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Consulta Rápida - Psicofármacos - 1Ed.pdf

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ente dos demais antidepressivos. É bem-absorvida<br />

por via oral, atingindo o pico de concentração<br />

plasmática entre 6 a 8 horas após a ingestão. Ligase<br />

às proteínas plasmáticas (98%), apresentando<br />

volume de distribuição de 20 L/kg. É metabolizada<br />

no fígado (n-desmetilsertralina), não gerando<br />

aparentemente metabólitos ativos. Inibe muito<br />

pouco o CYP450 2D6 pouco interferindo, conseqüentemente,<br />

no metabolismo de outras drogas<br />

que utilizam a mesma via de metabolização (antidepressivos<br />

tricíclicos, fenotiazinas, carbamazepina,<br />

etc.). A farmacocinética da sertralina é linear<br />

nas doses de 50 a 200 mg diários; ao contrário<br />

da fluoxetina e da paroxetina, não inibe seu próprio<br />

metabolismo. Sua meia-vida está ao redor<br />

de 24 a 26 horas. O equilíbrio plasmático é<br />

atingido depois de 7 dias, em jovens, e em 2 a 3<br />

semanas em idosos. 1-3<br />

Inicialmente lançada para o tratamento da depressão,<br />

sua eficácia foi posteriormente comprovada<br />

também em diversas outras condições como<br />

no transtorno obsessivo-compulsivo, no transtorno<br />

do pânico, no estresse pós-traumático, na fobia<br />

social, entre outros. A eficácia da sertralina<br />

foi comprovada no tratamento de episódios depressivos<br />

agudos e na prevenção de recaídas da<br />

depressão durante a fase de manutenção, tendo<br />

sido mais efetiva do que placebo nas doses de 50<br />

a 100 mg/dia. 5 Foi efetiva tanto no tratamento<br />

da depressão aguda como na depressão crônica<br />

– a distimia. No tratamento desta, os sintomas<br />

levaram mais tempo (até 2 meses) para desaparecer.<br />

6-7 Foi ainda efetiva e bem-tolerada no tratamento<br />

da depressão em crianças e adolescentes<br />

em doses de 50 a 200 mg/dia. 8<br />

A sertralina foi efetiva e bem-tolerada no tratamento<br />

do transtorno obsessivo, tanto em adultos<br />

como em crianças e adolescentes, em doses de<br />

até 200 mg/dia. Não foram observadas diferenças<br />

significativas na resposta terapêutica com doses<br />

que variaram de 50 a 200 mg/dia. 8-10 Foi mais efetiva<br />

que placebo na prevenção de recaídas do TOC<br />

no período de 12 meses.<br />

Diversos estudos mostraram sua efetividade tanto<br />

no tratamento agudo do estresse pós-traumático<br />

em doses de 50 a 200 mg/dia como no tratamento<br />

de longo prazo para prevenir a volta dos sintomas.<br />

11,12 Recentemente foi aprovada pelo FDA para<br />

uso no TSPT.<br />

Foi efetiva no tratamento agudo do transtorno<br />

do pânico e na prevenção de recaídas em doses<br />

de até 200 mg. 13 As doses elevadas não foram<br />

mais efetivas do que 50 mg/dia . Na fobia social<br />

generalizada, tem sido utilizada em doses de 50<br />

a 200 mg/dia tanto em adultos como em crianças<br />

e adolescentes parecendo ser eficaz mesmo em<br />

quadros graves. 14,15 No transtorno de ansiedade<br />

generalizada, tanto em adultos como em crianças<br />

e adolescentes, foi efetiva e bem-tolerada em doses<br />

de 50 mg/dia. 16<br />

A sertralina é geralmente bem-tolerada. Para administrá-la,<br />

iniciar com 25 ou 50 mg em dose única<br />

diária, sendo que a maioria dos estudos utilizam<br />

doses entre 50 a 200 mg/dia. A dose terapêutica<br />

usual é de 50 a 100 mg/dia, sendo que a maior<br />

parte dos pacientes responde com 100 mg/dia. A<br />

dose máxima é de 200 mg/dia. Como a maioria<br />

dos pacientes sente alguma sonolência, recomenda-se<br />

administrá-la à noite na janta. Se provocar<br />

insônia ou não provocar nenhuma sonolência, pode<br />

ser administrada durante o dia. Se provocar<br />

náuseas, recomenda-se administrá-la junto com<br />

as refeições.<br />

A suspensão, se necessária, deve ser gradual para<br />

evitar que ocorram sintomas de retirada (tonturas,<br />

náuseas, vômitos, intolerância à luz, fadiga, letargia,<br />

mialgia, perturbações do sono, perturbações<br />

sensoriais, inquietude), reduzindo-se 50 mg a<br />

cada 5 a 7 dias.<br />

A sertralina tem sido utilizada em pacientes deprimidos<br />

que tiveram ataques cardíacos, e parece<br />

inibir a atividade plaquetária, o que seria um ganho<br />

adicional e auxiliaria na prevenção de novos<br />

ataques em pacientes com doença coronária em<br />

risco para ataques cardíacos ou cerebrais. 17,18<br />

FARMACODINÂMICA<br />

E MECANISMOS DE AÇÃO<br />

A sertralina é um antidepressivo inibidor seletivo<br />

da recaptação de serotonina (ISRS). No entanto,<br />

além desse efeito, existe uma seqüência de outras<br />

ações, talvez as verdadeiras responsáveis pelo<br />

efeito antidepressivo, que convém destacar.<br />

Quando um ISRS é administrado, o efeito imediato<br />

é o bloqueio da bomba de recaptação da serotonina.<br />

Essa ação causa o aumento súbito da serotonina<br />

predominantemente nas áreas somatodendríticas<br />

(fenda sináptica em torno dos dendritos<br />

do corpo celular), e com isso a maior disponibilidade<br />

de serotonina para determinados receptores<br />

5HT e em determinadas regiões do cérebro.<br />

Essa imediata maior disponibilidade de serotonina<br />

seria a responsável pelos efeitos colaterais.<br />

Entretanto, nos terminais axônicos, onde pre-<br />

SERTRALINA<br />

MEDICAMENTOS: INFORMAÇÕES BÁSICAS<br />

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