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Anais 2º Congresso Latino-Americano de Restauraçao de Metais

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<strong>de</strong> Fabricantes Franceses <strong>de</strong> Instrumentos resumem o julgamento vigente sobre os<br />

objetos que foram exibidos pelos irmãos Brunner na exposição <strong>de</strong> Paris <strong>de</strong> 1867.<br />

“Pour la construction <strong>de</strong>s instruments <strong>de</strong> précision, construction et fini, c’est la<br />

maison Brunner frères qui peut prendre le premier rang”.<br />

De fato, a qualida<strong>de</strong> e elegância <strong>de</strong> seus instrumentos, a precisão <strong>de</strong> suas<br />

escalas gravadas e a exatidão <strong>de</strong> suas partes mecânicas representaram os padrões<br />

mais elevados da ativida<strong>de</strong> francesa nessa área.<br />

Johann Jakob Brunner (1769-1850) foi um respeitado serralheiro da vila suíça<br />

<strong>de</strong> Balsthal no Cantão <strong>de</strong> Solothurn. Um <strong>de</strong> seus filhos, Johann Josef Brunner (1804-<br />

1862), tornou-se um famoso fabricante <strong>de</strong> instrumentos em Paris. Em 1853, Jean<br />

Brunner tornou-se artiste adjoint do Bureau <strong>de</strong>s Longitu<strong>de</strong>s. Foi uma gran<strong>de</strong> honra,<br />

pois somente os melhores fabricantes po<strong>de</strong>riam esperar ser <strong>de</strong>signados por essa<br />

prestigiosa instituição. Logo antes <strong>de</strong> sua morte Jean Brunner participou e foi<br />

premiado em várias exposições, por exemplo a Exposição Universal <strong>de</strong> Londres<br />

(1862), expondo, além <strong>de</strong> vários instrumentos <strong>de</strong> topografia e <strong>de</strong> ótica, um círculo<br />

meridiano (42cm) fabricado para o vice-rei do Egito. Morreu no mesmo ano e seus<br />

filhos Émile (1834-1895), que foi diretor da firma por alguns anos, e Léon (1840-<br />

1894) continuaram suas ativida<strong>de</strong>s. O nome oficial da firma se alterou para Brunner<br />

Fréres e os dois irmãos trabalharam muito juntos, seguindo a tradição <strong>de</strong> seu pai.<br />

Em 30 anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, os irmãos Brunner continuaram a inventar, <strong>de</strong>senvolver e<br />

aprimorar instrumentos astronômicos, <strong>de</strong> topografia e <strong>de</strong> Geodésia. Os irmãos<br />

Brunner fabricaram alguns dos melhores instrumentos <strong>de</strong> astronomia franceses,<br />

localizados nos Observatórios <strong>de</strong> Paris, Nice, Toulouse, Lisboa, Cairo, Lion, Argélia<br />

etc. Desses instrumentos, um dos mais importantes era o gran<strong>de</strong> círculo meridiano<br />

para o Observatório <strong>de</strong> Nice (abertura <strong>de</strong> 20cm, distância focal 320cm), instalado em<br />

1887. Léon Brunner morreu em 1894 e seu irmão Émile um ano mais tar<strong>de</strong>.<br />

Infelizmente eles não <strong>de</strong>ixaram sucessores e a firma assim <strong>de</strong>sapareceu.<br />

3.2.2 - A utilização do Instrumento e sua Importância Histórica<br />

O teodolito selecionado para o estudo <strong>de</strong> caso <strong>de</strong>ve ter sido comprado pelo<br />

Observatório entre 1865 e 1890, mas não foi encontrado qualquer testemunho<br />

documental que i<strong>de</strong>ntificasse a data exata <strong>de</strong> encomenda, da compra e da chegada<br />

do instrumento ao Brasil. A documentação analisada até permite i<strong>de</strong>ntificar essas<br />

datas para alguns instrumentos, inclusive pertencentes à casa Brunner Fréres, mas<br />

não é possível correlacionar a esse instrumento estudado.<br />

A leitura dos documentos que fazem referência a instrumentos do<br />

Observatório, pesquisados nos diversos arquivos históricos, permite constatar que a<br />

instituição emprestava com muita freqüência esses objetos para outras repartições e<br />

instituições, tanto no período do Império quanto na República. As finalida<strong>de</strong>s eram as<br />

mais diversas e o trecho <strong>de</strong> documentos citado a seguir permite essa constatação.<br />

Documento [12] datado <strong>de</strong> 20/10/1904, ofício do Imperial Observatório,<br />

referente a solicitação “para que seja posto temporariamente á minha disposição o<br />

theodolito photografico <strong>de</strong> Laussedat, pertencente ao Observatório, e cedido ao<br />

Ministério das Relações Exteriores para trabalhos da Commisão <strong>de</strong> limites com a<br />

Republica Argentina. Este instrumento acha-se actualmente nessa Secretaria, e é<br />

<strong>de</strong>stinado á Commissão <strong>de</strong> Limites com a Bolívia. Esta repartição precisa do mesmo<br />

instrumento para executar um trabalho <strong>de</strong> levantamento photo-topographico, e logo<br />

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