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Valores Naturais - CCDR-LVT

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PROT-AML Saneamento Básico, Recursos Hídricos e Poluição Hídrica 218<br />

são inferiores aos fixados pelo antigo Decreto-Lei<br />

74/90, para águas balneares. Pelo contrário,<br />

os teores de CQO, sólidos em suspensão e cor são<br />

elevados ao longo de todo o troço estudado.<br />

A jusante de Alcácer, foi detectada a presença<br />

de paratidão, em concentrações apreciáveis,<br />

durante o mês de Maio, apresentando-se sob<br />

a forma de vestígios nos meses anterior e seguinte<br />

à sua aplicação nos arrozais.<br />

No que se refere ao oxigénio dissolvido, surgiram<br />

valores pontuais muito baixos em quase todo o<br />

troço estudado, nos meses de verão, especialmente<br />

na vazante, nunca se atingindo, contudo, situações<br />

de anóxia. No troço do rio junto a Alcácer do Sal<br />

registaram-se os valores mais desfavoráveis, facto<br />

que se relaciona com a descarga directa de águas<br />

residuais urbanas.<br />

Aquele estudo permitiu, ainda, concluir que as<br />

águas do rio não têm influência sobre a qualidade<br />

da água do Estuário, apesar das situações pontuais<br />

de poluição detectadas ao longo do troço estudado.<br />

Verificou-se, pelo contrário, que o Estuário exerce<br />

uma influência positiva sobre a qualidade das águas<br />

do rio, que se faz sentir até Porto do Rei, e se traduz<br />

na diminuição da concentração de nutrientes e<br />

sólidos em suspensão, no aumento da transparência<br />

na enchente e numa melhor oxigenação das águas<br />

na zona a jusante de Alcácer. Este facto fica<br />

a dever-se ao efeito de diluição provocado<br />

pela entrada de grandes massas de água<br />

bem oxigenadas e com baixas concentrações<br />

em nutrientes.<br />

Relativamente aos metais pesados, dispõe-se<br />

de um conjunto de resultados relativamente<br />

recentes, obtidos na sequência de duas campanhas<br />

realizadas pelo INETI.<br />

A primeira campanha incidiu sobre as águas<br />

do Estuário e teve lugar nos meses de Dezembro<br />

de 1986, Julho de 1987 e Março de 1988, tendo<br />

sido determinados os teores em crómio, ferro,<br />

níquel, cobre, zinco, arsénio e chumbo. Os teores<br />

totais de metais na água (dissolvido e particulado)<br />

foram, de um modo geral, superiores aos valores<br />

referidos na bibliografia para águas costeiras,<br />

embora não excedessem as concentrações máximas<br />

admissíveis impostas pela legislação comunitária<br />

para águas de estuários, com excepção do mercúrio<br />

que atingiu a concentração máxima admissível<br />

(1mg/l) em alguns locais do Canal Norte.<br />

A segunda campanha realizada pelo INETI teve<br />

como objectivo complementar a informação obtida<br />

na primeira campanha, através da análise do teor<br />

em metais pesados no Rio Sado, no troço entre<br />

a Ilha de Cavalo e São Romão, na situação de<br />

enchente e vazante. As colheitas foram efectuadas<br />

em 1988, nos meses de Abril, Junho, Agosto<br />

e Outubro. Foram ainda efectuadas colheitas<br />

no Estuário, no mês de Março, abrangendo<br />

um ciclo de Maré.<br />

Nas águas do rio Sado foram determinados<br />

os teores de crómio, ferro, níquel, cobre, zinco,<br />

arsénio, molibdénio, mercúrio e chumbo.<br />

As principais conclusões a retirar da análise<br />

dos resultados obtidos nessa campanha<br />

são as seguintes:<br />

– as concentrações de molibdénio situam-se abaixo<br />

dos limites de detecção do método;<br />

– as concentrações de mercúrio, nas duas situações<br />

de maré, são inferiores a 2 mg/l em todos<br />

os locais, com excepção do local correspondente<br />

à Barrosinha, onde foi detectada uma concentração<br />

elevada (6 mg/l) na situação de vazante e em<br />

profundidade;<br />

– as maiores concentrações de crómio, ferro, cobre,<br />

zinco, arsénio e chumbo ocorrem no mesmo local<br />

(Barrosinha), o que se deve à existência de diversas<br />

indústrias nessa zona, notando-se uma tendência<br />

para o decréscimo dos teores de montante<br />

para jusante;<br />

– a concentração média de níquel a montante<br />

(na situação de enchente e à superfície) é elevada.<br />

– dos metais analisados no Rio Sado,<br />

os que mais contribuem para a poluição do Estuário<br />

são o arsénio, o crómio, o ferro, o níquel, o cobre,<br />

o zinco, o chumbo, sendo o arsénio o elemento<br />

mais poluente.<br />

Relativamente à qualidade microbiológica das<br />

águas, foi desenvolvido um estudo pelo INETI,<br />

entre Junho de 1986 e Dezembro de 1988<br />

que abrangeu os Canais Norte e Sul do Estuário.<br />

Os resultados deste estudo apontam para<br />

a existência de níveis elevados de poluição<br />

microbiológica no Canal Norte, nos locais próximos<br />

das descargas dos efluentes industriais da PROPAM<br />

e das celuloses e ainda da descarga das águas<br />

residuais de origem urbana (Cidade de Setúbal).<br />

Estes níveis de poluição microbiológica detectados<br />

no Canal Norte são impeditivos da prática de

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