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Manual de Metodologia e Boas Práticas para a Elaboração de um ...

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transporte individual, cedo começaram a per<strong>de</strong>r alg<strong>um</strong>as das suas funções<br />

mais representativas e a <strong>de</strong>spovoar-se. A perda <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do seu<br />

ambiente urbano – fustigado pelo ruído e as emissões poluentes do tráfego<br />

rodoviário - as dificulda<strong>de</strong>s crescentes <strong>de</strong> aí ace<strong>de</strong>r em automóvel –<br />

ass<strong>um</strong>ido este como novo símbolo da liberda<strong>de</strong> individual e <strong>de</strong> estatuto<br />

social – e o a<strong>um</strong>ento dos preços do imobiliário provocado pela progressiva<br />

terciarização d<strong>um</strong>a economia on<strong>de</strong> o sector financeiro ditava as regras do<br />

mercado, tudo se conjugou <strong>para</strong> que essas áreas centrais se começassem<br />

a transformar em espaços monofuncionais e com <strong>um</strong>a vida urbana cada<br />

vez mais reduzida aos períodos laborais.<br />

No outro extremo do sistema urbano, as periferias <strong>de</strong>senvolveram-se<br />

captando a maior parte do crescimento resi<strong>de</strong>ncial, ocupando o território<br />

<strong>de</strong> forma <strong>de</strong>scontínua e fragmentada, com base sobretudo nas<br />

acessibilida<strong>de</strong>s proporcionadas pelas novas infra-estruturas rodoviárias, que<br />

entretanto malharam o espaço <strong>de</strong> forma cada vez mais equitativa, permitindo<br />

<strong>de</strong>sse modo <strong>um</strong> alargamento do mercado imobiliário a espaços que dantes<br />

tinham apenas no uso rural a sua possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rentabilização. A agravar<br />

a situação do progressivo afastamento <strong>de</strong>stes novos espaços urbanos em<br />

relação às centralida<strong>de</strong>s tradicionais e à re<strong>de</strong> mais <strong>de</strong>nsa <strong>de</strong> transportes<br />

colectivos, estava a sua fraca dotação em equipamentos colectivos e <strong>um</strong>a<br />

significativa rarefacção <strong>de</strong> comércio e serviços <strong>de</strong> maior especialização ou<br />

mesmo qualida<strong>de</strong>, o que só acentuou a sua <strong>de</strong>pendência em relação aos<br />

centros urbanos mais antigos e consolidados, bem como aos pólos <strong>de</strong><br />

concentração <strong>de</strong> emprego, <strong>para</strong> além <strong>de</strong> ter aberto o caminho a novas formas<br />

<strong>de</strong> cons<strong>um</strong>o, mais concentradas no tempo e no espaço. A má qualida<strong>de</strong>, ou<br />

a própria escassez, do serviço <strong>de</strong> transporte colectivo existente nessas áreas,<br />

mais não fez que acentuar a maior <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong>ssa população do<br />

transporte individual.<br />

Por fim, as transformações associadas ao sector comercial (<strong>de</strong> que o<br />

cons<strong>um</strong>o massificado corporizado pelos gran<strong>de</strong>s centros comerciais é o<br />

<strong>para</strong>digma), as novas formas <strong>de</strong> concentração espacial dos serviços <strong>de</strong><br />

hierarquia superior (on<strong>de</strong> os “Office Park” se apresentavam como factor<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, ainda <strong>para</strong> mais usufruindo <strong>de</strong> boas acessibilida<strong>de</strong>s<br />

rodoviárias), assim como as novas preferências sociais ligadas ao modo<br />

<strong>de</strong> residir – com todo o cortejo <strong>de</strong> promoções imobiliárias <strong>de</strong> tipo<br />

condomínio fechado ou <strong>de</strong> novos bairros, vendidos <strong>de</strong> acordo com<br />

estratégias <strong>de</strong> marketing que acentuavam o contacto com a “natureza” e o<br />

espaço rural – acabaram por <strong>de</strong>struir o que ainda restava do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>

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