Consulta Rápida - Psicofármacos - 1Ed.pdf
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MIRTAZAPINA<br />
MIRTAZAPINA – genérico (Lab. Novartis)<br />
• Caixas com 28 comprimidos revestidos de 30 mg;<br />
• caixas com 28 comprimidos revestidos de 45 mg.<br />
REMERON (Lab. Akzo-Organon)<br />
• Caixas com 14 e 28 comprimidos de 30 e 45 mg.<br />
REMERON SolTab (Lab. Akzo-Organon)<br />
• Caixas com 30 comprimidos de 15, 30 e 45 mg<br />
orodispersíveis.<br />
FARMACOCINÉTICA<br />
E MODO DE USAR<br />
A mirtazapina é um tetracíclico do grupo das piperazinoazepina<br />
com uma estrutura química semelhante<br />
à da mianserina. Foi introduzida nos<br />
Estados Unidos em 1996. É rapidamente absorvida<br />
no trato gastrintestinal após a administração<br />
oral, atingindo os níveis séricos máximos em até<br />
2 horas. A presença de alimento no estômago<br />
não interfere em sua absorção. A meia-vida é de<br />
20 a 40 horas (média de 21,5), e o estado de equilíbrio<br />
é alcançado em 4 a 6 dias. Circula no sangue<br />
ligada em 85% às proteínas plasmáticas de forma<br />
não-específica e reversível. A biodisponibilidade absoluta<br />
é de aproximadamente 50%. Idosos e mulheres<br />
tendem a apresentar níveis séricos mais elevados<br />
do que homens adultos e adultos jovens. 1-3<br />
O metabolismo da mirtazapina se dá em nível hepático,<br />
e é linear em uma ampla gama de doses:<br />
de 15 a 80 mg. As isoenzimas relacionadas ao<br />
seu metabolismo são P450 1A2,2C19, 2D6 e 3A4,<br />
as quais inibe minimamente, razão pela qual possui<br />
um perfil favorável de interações com outros<br />
fármacos. 4 Inibidores dessas enzimas, como a<br />
fluoxetina e a paroxetina, podem elevar os níveis<br />
da mirtazapina (17 e 32% respectivamente), mas<br />
sem relevância clínica. A carbamazepina causa<br />
uma considerável diminuição de sua concentração<br />
sérica (60%). Nas doses usuais (15 a 45mg/dia),<br />
seus níveis séricos variam de 5 a 100 μg/L. Possui<br />
um metabólito ativo, a desmetilmirtazapina, que<br />
é até 3 a 4 vezes menos ativa do que o composto<br />
principal. 2<br />
A excreção da mirtazapina ocorre por meio da<br />
urina e das fezes. Praticamente 100% do medicamento<br />
são eliminados totalmente em 4 dias: 85%<br />
pela da urina e 15% pelas fezes. Insuficiência hepática<br />
e insuficiência renal moderada podem reduzir<br />
em até 30% o clearence da mirtazapina; a<br />
insuficiência renal grave pode reduzi-lo em até<br />
50%. 2<br />
A eficácia da mirtazapina foi verificada no tratamento<br />
da depressão, mesmo no de depressões<br />
graves, tanto na fase aguda como na manutenção,<br />
tendo ainda sido testada no transtorno do<br />
pânico, na ansiedade generalizada e no transtorno<br />
do estresse pós-traumático, sendo favoráveis<br />
os primeiros resultados. Um ensaio aberto com<br />
um pequeno número de pacientes observou que<br />
seu efeito no transtorno obsessivo-compulsivo foi<br />
pequeno, tendo sido considerada ineficaz.<br />
Ao prescrevê-la, recomenda-se iniciar com 15 mg<br />
por alguns dias e ir aumentando paulatinamente<br />
conforme a tolerância do paciente até a dose de<br />
manutenção, que é de 30 a 45mg em dose única<br />
à noite, em função de seus efeitos sedativos. 3 Recentemente<br />
foi lançada a nova fórmula da mirtazapina<br />
(SolTab), que permite que seja dissolvida<br />
na língua em até 30 segundos com ou sem água.<br />
É importante lembrar, ao prescrevê-la, que, em<br />
doses baixas, os efeitos sedativos tendem a ser<br />
maiores, pois não são bloqueados pelos efeitos<br />
noradrenérgicos, que se manifestam de forma<br />
mais intensa com o uso de doses maiores. Não<br />
há necessidade de reduzir a dose para pacientes<br />
idosos, com disfunção hepática ou renal, mas os<br />
aumentos devem ser mais cautelosos. A retirada<br />
abrupta, após uso prolongado, pode causar náuseas,<br />
cefaléia e mal-estar.<br />
FARMACODINÂMICA<br />
E MECANISMOS DE AÇÃO<br />
A mirtazapina foi o primeiro antidepressivo NaSSA<br />
(noradrenergic and sertonergic specific antidepressant)<br />
a ser lançado mundialmente. Trata-se<br />
de um antidepressivo de ação dupla, com ação<br />
noradrenérgica e serotonérgica. Apresenta um<br />
perfil farmacológico sui generis, bastante distinto<br />
dos demais antidepressivos: é antagonista (bloqueia)<br />
dos auto-receptores α 2 -noradrenérgicos<br />
pré-sinápticos e dos α 2 -hetero-receptores serotonérgicos<br />
responsáveis pela regulação da liberação<br />
de NE e 5-HT na fenda sináptica. O bloqueio desses<br />
receptores diminui a inibição da liberação desses<br />
neurotransmissores. Como conseqüência,<br />
aumenta a liberação de NE e 5-HT na fenda sináptica,<br />
provocando um aumento simultâneo da<br />
transmissão serotonérgica e noradrenérgica.<br />
Além disso, a mirtazapina bloqueia os receptores<br />
5-HT 2 pós-sinápticos produzindo menos efeitos<br />
colaterais sexuais e insônia, e 5-HT 3 , menos efeitos<br />
MIRTAZAPINA<br />
MEDICAMENTOS: INFORMAÇÕES BÁSICAS<br />
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