26.04.2015 Views

Valores Naturais - CCDR-LVT

Valores Naturais - CCDR-LVT

Valores Naturais - CCDR-LVT

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PROT-AML Saneamento Básico, Recursos Hídricos e Poluição Hídrica 268<br />

Uma das causas das cheias no Rio Tejo decorre das<br />

condições meteorológicas que originam precipitação<br />

intensa durante vários dias consecutivos na bacia<br />

hidrográfica, sendo de salientar que as grandes<br />

cheias têm origem na parte espanhola da bacia<br />

e nas manobras das barragens aí localizadas.<br />

As barragens de Fratel e Belver, em Portugal,<br />

tendo fraca capacidade de armazenamento,<br />

não podem senão deixar passar o caudal que chega<br />

de montante.<br />

Outra das causas importantes das cheias no Rio Tejo<br />

é o contínuo assoreamento do seu leito. As causas<br />

primordiais do estado em que se encontra o leito<br />

do rio são a desarborização das encostas e o uso<br />

e abuso de culturas impróprias nos terrenos<br />

declivosos.<br />

Os efeitos das cheias no Rio Tejo apenas se fazem<br />

sentir com relevância no troço entre Alferrarede<br />

e Vila Franca de Xira, pelo que apenas uma pequena<br />

parte da AML é afectada.<br />

Em geral, e particularmente na AML, as cheias<br />

provocam interferências na rede viária, ferroviária<br />

(Linha do Norte) e rodoviária (EN 3 – Azambuja;<br />

EN10 – Porto Alto, Samora Correia), nas zonas<br />

urbanas (interferindo na livre expansão urbanística<br />

das povoações junto às margens), nas zonas<br />

industriais e nas zonas agrícolas (arrozais junto<br />

à Azambuja, Lezíria Grande, etc.), originando<br />

avultados prejuízos (ver na Figura 9 as áreas sujeitas<br />

a inundação).<br />

A Lezíria Grande, extensa zona agrícola junto a Vila<br />

Franca de Xira, atravessada pela EN10 e onde se<br />

desenvolvem alguns aglomerados urbanos como<br />

Porto Alto e Samora Correia, está protegida contra<br />

as cheias por um dique que atinge cerca de 60km<br />

de extensão. De referir que em 1979, durante a<br />

ocorrência de uma cheia no Rio Tejo, formou-se<br />

um rombo neste dique, originando a inundação<br />

de toda esta lezíria e das diversas infra-estruturas aí<br />

existentes, tendo-se atingido uma altura de água<br />

acima dos campos de cerca de 3m.<br />

Cheias mais Recentes<br />

Nos recentes anos de 1996 e 1997 ocorreram<br />

temporais um pouco por todo o país, e com<br />

particular incidência na Região da Grande Lisboa,<br />

que provocaram alguns danos materiais<br />

e que vieram colocar em evidência uma vez mais<br />

a problemática das cheias na AML.<br />

Muitas das zonas afectadas por estas cheias<br />

são repetidamente as mesmas (Loures, Alhandra,<br />

Setúbal, etc.), o que demonstra a necessidade<br />

urgente de concretizar muitas das medidas<br />

já planeadas e projectadas para atenuar os efeitos<br />

das cheias na região de Lisboa.<br />

As principais causas que contribuíram para as cheias<br />

podem ser resumidas nas seguintes situações:<br />

– precipitação excepcional;<br />

– impermeabilização das cabeceiras das bacias<br />

hidrográficas (por aumento das áreas urbanas<br />

e/ou por desarborização e consequente erosão<br />

e arrastamento dos terrenos);<br />

– ocupação ilegal dos leitos de cheia por construções;<br />

– falta de limpeza e obstrução da generalidade<br />

dos cursos de água;<br />

– passagens sobre os cursos de água com<br />

insuficiente capacidade de vazão e favorecendo<br />

a retenção de material sólido flutuante (vãos<br />

múltiplos);<br />

– linhas de água canalizadas, em especial em zonas<br />

urbanas, com secções insuficientes;<br />

– existência de muros marginais de altura<br />

considerável que confinam o escoamento e,<br />

após rotura, agravam os efeitos destruidores<br />

das ondas de cheia;<br />

– influência agravante da maré nos troços finais das<br />

ribeiras que confluem no Rio Tejo ou no Rio Sado.<br />

10.8.3.4<br />

Planos de Emergência<br />

A Organização dos Serviços<br />

de Protecção Civil<br />

O Serviço Nacional de Protecção Civil – SNPC<br />

é o orgão central responsável pela protecção<br />

das populações em caso de catástrofe. Este Serviço,<br />

cuja actuação depende do Primeiro Ministro, possui<br />

um Plano Nacional de Emergência o qual, de forma<br />

genérica, estabelece a forma de actuação<br />

e de articulação das várias entidades em caso

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!