Valores Naturais - CCDR-LVT
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PROT-AML Saneamento Básico, Recursos Hídricos e Poluição Hídrica 210<br />
As zonas industriais e indústrias isoladas,<br />
não possuem, sistemas de esgotos completamente<br />
separativos e assiste-se, assim, à mistura de esgotos<br />
poluídos com diversas substâncias com os esgotos<br />
pluviais e/ou das zonas de lavagem que drenam<br />
para a rede pluvial.<br />
A deposição de poluentes atmosféricos no solo,<br />
que depois são arrastados para as linhas de água<br />
pelas águas das chuvas, pode constituir um<br />
problema grave de poluição na região.<br />
Acrescenta-se ainda que o crescimento constante<br />
da rede viária, associado à utilização de combustíveis<br />
menos poluentes para a atmosfera, mas em<br />
contrapartida mais poluentes para os solos, poderá<br />
vir a agravar os efeitos desta forma de poluição<br />
difusa nos meios hídricos da região da AML.<br />
As águas pluviais poluídas por vários tipos de<br />
substâncias, como matérias orgânicas, e inorgânicas<br />
(metálicas e não metálicas), hidrocarbonetos,<br />
pesticidas, entre outras, são responsáveis por<br />
afluências muito significativas de cargas poluentes<br />
às linhas de águas superficiais e mesmo às águas<br />
subterrâneas, sobretudo aquando das primeiras<br />
chuvadas do ano.<br />
As zonas de deposição, tratamento e destino final<br />
de resíduos sólidos são também locais potenciais<br />
de poluição das águas pluviais, a par dos locais<br />
não licenciados para a deposição de resíduos<br />
sólidos, como sejam as lixeiras. Neste caso,<br />
os lixiviados produzidos pelas águas das chuvas<br />
ao atravessarem as massas de resíduos são<br />
responsáveis pela poluição dos meios hídricos<br />
superficiais e subterrâneos.<br />
Tipificação das Fontes Poluidoras<br />
As fontes poluidoras na Área Metropolitana<br />
de Lisboa são essencialmente de quatro tipos:<br />
a) Efluentes provenientes de zonas industriais<br />
e de indústrias isoladas e águas residuais<br />
domésticas, que não são sujeitos a qualquer tipo<br />
de tratamento e que são descarregados<br />
directamente nas linhas de água.<br />
Na região da AML, ainda ocorrem situações<br />
deste tipo num número significativo de munícipios.<br />
Trata-se de águas residuais que apresentam<br />
concentrações elevadas em matéria orgânica,<br />
substâncias inorgânicas (como por exemplo, crómio,<br />
selénio, mercúrio, chumbo e cianetos),<br />
azoto e hidrocarbonetos.<br />
b) Águas residuais provenientes de ETAR existentes<br />
que possuem um grau de tratamento insuficiente<br />
e/ou que funcionam deficientemente;<br />
c) Actividades agrícolas e pecuárias intensivas<br />
e explorações de aquacultura, que constituem<br />
uma fonte importante de poluição difusa e<br />
portanto, mais difícil de controlar, e que se traduz,<br />
essencialmente, em elevados teores de compostos<br />
orgânicos, compostos inorgânicos não metálicos<br />
(compostos de azoto e fósforo, por exemplo, que<br />
poderão dar origem a problemas de eutrofização),<br />
microorganismos patogénicos e pesticidas.<br />
d) Águas pluviais poluídas, que podem também<br />
assumir um papel muito importante na poluição dos<br />
recursos hídricos, tratando-se também de uma fonte<br />
de poluição difícil de controlar.<br />
Caracterização<br />
dos Meios Receptores<br />
Estuário do Tejo<br />
O Estuário do Tejo é o maior estuário da Europa<br />
Ocidental, com uma área molhada que varia entre<br />
os 300 e os 240 Km 2 , consoante o nível da maré.<br />
Trata-se de uma zona húmida de grande<br />
importância nacional e internacional, apresentando<br />
um importante potencial biótico ao nível ictiológico<br />
e malacológico, para além de constituir um local<br />
de importância internacional para as aves aquáticas<br />
migradoras e invernantes. A sua importância,<br />
sob o ponto de vista da conservação da natureza,<br />
está consubstanciada no facto de constituir, ao<br />
abrigo do Decreto-Lei n.º 565/76, de 19 de Maio,<br />
uma zona com estatuto de protecção especial<br />
(Reserva Natural do Estuário do rio Tejo).<br />
Para além do seu elevado valor ecológico,<br />
o Estuário do Tejo serve de suporte a um conjunto<br />
de actividades de grande importância do ponto de<br />
vista económico e social. Na Figura 4 apresentam-se<br />
os usos actuais e potenciais da água do Estuário.<br />
As actividades económicas tradicionais ligadas<br />
ao Estuário relacionam-se com a exploração<br />
dos seus recursos naturais, destacando-se a pesca,<br />
a produção de ostras e outros bivalves e a extracção<br />
de sal.<br />
A ostreicultura, em particular, foi outrora<br />
uma actividade de grande importância, do ponto<br />
de vista social e económico, no Estuário do Tejo.