br />

478<br />

FERNANDES, José Manuel, ―A cida<strong>de</strong> e as serras: urbanida<strong>de</strong> da arquitectura mo<strong>de</strong>rnista‖ em i<strong>de</strong>m, p. 105 – 115.<br />

479<br />

LOPES, Tiago Soares e NORAS, José R. ob cit, ibi<strong>de</strong>m.<br />

480<br />

Processo <strong>de</strong> aluno <strong>de</strong> <strong>Amílcar</strong> Marques da Silva <strong>Pinto</strong>, processo 24, caixa 6, Arquivo da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Arquitectura da<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong> Técnica <strong>de</strong> Lisboa (FAUTL).<br />

481<br />

RIBEIRO, Ana Isabel <strong>de</strong> Melo, Arquitectos portugueses: 90 anos <strong>de</strong> vida associativa 1863 – 1953, Porto, FAUP<br />

Edições, 2002, p. 360

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!