Valores Naturais - CCDR-LVT
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PROT-AML Conservação da Natureza 34<br />
grutas que abrigam importantes colónias<br />
de hibernação do morcego-de-peluche.<br />
Relativamente à fauna de invertebrados, o P.N.<br />
da Arrabida é um dos dois sítios nacionais<br />
onde está referenciada a ocorrência do lepidóptero<br />
Callimorpha quadripunctata (espécie prioritária<br />
do Anexo II da Directiva Habitats).<br />
A classificação do Parque Marinho da Arrábida,<br />
o primeiro em Portugal, reflecte a importância<br />
desta costa em termos marinhos. Esta é uma zona<br />
de grande diversidade e variedade de biótopos<br />
costeiros com características únicas no País. As suas<br />
condições particulares de orientação geográfica,<br />
regime hidrológico e topografia da costa permitem<br />
o desenvolvimento nesta zona de um grande<br />
número de espécies animais e vegetais que ocorrem<br />
em costas abrigadas e são raras na costa ocidental<br />
portuguesa. Por outro lado, a variação das<br />
condições ao longo deste segmento (desde o Cabo<br />
Espichel, mais atlântico e de hidrodinamismo mais<br />
acentuado, à foz do Sado, mais mediterrânico e<br />
com bancos de areia) favoreceu o desenvolvimento<br />
de diferentes povoamentos que a tornam<br />
representativas de um leque muito variado de<br />
diferentes tipos de biótopos. Destacam-se os bancos<br />
de zosteráceas nos baixios junto à foz do Sado,<br />
povoamentos característicos de zonas rochosas<br />
intertidais abrigadas e povoamentos característicos<br />
de substratos rochosos de maior profundidade<br />
e luminosidade reduzida.<br />
Esta zona marinha, que surge no prolongamento<br />
do estuário do Sado, é intensamente utilizada<br />
pela única população residente de golfinhos roazes<br />
existente no País e é uma importante zona de<br />
postura e criação de diversas espécies marinhas<br />
com elevado interesse económico, como santolas,<br />
raias, chocos, linguados e corvinas.<br />
De referir ainda o interesse científico e didáctico<br />
desta costa, em que se destaca a reserva zoológica<br />
da Pedra da Anixa.<br />
Conflitos e Ameaças<br />
Na Área Terrestre<br />
– Proliferação de pedreiras, que provocam<br />
destruição directa de habitat, perturbação directa<br />
devido às explosões e consequentes vibrações,<br />
e indirecta devido à necessária circulação de veículos<br />
pesados. Surgem tanto na Serra da Arrábida como<br />
no Cabo Espichel. Assumem particular destaque<br />
as pedreiras do Cavalo e a da Arrábida.<br />
– Urbanização desregrada e ocupação clandestina<br />
(principalmente na Arrábida).<br />
– Instalação de espaços de equipamento<br />
(em particular junto a Sesimbra, a nascente e junto<br />
à praia das Bicas) nas zonas de arriba, em locais<br />
de instabilidade que promovem a degradação<br />
destes habitats.<br />
– Pressão turística, pelo afluxo indisciplinado<br />
de visitantes, com consequente perturbação,<br />
pisoteio, colheita de espécimens e abandono<br />
de lixo; na Serra da Arrábida e no Cabo Espichel.<br />
No caso específico das grutas, pressão sobre<br />
os morcegos por parte de montanhistas e<br />
espeleólogos. A pressão por desportos de montanha<br />
afecta sobretudo as falésias costeiras e arribas<br />
interiores. Os desportos motorizados aquáticos e<br />
a circulação excessiva de embarcações de lazer junto<br />
às falésias costeiras perturbam as espécies rupícolas.<br />
– Alteração dos ciclos naturais de fogo, por um lado<br />
através da sua supressão total em algumas áreas,<br />
por outro a ocorrência de fogos acidentais ou<br />
criminosos. Particularmente vulneráveis são as matas<br />
da Arrábida.<br />
– Exercícios militares.<br />
– Nos prados cultivados e culturas arvenses:<br />
abandono da sua exploração, com ruptura dos<br />
mecanismos cíclicos de exploração que lhes são<br />
conferidos pelo Homem; alteração do tipo de<br />
cultura, regime de exploração e uso de pesticidas.<br />
– Caça furtiva.<br />
– Sobrepastoreio (prados e montados).<br />
– Pisoteio excessivo do sub-bosque das matas;<br />
Na Área Marinha<br />
– Pressão pela pesca, incluindo pesca ilegal (a<br />
utilização da rapa, de cercos com mergulhadores<br />
em especial junto à pedra da Anixa e no Portinho,<br />
redes de deriva e ganchorra junto à costa, são<br />
apenas alguns exemplos de pesca ilegal utilizadas<br />
frequentemente).<br />
– Apanha de algas.<br />
– Pressão sobre a fauna devido à caça submarina<br />
e pesca desportiva.<br />
– Perturbação por desportos aquáticos motorizados.<br />
– Poluição.