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Valores Naturais - CCDR-LVT

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PROT-AML Saneamento Básico, Recursos Hídricos e Poluição Hídrica 121<br />

verificaram-se as primeiras grandes alterações<br />

em algumas várzeas, conduzindo à substituição<br />

das culturas agrícolas que, tornando-se menos<br />

rentáveis, levam ao abandono das mesmas. Neste<br />

enquadramento, começam a proliferar os terrenos<br />

incultos que, paralelamente ao crescimento urbano,<br />

ficam sujeitos a processos especulativos que<br />

nos anos 50 se agudizaram, conduzindo<br />

à definitiva transformação do território.<br />

O crescimento urbano, derivado do fluxo das<br />

populações rurais à cidade, desenvolve-se em zonas<br />

de maior vulnerabilidade à ocorrência de riscos<br />

de cheia, dado o desconhecimento das populações<br />

afluentes relativamente às condicionantes físicas<br />

do local, com a rotura das condições de equilíbrio<br />

natural da paisagem.<br />

Assim, o contínuo desenvolvimento desta<br />

conjuntura tem proporcionado a ocorrência<br />

de condições favoráveis à ocorrência de cheias cada<br />

vez mais devastadoras e catastróficas, como são<br />

exemplo vivo as cheias que ocorreram em 1967<br />

e 1983, e outras de menor magnitude em anos<br />

mais recentes.<br />

Apesar de terem afectado significativamente toda<br />

esta região, estas cheias excepcionais provocaram<br />

danos de maior dimensão nas bacias hidrográficas<br />

da margem Norte.<br />

As principais causas que contribuíram para as cheias<br />

foram as seguintes:<br />

– precipitação excepcional;<br />

– impermeabilização das cabeceiras das bacias<br />

hidrográficas (por aumento das áreas urbanas<br />

e/ou por desarborização e consequente erosão<br />

e arrastamento dos terrenos);<br />

– ocupação ilegal dos leitos de cheia por<br />

construções;<br />

– falta de limpeza e obstrução da generalidade<br />

dos cursos de água;<br />

– passagens sobre os cursos de água com<br />

insuficiente capacidade de vazão e favorecendo<br />

a retenção de material sólido flutuante (vãos<br />

múltiplos);<br />

– linhas de água canalizadas, em especial em zonas<br />

urbanas, com secções insuficientes;<br />

– existência de muros marginais de altura<br />

considerável que confinam o escoamento e, após<br />

rotura, agravam os efeitos destruidores das ondas<br />

de cheia;<br />

– influência agravante da maré nos troços finais das<br />

ribeiras que confluem no Rio Tejo ou no Rio Sado.<br />

10.8.1.2<br />

Abastecimento de Água<br />

às Populações e Indústrias<br />

Caracterização Geral<br />

A região abrangida pela AML é, do ponto de vista<br />

de abastecimento de água, servida maioritariamente<br />

pelo sistema multimunicipal da área da grande<br />

Lisboa, que fornece cerca de 75% dos caudais totais<br />

da região em estudo.<br />

Este sistema abastece praticamente toda a área<br />

objecto deste estudo que se encontra na margem<br />

direita do Tejo.<br />

Os concelhos da margem esquerda são servidos por<br />

sistemas municipais, com origens de água próprias.<br />

No total pode-se considerar que existem cerca de 90<br />

sistemas de abastecimento de água, descrevendo-se<br />

mais adiante as características dos sistemas mais<br />

relevantes.<br />

Na Figura 1 apresenta-se um esquema geral<br />

dos sistemas de abastecimento de água da região<br />

abrangida pela AML.<br />

Níveis de Atendimento<br />

Análise Quantitativa<br />

Para caracterizar os níveis de atendimento dos<br />

sistemas que abastecem a região em estudo<br />

recorreu-se aos dados compilados no Plano Director<br />

de Desenvolvimento do Sistema de Abastecimento<br />

da EPAL e ao Inventário Nacional de Saneamento<br />

Básico-INSB94, que se reportam, respectivamente,<br />

à situação existente em 1996 e 1994.<br />

No Quadro 1.2-1 apresentam-se os valores<br />

por concelho, da população recenseada em 1991,<br />

da população total estimada em 1996, das<br />

respectivas taxas de atendimento nas mesmas<br />

datas e da população servida, estimada em 1996.<br />

Neste quadro dividiram-se os concelhos que são<br />

maioritariamente servidos pela EPAL, dos outros.<br />

Na Figura 1.2-1 apresenta-se um gráfico que traduz<br />

estas situações.

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