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Valores Naturais - CCDR-LVT

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PROT-AML Saneamento Básico, Recursos Hídricos e Poluição Hídrica 217<br />

da Cidade de Setúbal. Segundo aquele mesmo<br />

estudo, o sector potencialmente mais poluente<br />

é o das celuloses, que contribui em cerca de 61%<br />

para a carga total, seguido do sector químico<br />

com 31% e do agro-alimentar com 7%.<br />

As restantes indústrias têm uma contribuição<br />

de cerca de 1%.<br />

Destaca-se a contribuição das indústrias localizadas<br />

a montante, como as fábricas de concentrado<br />

de tomate e a monda química dos arrozais.<br />

As águas residuais provenientes da Cidade<br />

de Setúbal constituem igualmente uma importante<br />

fonte de poluição orgânica e microbiológica<br />

do Estuário, destacando-se o facto de que a zona<br />

nova da Cidade (a leste) descarrega os seus esgotos<br />

em linhas de água que afluem à zona do sapal.<br />

O reduzido poder de diluição destas zonas conduz<br />

à existência de concentrações elevadas de<br />

poluentes.<br />

Os problemas de poluição referidos são<br />

potencialmente mais graves no caso do Estuário<br />

do Sado, comparativamente com o Estuário<br />

do Tejo, dado que as suas características<br />

hidrodinâmicas não favorecem a dispersão<br />

e a troca com o oceano dos poluentes.<br />

Assim, e “devido a estas características peculiares,<br />

os poluentes são transportados para as zonas mais<br />

interiores do estuário onde tendem a concentrar-se<br />

nos sedimentos e organismos bênticos da área<br />

do sapal com potencial risco de trânsito para<br />

a cadeia alimentar“ [Estudo de Caracterização<br />

dos Aquíferos e dos Consumos de Água<br />

na Península de Setúbal]<br />

Dados de Qualidade da Água do<br />

Estuário do Sado – Informação Uilizada<br />

O Estuário do Sado, tal como o Tejo, não tem sido<br />

sujeito a campanhas sistemáticas de monitorização<br />

da qualidade das suas águas.<br />

Este facto conduz a que não se possa efectuar<br />

uma avaliação rigorosa do estado actual deste<br />

importante ecossistema, do ponto de vista<br />

da qualidade da água.<br />

As informações disponíveis mais recentes dizem<br />

respeito a estudos realizados pelo INETI, em 1987<br />

e 1988, e por outros autores (Quevauvillier et al.<br />

e Castro e Vale).<br />

As conclusões destes estudos servirão de suporte<br />

à caracterização de qualidade da água do Estuário<br />

do Sado que se efectua no presente estudo.<br />

Avaliação da Qualidade<br />

de Água do Estuário do Sado<br />

Os resultados analíticos resultantes do estudo<br />

efectuado pelo INETI confirmam a influência<br />

negativa da descarga de águas residuais urbanas<br />

e industriais na qualidade das águas do Canal Norte<br />

do Estuário. Com efeito, os dados revelam que<br />

as águas, nesta zona do Estuário, se apresentam<br />

menos transparentes, menos oxigenadas e com<br />

temperaturas mais elevadas do que no Canal Sul<br />

do Estuário.<br />

Os problemas de poluição mais graves surgem junto<br />

ao cais das fábricas de celulose e junto à descarga<br />

de esgoto urbano da Cidade de Setúbal.<br />

Assim, junto ao cais das fábricas de celulose, a água<br />

apresenta os valores mais elevados de turvação,<br />

matéria em suspensão, cor, carência bioquímica<br />

de oxigénio e oxidabilidade. Neste local observa-se<br />

também uma diminuição do teor em oxigénio<br />

dissolvido, presença de sulfonato de lenhina e<br />

ainda, nas águas mais profundas, de quantidades<br />

apreciáveis de sulfureto de hidrogénio.<br />

Por outro lado, junto à descarga de esgoto urbano<br />

da Cidade de Setúbal encontram-se as<br />

concentrações mais elevadas em ião amónia,<br />

nitrito, fosfato e silicato.<br />

Em alguns locais do Canal Norte, os valores<br />

médios observados ultrapassam os valores fixados<br />

no Decreto-Lei 74/90, à data em vigor, para<br />

a qualidade das águas conquícolas e balneares.<br />

Os parâmetros cujos teores ultrapassam os limites<br />

definidos na legislação são, nomeadamente,<br />

a transparência, cor, oxigénio, carência bioquímica<br />

de oxigénio e temperatura.<br />

As águas do Canal Sul e da zona do Outão<br />

apresentam melhor qualidade do que as do Canal<br />

Norte. Os valores médios obtidos para os diferentes<br />

parâmetros controlados, nas águas de superfície<br />

e de fundo daquelas duas zonas, cumprem os<br />

valores fixados no antigo Decreto-Lei 74/90,<br />

à data em vigor, para a qualidade das águas<br />

conquícolas e balneares.<br />

Um outro estudo realizado pelo INETI, entre Março<br />

e Dezembro de 1988, sobre a qualidade da águas<br />

do Rio Sado, no troço entre S. Romão e a Ilha<br />

do Cavalo, permitiu concluir que a temperatura,<br />

o pH, a CBO5 e os teores em iões nitrato, nitrito,<br />

amónia e fosfato apresentam valores aceitáveis,<br />

face aos encontrados na literatura para<br />

ecossistemas idênticos. Os valores correspondentes<br />

aos compostos fenólicos e agentes tensioactivos

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