26.04.2015 Views

Valores Naturais - CCDR-LVT

Valores Naturais - CCDR-LVT

Valores Naturais - CCDR-LVT

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

PROT-AML Saneamento Básico, Recursos Hídricos e Poluição Hídrica 266<br />

– os orgãos de tratamento têm de ser dimensionados<br />

à flutuação, isto é, têm de apresentar um peso<br />

próprio que, na situação de esvaziamento,<br />

compense a impulsão hidrostática provocada<br />

pelo nível freático.<br />

Riscos Associados à Dimensão dos<br />

Sistemas<br />

Os sistemas de drenagem, tratamento e destino<br />

final de águas residuais apresentam custos<br />

de construção elevados, por vezes dificilmente<br />

sustentáveis face ao poder económico das regiões<br />

servidas.<br />

No sentido de reduzir estes custos e de optimizar<br />

os fundos investidos, tem-se registado, nas últimas<br />

décadas, uma tendência para a construção<br />

de sistemas de âmbito regional, normalmente<br />

de alguma dimensão e complexidade.<br />

O maior sistema regional existente na região<br />

da AML é o Sistema de Saneamento da Costa<br />

do Estoril, o qual serve quatro concelhos<br />

e uma população total de cerca de um milhão<br />

de habitantes.<br />

Dada a premência da necessidade de algumas ETAR<br />

na margem Sul do Estuário do Tejo e a exiguidade<br />

dos fundos previstos para a sua construção,<br />

prespectivam-se condições para a eventual<br />

implementação de alguns pequenos sistemas<br />

regionais nesta zona.<br />

As soluções de âmbito regional apresentam,<br />

normalmente, as seguintes características essenciais:<br />

– apresentam um sistema interceptor de águas<br />

residuais de dimensão considerável e envolvendo<br />

um grande número de orgãos;<br />

– contemplam o transporte das águas residuais<br />

a longas distâncias;<br />

Estas características impõem alguns cuidados,<br />

ao nível do projecto, da construção e da exploração<br />

dos sistemas, uma vez que:<br />

– o grande número de orgãos faz aumentar o risco<br />

de acidentes, que poderão ser gravosos em termos<br />

de impactes, uma vez que os caudais e volumes<br />

de águas residuais são normalmente elevados;<br />

– o transporte das águas residuais a distâncias<br />

longas propícia condições para a ocorrência<br />

de septicidade das águas residuais, a qual<br />

se pode traduzir na libertação de gás sulfúrico<br />

com consequências negativas em termos<br />

de libertação de odores, corrosão das estruturas<br />

e segurança e saúde do pessoal afecto à exploração<br />

dos sistemas.<br />

10.8.3.3<br />

Situações Hidrológicas<br />

Extremas<br />

Problemática das Cheias na AML<br />

A Área Metropolitana de Lisboa, pela sua<br />

localização geográfica, e à semelhança de outras<br />

zonas do País, sempre esteve sujeita a cheias.<br />

Este é um fenómeno natural, resultante de uma<br />

série de factores de natureza biogeofísica, que tem<br />

sofrido uma intensificação por razões derivadas<br />

de uma ocupação desordenada do território,<br />

a qual levou à destruição de uma correcta<br />

compartimentação da paisagem.<br />

Refere-se, no entanto, que dentro das particularidades<br />

associadas aos problemas de cheias, há a realçar<br />

as diferenças morfológicas das margens Norte e Sul<br />

do Rio Tejo. Em termos de relevo, a margem Norte<br />

apresenta, nas zonas dos vales dos principais<br />

afluentes, um relevo muito mais acentuado do que<br />

a margem Sul, sendo esta última muito mais plana.<br />

Este enquadramento morfológico, associado<br />

a uma maior intensificação da ocupação urbana<br />

na margem Norte, justifica, em grande parte, alguns<br />

dos aspectos da problemática das cheias na AML,<br />

já que, em termos comparativos e de um modo<br />

geral, estes são sempre mais gravosos ao longo<br />

das principais linhas de água desta margem.<br />

Como se sabe, é no início do corrente século que<br />

surgem as primeiras modificações no uso do solo,<br />

resultantes de políticas económicas no âmbito<br />

agrícola e do acentuado processo de crescimento<br />

urbano nas áreas limítrofes da capital. Nos anos 40<br />

verificaram-se as primeiras grandes alterações em<br />

algumas várzeas, conduzindo à substituição das<br />

culturas agrícolas que, tornando-se menos rentáveis,<br />

levam ao abandono das mesmas. Neste<br />

enquadramento, começam a proliferar os terrenos<br />

incultos que, paralelamente ao crescimento urbano,<br />

ficam sujeitos a processos especulativos que<br />

nos anos 50 se agudizaram, conduzindo à definitiva<br />

transformação do território.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!