Valores Naturais - CCDR-LVT
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PROT-AML Saneamento Básico, Recursos Hídricos e Poluição Hídrica 264<br />
de segurança de 95%) as seguintes situações<br />
de paragem em período estival:<br />
– No Aqueduto do Alviela, com duração<br />
de 68 horas;<br />
– No Aqueduto do Tejo, com duração de 48 horas;<br />
– No Adutor do Castelo do Bode, com duração<br />
de 65 horas;<br />
– No Adutor de Vila Franca de Xira – Telheiras,<br />
com duração de 48 horas;<br />
Em face destes resultados constata-se que uma<br />
avaria no Adutor do Castelo do Bode de duração<br />
superior a 65 horas apresenta consequências graves<br />
para o abastecimento de água às populações<br />
e às indústrias.<br />
Esta situação decorre, essencialmente, do facto<br />
do Sistema da EPAL se encontrar saturado,<br />
em termos da sua capacidade de transporte,<br />
no período de Verão, não tendo capacidade<br />
para repor as reservas de segurança consumidas<br />
durante a ocorrência da avaria. A entrada<br />
em funcionamento do Adutor da Circunvalação,<br />
o qual aumenta a capacidade de adução<br />
do Sistema, melhorou, certamente, a segurança<br />
do Sistema.<br />
Riscos de Poluição Acidental<br />
Em termos de risco de poluição acidental,<br />
as fontes de abastecimento de água da EPAL<br />
podem caracterizar-se, essencialmente,<br />
em dois grupos: o grupo de captações superficiais<br />
e subterrâneas do Tejo, cujas águas apresentam<br />
alguma vulnerabilidade em termos de potenciais<br />
ondas de poluição acidental e a captação a partir<br />
da Albufeira do Castelo de Bode, que apresenta<br />
elevada segurança, em termos da qualidade<br />
das suas águas, decorrente do elevado volume<br />
da albufeira e da fraca ocupação industrial da bacia.<br />
No Plano Director do Sistema de Abastecimento<br />
de Água da EPAL foi efectuado um estudo dos<br />
riscos de poluição acidental das águas no Rio Tejo,<br />
nas zonas das captação da EPAL. Naquele Plano<br />
referem-se as seguintes conclusões:<br />
– as descargas industriais que podem constituir<br />
riscos mais significativos são as da zona industrial<br />
de Alcanena (indústria de curtumes, com efluentes<br />
orgânicos contendo metais, particularmente<br />
crómio), as da zona de Abrantes (indústrias<br />
metalúrgicas) e ainda as das duas fábricas de pasta<br />
de papel CAIMA e PORTUCEL Tejo (descargas<br />
permanentes com elevados valores de CBO e CQO,<br />
que podem constituir poluição acidental em caso<br />
de avaria nas estações de tratamento);<br />
– as outras fábricas implantadas na Bacia do Tejo<br />
são essencialmente agro-alimentares e os riscos<br />
de poluição acidental confinam-se ao amónio<br />
a à matéria orgânica em caso de descarga<br />
não controlada dos efluentes;<br />
– quanto ao risco de poluição por hidrocarbonetos,<br />
ele existirá certamente (devido ao armazenamento<br />
de combustíveis pelas unidades industriais),<br />
não obstante não se detectarem valores<br />
significativos nas análises mensais de controle<br />
efectuadas pelos serviços competentes do Ministério<br />
do Ambiente e Recursos <strong>Naturais</strong>;<br />
– quanto aos transportes, e relativamente à rede<br />
viária, observa-se que a ponte mais próxima de<br />
Valada é a de Santarém, não existindo nenhuma<br />
estrada particularmente importante marginando<br />
o Tejo entre Valada e Santarém, com excepção<br />
da EN118 ao longo da Vala de Alpiarça ;<br />
essa mesma estrada margina também o Tejo<br />
ente Santarém e Abrantes, mas somente em zonas<br />
pontuais;<br />
– quanto à rede ferroviária, os riscos são mais<br />
significativos, uma vez que grande parte do traçado<br />
margina o Tejo (sobretudo a montante do<br />
Entroncamento) e que existem duas pontes a menos<br />
de 100Km de Valada (em Abrantes e Constância).<br />
O número de comboios de mercadorias por dia<br />
nos dois sentidos é da ordem de 200 na Linha<br />
do Norte entre Lisboa e Entroncamento e de 100<br />
entre Entroncamento e Abrantes. De referir ainda<br />
o troço Setil-Muge, do ramal de Setil, onde<br />
transitam diariamente apenas cerca de 30 comboios<br />
de mercadorias, mas com uma ponte situada<br />
cerca de 5km a montante de Valada;<br />
– relativamente ao tráfego fluvial no Tejo,<br />
é significativo o transporte de areia em batelões<br />
a jusante de Santarém / Entroncamento, mas o risco<br />
de poluição associado é reduzido.<br />
Conclusões<br />
A análise efectuada permite concluir que o Sistema<br />
da EPAL apresenta segurança e fiabilidade<br />
consideradas satisfatórias para um grande sistema<br />
de abastecimento de água. Em termos de riscos<br />
de poluição acidental, a segurança da origem<br />
Castelo de Bode permite compensar a<br />
vulnerabilidade das captações no Rio Tejo a ondas<br />
de poluição acidental.