Consulta Rápida - Psicofármacos - 1Ed.pdf
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FARMACODINÂMICA<br />
E MECANISMOS DE AÇÃO<br />
INDICAÇÕES<br />
A bromocriptina é um agonista dopaminérgico,<br />
especificamente em nível de D2. Age, portanto,<br />
aumentando a transmissão dopaminérgica, por<br />
exemplo, no nível do estriado, razão pela qual<br />
alivia os sintomas da doença de Parkinson. Interage<br />
também com receptores serotoninérgicos 5 ,<br />
com propriedades agonistas em receptores<br />
5HT1A, 5HT2A e 5HT2C.<br />
A bromocriptina causa também inibição na produção<br />
da prolactina, no nível do trato túbero-infundibular,<br />
tendo ação nos prolactinomas e na<br />
suspensão da amamentação.<br />
Quanto ao tratamento do craving para a cocaína,<br />
o seu papel ainda não está bem-estabelecido. Considerando<br />
o aumento da transmissão dopaminérgica<br />
com o uso agudo de cocaína e a depleção desse<br />
neurotransmissor causada pelo uso crônico, teoricamente<br />
os agonistas dopaminérgicos poderiam<br />
auxiliar no tratamento da dependência de cocaína.<br />
Na prática, os estudos demonstram alta taxa de<br />
desistência (possivelmente pelos efeitos colaterais)<br />
e ausência de efeito sobre o tempo de abstinência 3 .<br />
Estudos genéticos mostram que existe uma associação<br />
entre a presença do alelo menor (A1) do<br />
receptor D2 e o alcoolismo. Pacientes portadores<br />
desse genótipo parecem ter melhor resposta à<br />
bromocriptina do que os demais alcoolistas. Na<br />
prática clínica, seriam pacientes com início precoce<br />
da doença e com história familiar positiva para<br />
alcoolismo 6 . No entanto, estudos em dependência<br />
de álcool não tiveram resultados que justifiquem<br />
seu uso na prática clínica.<br />
Na síndrome neuroléptica maligna, parece agir<br />
em nível central, diminuindo a intensidade de alguns<br />
sintomas (p. ex., a rigidez muscular pode<br />
ceder em algumas horas); porém, a remissão completa<br />
do quadro leva alguns dias.<br />
REAÇÕES ADVERSAS<br />
E EFEITOS COLATERAIS<br />
Mais comuns: cefaléia, fadiga, hipotensão postural,<br />
náuseas, tonturas e vômitos.<br />
Menos comuns: anorexia, ansiedade, boca seca,<br />
constipação intestinal, convulsões, depressão,<br />
diarréia, dor epigástrica, fibrose das válvulas cardíacas<br />
8 (1 relato de caso), pesadelos, psicose, sonolência<br />
diurna incontrolável 7 , tonturas.<br />
Evidências consistentes de eficácia:<br />
• doença de Parkinson (em monoterapia ou<br />
combinação com levodopa no estágio inicial<br />
e associada com levodopa nos estágios mais<br />
tardios) 9,10 ;<br />
• prolactinoma;<br />
• síndrome neuroléptica maligna.<br />
CONTRA-INDICAÇÕES<br />
• Reação alérgica ao fármaco;<br />
• coronariopatia grave;<br />
• doença vascular periférica grave;<br />
• gravidez.<br />
INTOXICAÇÃO<br />
Podem ocorrer: fraqueza, hipotensão, náuseas,<br />
vômitos, diarréia, confusão mental, agitação, alucinação,<br />
tonturas e perda da consciência. O manejo<br />
deve ser feito por indução de vômitos, lavagem<br />
gástrica ou uso de carvão ativado. A hipotensão<br />
e o balanço hídrico devem ser controlados.<br />
SITUAÇÕES ESPECIAIS<br />
Gravidez<br />
Nos estudos que envolvem seres humanos, a bromocriptina<br />
é teratogênica e, portanto, deve ser<br />
evitada na gravidez. Esse medicamento é considerado<br />
como categoria C do FDA.<br />
Lactação<br />
A bromocriptina bloqueia a produção de prolactina;<br />
assim, seu uso inibe a produção de leite e,<br />
conseqüentemente, a lactação.<br />
Crianças<br />
A segurança e a eficácia desse medicamento não<br />
estão estabelecidas para menores de 15 anos.<br />
Idosos<br />
Os idosos podem ser mais suscetíveis a desenvolver<br />
quadros de delirium, entre outros efeitos<br />
colaterais, como náuseas e vômitos. Nesses casos,<br />
deve-se iniciar com 1,25 mg ao dia, e os ajustes<br />
de dose devem ser ainda mais graduais.<br />
BROMOCRIPTINA<br />
MEDICAMENTOS: INFORMAÇÕES BÁSICAS<br />
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