Consulta Rápida - Psicofármacos - 1Ed.pdf
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SITUAÇÕES ESPECIAIS<br />
LABORATÓRIO<br />
Gravidez e lactação<br />
Em animais, não foram observados efeitos teratogênicos.<br />
Em um grupo de 142 mulheres que<br />
haviam sido tratadas com sertralina durante a gravidez,<br />
não foram evidenciadas alterações de peso<br />
dos bebês ao nascer nem qualquer evidência de<br />
teratogenicidade. 24 Por esse motivo, a sertralina<br />
é uma das drogas que vem sendo proposta para<br />
uso durante a gravidez, devendo-se ressaltar,<br />
entretanto, que a experiência nessas condições é<br />
limitada, devendo ser levada em conta a relação<br />
risco/benefício em tal decisão.<br />
A sertralina e seu metabólito principal, a desmetilsertralina,<br />
são excretadas no leite materno, sendo<br />
a concentração maior no leite do final da mamada,<br />
e o pico máximo de excreção 7 a 8 horas após<br />
a ingestão, segundo um estudo. Os autores calcularam<br />
ainda que a dose ingerida pelo bebê, tanto<br />
de sertralina como de desmetilsertralina corresponde<br />
a aproximadamente 0,5% da dose de sertralina<br />
ingerida pela mãe. Os autores desse estudo<br />
sugerem a suspensão da amamentação que coincida<br />
com esse intervalo. 25<br />
Crianças<br />
A sertralina tem sido utilizada em crianças e adolescentes<br />
no tratamento de depressão, transtorno<br />
obsessivo-compulsivo, fobia social, entre outros<br />
quadros. Além de efetiva, foi bem-tolerada em<br />
doses que variaram de 50 até 200 mg/dia. Um<br />
estudo multicêntrico recente concluiu que a sertralina<br />
é segura e eficaz no tratamento de curto<br />
prazo do transtorno obsessivo-compulsivo em<br />
crianças e adolescentes. Esse estudo foi realizado<br />
com crianças de 6 a 12 anos e com adolescentes<br />
de 13 a 17 anos. 10 A sertralina foi aprovada pelo<br />
FDA para o uso em crianças.<br />
Idosos<br />
É uma droga bastante segura em pacientes idosos,<br />
pois não apresenta efeitos sobre o sistema<br />
cardiovascular. Foi efetiva no tratamento de depressão<br />
em idosos, 26 inclusive em idosos deprimidos<br />
com doença de Alzheimer. 23 Além disso, inibe<br />
pouco o CYP2D6, tendo por esse motivo um perfil<br />
favorável no que se refere a interações. Parece<br />
ser efetiva mesmo em doses baixas. Provoca discreta<br />
sedação ou prejuízo cognitivo e possui ação<br />
anticolinérgica fraca. A sua meia-vida, no entanto,<br />
em idosos, é bem maior do que em pacientes jovens.<br />
Não interfere nos testes do laboratório. Não há<br />
informações sobre a correlação entre níveis séricos<br />
e eficácia clínica. Existe uma proporção entre a<br />
dose ingerida e os níveis séricos na faixa de 50 a<br />
200 mg/dia. Não há necessidade de dosagens laboratoriais,<br />
pois a eficácia é praticamente independente<br />
da dose. 2<br />
PRECAUÇÕES<br />
1. Usar com cautela ou não usar (conforme a<br />
gravidade do quadro) em pacientes com doença<br />
renal ou hepática concomitante.<br />
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MEDICAMENTOS: INFORMAÇÕES BÁSICAS<br />
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