Manual de Metodologia e Boas Práticas para a Elaboração de um ...
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A prática<br />
A realida<strong>de</strong> portuguesa é particularmente díspar no que se pren<strong>de</strong> com a<br />
elaboração <strong>de</strong> Planos <strong>de</strong> Mobilida<strong>de</strong> (PM).<br />
A inexistência <strong>de</strong> qualquer enquadramento normativo face à elaboração<br />
<strong>de</strong> PM tem como consequência directa, a prática pouco generalizada <strong>de</strong><br />
elaboração <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> instr<strong>um</strong>entos. Embora sejam conhecidas as boas<br />
práticas noutros países, é persistente a ausência <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>de</strong>nominador<br />
com<strong>um</strong> aos diferentes planos <strong>de</strong> transportes que têm vindo a ser<br />
produzidos nos últimos anos. Na gran<strong>de</strong> maioria, os planos existentes<br />
apresentam visões monomodais em vez da necessária visão multimodal.<br />
Um dos principais problemas pren<strong>de</strong>-se com as competências dos<br />
municípios em termos <strong>de</strong> transporte colectivo <strong>de</strong> passageiros ou com o<br />
modo como os municípios encaram esta questão, relegando-a quase<br />
sempre <strong>para</strong> segundo plano.<br />
Um outro aspecto recorrente na nossa realida<strong>de</strong> pren<strong>de</strong>-se com o facto da<br />
gran<strong>de</strong> maioria dos doc<strong>um</strong>entos existentes raramente passarem à fase <strong>de</strong><br />
implementação, porque não contemplam medidas operacionais ou porque<br />
são abandonados pelo po<strong>de</strong>r político. Existe <strong>um</strong>a enorme tendência <strong>para</strong><br />
tentar resolver as preocupações imediatas, quase sempre relacionadas<br />
com o transporte individual e o estacionamento, que na sua maioria<br />
raramente contribuem <strong>para</strong> a solução do problema, exarcebando-o. Para<br />
além disso, os instr<strong>um</strong>entos existentes raramente apresentam <strong>um</strong> carácter<br />
estratégico.<br />
Outro aspecto diz respeito à escassez <strong>de</strong> dados <strong>para</strong> se proce<strong>de</strong>r à<br />
elaboração <strong>de</strong> diagnósticos completos. A título <strong>de</strong> exemplo, ao nível das<br />
áreas metropolitanas, os dados existentes, relativos ao último inquérito<br />
feito à mobilida<strong>de</strong>, datam <strong>de</strong> 2000 <strong>para</strong> a Área Metropolitana do Porto<br />
(AMP) e <strong>de</strong> 1998 <strong>para</strong> a Área Metropolitana <strong>de</strong> Lisboa (AML). Este problema<br />
ainda é mais ampliado pelo facto <strong>de</strong> não estarem disponíveis dados<br />
<strong>de</strong>sagregados dos mesmos inquéritos.<br />
Importa fazer aqui referência ao Projecto "Mobilida<strong>de</strong> Sustentável",<br />
<strong>de</strong>senvolvido pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), em parceria<br />
com a Associação Nacional <strong>de</strong> Municípios Portugueses (ANMP) no âmbito<br />
do qual estão já a ser <strong>de</strong>senvolvidos vários PM.<br />
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