Valores Naturais - CCDR-LVT
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PROT-AML Solos 88<br />
Estes solos fazem, muitas vezes, transição<br />
entre os solos Pm e os Ca, numa posição intermédia<br />
na catena. Assim, existe frequentemente um perfíl<br />
do tipo:<br />
Horizonte Ap- 0-20cm, Areno franco (5% de argila<br />
ilitica, mas com caulinite e pouca esmectite), massa<br />
volúmica aparente 1,5g cm -1 , capacidade máxima<br />
para a água 81mm, água de drenagem 24mm,<br />
água utilizável 45mm, permeabilidade constante<br />
3,2cm h -1 (amostras não perturbadas).<br />
Horizonte B1- 20-35 cm, franco-argilo-arenoso<br />
(cerca de 35% de argila, que poderá corresponder<br />
a uma transição com o horizonte seguinte ou uma<br />
mistura por lavoura), massa volúmica aparente<br />
1,5g cm -1 , capacidade máxima para a água 121mm,<br />
água de drenagem 31mm, água utilizável 43mm,<br />
permeabilidade constante cerca de 3cm h -1 ,<br />
com raízes finas.<br />
Horizonte B2- 35-65cm, franco-argilo-arenoso<br />
(cerca de 37% de argila), massa volúmica aparente<br />
1,7 g cm -1 , capacidade máxima para a água<br />
285mm, água de drenagem 81mm, água utilizável<br />
97mm, permeabilidade constante 0,2cm h -1 ,<br />
praticamente sem raízes.<br />
Horizonte C- 65-85cm, areno-franco (cerca de 8%<br />
de argila), massa volúmica aparente 1,8g cm -1 ,<br />
capacidade máxima para a água 90mm,<br />
água de drenagem 43mm, água utilizável 29mm,<br />
permeabilidade nula.<br />
Considerando a profundidade efectiva como indo<br />
um pouco mais além que o fim do horizonte B1,<br />
até onde vão as raízes, pode considerar-se que<br />
a capacidade utilizável destes solos se aproxima<br />
de 100mm. Nestas condições, o déficit hídrico varia<br />
de 325mm em Santiago do Cacém (5 meses)<br />
até cerca de 425mm em Mértola (7 meses).<br />
Considerando a instalação de um sistema de<br />
drenagem, até ao fim do horizonte B2, e que os<br />
coeficientes de distribuição Kd, quer para o sódio,<br />
quer para o cálcio e o magnésio eram semelhantes<br />
aos do solo Pm, para os mesmos horizontes, então<br />
o Na desloca-se no horizonte Ap com a velocidade<br />
de 1/2 a 1/1,6 da da água, enquanto no horizonte B<br />
a velocidade será de 1/6 a 1/10 da da água.<br />
No entanto, no horizonte B com muito menor<br />
superavit de água, com muito menor velocidade<br />
relativa Na/H2O, o Na será forçosamente acumulado<br />
no horizonte B.<br />
Estes cálculos feitos utilizando o modelo de Bolt<br />
(1979), ajustam-se à realidade. De facto Barreiros<br />
(1968) verificou que o Na de troca tinha a seguinte<br />
distribuição num perfil destes solos: Ap – Na de troca<br />
0,16 meq/100gr – 2,4% , B1 – Na de troca 5,1 meq/<br />
/100gr – 25%, B2 – Na de troca 8,7 meq/100gr – 40%,<br />
C – Na de troca 4,7 meq/100gr – 40%.<br />
Verifica-se, assim, que o sódio é acumulado<br />
no horizonte B, que além de alcalizado é salino<br />
em alguns casos (>4 dS m -1 ), verificando-se sempre<br />
forte instabilidade da estrutura, responsável<br />
pela baixíssima permeabilidade.<br />
A solução dos problemas de drenagem implica<br />
não só a instalação de um sistema completo,<br />
como também a correcção da alcalização<br />
e salinização, o que torna estes solos muito sensíveis<br />
à qualidade de água de rega. Não toleram portanto<br />
o uso de água que não seja de boa qualidade,<br />
isto é, C1-S1 ou quando muito C2-S1 (Alarcón,<br />
1965), ou SAR