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Valores Naturais - CCDR-LVT

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PROT-AML Saneamento Básico, Recursos Hídricos e Poluição Hídrica 219<br />

algumas actividades para as quais o Estuário está<br />

vocacionado, como sejam as balneares recreativas.<br />

No Canal Sul, na zona de embocadura e na zona<br />

de montante do Estuário, os níveis de poluição<br />

são consideravelmente mais baixos, só ocorrendo<br />

pontualmente situações de poluição microbiológica.<br />

Na zona da embocadura (Península de Tróia – Zona<br />

balnear) e na zona de montante do canal (zona<br />

potencialmente utilizável para fins conquícolas),<br />

as concentrações médias dos organismos<br />

indicadores estão de acordo com os valores fixados<br />

na legislação para águas conquícolas e águas<br />

balneares.<br />

Os resultados obtidos revelaram a tendência<br />

para o decréscimo das concentrações de bactérias<br />

de jusante para montante do Estuário. Este facto<br />

foi confirmado posteriormente por um estudo<br />

bacteriológico desenvolvido no troço compreendido<br />

entre S. Romão e a Ilha do Cavalo, também<br />

da responsabilidade do INETI, em que se concluiu<br />

que esta zona do Estuário não parece contribuir<br />

de modo significativo com a presença de<br />

indicadores bacteriológicos de origem entérica,<br />

sendo aquela essencialmente uma poluição<br />

bacteriana de origem não humana (stretococci<br />

fecais).<br />

No âmbito do estudo anterior, fizeram-se ainda<br />

duas campanhas, nomeadamente na Península<br />

da Mitrena e de Tróia para complementar<br />

a informação anterior. Na Península da Mitrena,<br />

a montante do canal da Marateca, as densidades<br />

bacterianas foram mais elevadas, ao contrário<br />

do que sucedia a jusante do mesmo canal, onde<br />

as densidades dos microorganismos apresentaram<br />

uma tendência de decréscimo. Os resultados<br />

obtidos na zona a montante devem-se, em parte,<br />

à influência de águas residuais de origem urbana.<br />

Ainda na zona a montante do Estuário, destaca-se<br />

o local mais próximo da SETENAVE, com densidades<br />

bacterianas mais elevadas, devido ao lançamento<br />

de águas residuais ao longo desta zona do Estuário.<br />

Estudos Realizados por Outros Autores<br />

Um dos problemas mais graves a que estão sujeitos<br />

os estuários é o seu enriquecimento excessivo<br />

em elementos nutrientes, nomeadamente<br />

compostos de azoto e fósforo.<br />

Para avaliar o estado de eutrofização do Estuário<br />

foram efectuados alguns estudos cujas conclusões<br />

são apresentadas seguidamente.<br />

De acordo com um estudo realizado em 1992<br />

pelo INIP, as espécies fitoplanctónicas identificadas<br />

no Estuário do Sado são as que se encontram<br />

normalmente em águas de grau trófico baixo<br />

a moderado. Não foi verificada a ocorrência<br />

de “blooms“ e as “Cyanophyceae“<br />

e “Dinophyceae“ características de estados<br />

de eutrofização ou estiveram ausentes<br />

ou só foram detectadas esporadicamente.<br />

Referem-se ainda as conclusões do Plano<br />

de Ordenamento da Reserva Natural do Estuário<br />

do Sado (Abril 1996) que apontam para<br />

o predomínio das fontes de poluição difusa<br />

(em particular de origem agrícola), na zona<br />

de montante do Estuário, com o fósforo<br />

como nutriente limitante.<br />

Nas restantes zonas do Estuário, o azoto actua<br />

como nutriente limitante, o que é característico<br />

de meios de forte influência marinha e dominados<br />

por fontes de poluição pontuais. A área do Estuário<br />

junto à Ilha do Cavalo é considerada uma zona<br />

de transição.<br />

Embora actualmente o Estuário não possa ser<br />

classificado com o eutrófico, o excesso de nutrientes<br />

que a ele aflui, devido à descarga de efluentes<br />

de algumas indústrias (indústrias de celulose,<br />

fermentos e produtos alimentares) e de águas<br />

residuais domésticas sem tratamento ou com um<br />

tratamento inadequado e à utilização de<br />

fertilizantes nas explorações agrícolas (oriziculturas)<br />

localizadas na zona de montante do Estuário,<br />

constitui um factor a ter em conta no âmbito<br />

da gestão deste importante ecossistema<br />

e a exigir a adopção de medidas correctivas.<br />

Conforme referido anteriormente, a contaminação<br />

das águas do Estuário por metais pesados constitui<br />

um problema que assume alguma gravidade.<br />

Neste âmbito foram realizados estudos<br />

por Quevauvillier e outros autores em 1989,<br />

que revelam que os metais pesados presentes<br />

no Estuário têm origem, principalmente, na erosão<br />

dos jazigos das minas de pirites, nas águas de<br />

escorrência dessas minas e nos efluentes industriais.<br />

A construção naval, a construção de automóveis<br />

e as galvanoplastias são as indústrias que mais<br />

contribuem para a poluição do Estuário.<br />

Relativamente à qualidade dos sedimentos,<br />

um estudo realizado por Castro e Vale, em 1991,<br />

refere que os níveis mais elevados de PCB’s (valores<br />

máximos de 87 hg/g) foram detectados no Estuário,<br />

junto à zona industrial, enquanto os resíduos

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